Amapá produz mel acima da média nacional



O Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) apresentou nesta quinta-feira, 25, um diagnóstico sobre a apicultura e meliponicultura. O estudo teve como objetivo identificar o perfil socioeconômico e tecnológico produtivo dos criadores de abelhas (apicultores e meliponicultores) do Estado. O levantamento aponta que o Amapá produz, em média, 17 quilos de mel por colmeia/ano, acima da média nacional que é de 15 quilos anualmente.

A apicultura (produção de mel através das abelhas africanizadas, ou seja com ferrão) e a meliponicultura (produção de mel com abelhas nativas e sem ferrão) são atividades agropecuárias que oportunizam o desenvolvimento da agricultura familiar, colaborando para o seu desenvolvimento econômico e social.

O diagnóstico, coordenado pelo zootecnista, mestre em produção animal e extensionista agropecuário do Rurap, Eduardo Heinzen, foi realizado os meses de novembro de 2017 a junho de 2018, e utilizou-se de entrevistas com auxílio de formulário estruturado com questões fechadas e abertas. Foram entrevistados 92 criadores de abelhas, em 15 dos 16 municípios amapaenses, sendo 43 apicultores, 28 meliponicultores e 21 que atuam com as duas culturas. A produção de mel na safra 2017/2018 nos 15 municípios foi de aproximadamente 14.554 quilos. Tudo é vendido no comércio local.

 

“O Estado possui potencial de crescimento neste tipo de cultura, alguns produtores tiveram variação e conseguiram produzir até 62 kg de mel por caixa. Agora, é preciso organizar a cadeia produtiva do mel para que toda essa potencialidade possa elevar o nível de produção do Amapá em relação a outros estados da região”, pontou Heinzen.

No período analisado, a maior produção de mel por apicultores se concentrou em Macapá, com 5.729 quilos, média de 26,42 quilos por caixa. A capital também foi responsável pela maior produção de mel por meliponicultor com 341,70 litros, média de 0,64 de produção por caixa.

 

Segundo o Heinzen, a maior dificuldade apresentada pelos produtores é em relação à produção de cera, que é o local onde a abelha deposita o mel e as suas crias, e precisa ter uma espessura correta e o formato do alvéolo para que abelha possa realizar a sua atividade.

“A maior dificuldade dos produtores é fazer o beneficiamento e a laminação dessas ceras que precisam ser realizadas anualmente. O uso de tecnologia poderia facilitar esse trabalho”, detalhou o responsável pelo estudo.

Para o meliponicultor e técnico agrícola Douglas Schwanke, há oito anos produzindo mel de abelhas sem ferrão em Macapá, o evento é o primeiro passo para que órgãos públicos e produtores possam trabalhar em conjunto visando melhorar a cadeia produtiva do mel.

“No Pará, onde minha família produz mel há três gerações, esse incentivo teve início no começo dos anos 2000, quando foram criadas as associações de apicultores e meliponicultores, o Estado passou a dar incentivo com o apoio dos técnicos das extensões rurais. Em cinco anos, o banco já financiava produtores. Isso fez com que o Pará aumentasse a produtividade alcançando, hoje, o status de maior produtor de mel do Norte. E o Amapá tem tudo para chegar a esse patamar a partir de iniciativas como esta oferecida hoje”, frisou Schwanke.

O diagnóstico sugere como ações a serem adotadas visando o fortalecimento das atividades no estado, a elaboração de um plano de desenvolvimento para o setor apícola/melípona.

A qualificação dos criadores, através de cursos e oficinas, especialmente sobre o beneficiamento da cera, produção de rainha e divisão de enxames, apoio a diversificação da produção com capacitação técnica sobre a produção de própolis por exemplo, além da regularização e registro das unidades produtivas de mel são outras sugestões apontadas na conclusão do diagnóstico como ações que servirão para aumentar a produtividade.

 

Por: Ailton Leite /  Foto: Irineu Ribeiro / Secom

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