Estado concede benefícios e homenageia artesãos consagrados como mestres



O Dia Estadual do Artesão foi marcado por muitas homenagens, exposições inéditas, reconhecimento e geração de renda aos profissionais, em programação do Governo do Amapá na Casa do Artesão, em Macapá, nesta terça-feira, 19. O evento foi organizado pela Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo (Sete).

A Casa do Artesão, onde ficam as produções da categoria, recebeu nova identificação visual e identificação bilíngue dos ambientes internos. O público que prestigiou o evento, além de conferir exposições e adquirir peças únicas, também usufruiu de serviços de massoterapia; acupuntura e aulas de dança. E ainda acompanhou o momento do corte do bolo dos artesãos.

 

O ponto alto da festa foi a inauguração da Galeria Mestres Artesãos, que homenageia em vida e em memória, os pioneiros apontados e considerados pela categoria, como mestres em transformar madeira, argila, sementes, cipós e outros materiais, extraídos da natureza, em arte.

Moacir Marques, 69 anos, foi um dos homenageados na galeria permanente e se emocionou com o feito. Atuando na área há 55 anos, ele disse que é muito gratificante receber o reconhecimento ainda em vida.

 

“Com 19 anos, conheci o mestre Pedro que me ensinou o ofício. Na época, trabalhava em armazéns e o que eu ganhava não era o suficiente. Logo depois, pedi demissão e comecei a atuar no artesanato e, até hoje, é de onde tiro sustento da minha família”, relata o artesão que trabalha com fibras vegetais criando cadeiras, cestas e já está repassando o dom à sua posteridade.

Já a artesã, Ezequiele Lima, 33 anos, representou a mãe Elenir Lima que também foi uma das homenageadas. Atuantes no município de Mazagão, Ezequiele conta que o artesanato atravessa gerações na sua família. “Esse dom vem da minha tataravó e, estou muito feliz em receber esse reconhecimento em nome de minha família”, celebra.

 

Valorização

Como forma de valorizar e incentivar o artesanato local, a Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo, entregou novas e atualizadas carteiras estaduais e carteiras nacionais aos artesãos com registro no Programa de Artesanato Brasileiro (PAB).

Com a regulamentação da profissão em 2015 pelo governo federal, esses trabalhadores foram classificados como: artesãos que trabalham com materiais da natureza como semente, madeira, fibra, cipó, argila e que vivem do ofício. E trabalhador manual que se utiliza de matéria-prima industrializada como tecido, pet e biscuit.

 

Diante dessa classificação, a Sete fornecesse aos trabalhadores manuais a carteira estadual, que dá acesso a feiras e capacitações que ocorrem na região. Já a carteira nacional é um documento emitido aos artesãos profissionais, que dá a eles acesso a eventos e capacitações dentro e fora do estado e, até mesmo, garante participação em feiras internacionais.

O Amapá possui, atualmente, 569 artesãos profissionais e 130 trabalhadores manuais, totalizando 669 pessoas que recebem o apoio do Governo do Amapá, através da Sete. “O importante é reconhecer o valor que cada trabalhador tem para nosso Estado. O amor colocado em cada produção. E a dedicação aplicada expressam, perfeitamente, a contribuição deles na cultura e tradição amapaense”, enfatiza a secretária de Estado do Trabalho e Empreendedorismo, Marcela Chesca.

Durante a programação do Dia Estadual do Artesão, foram entregues 198 carteiras estaduais e 26 carteiras profissionais. Compreendendo a importância de obter os referidos documentos, muitos receberam as duas carteiras, como a Maria Elza Soares que, agora, é reconhecida como trabalhadora manual e artesã profissional.

 

“Eu trabalho com manualidade e matéria-prima do Estado há mais de 15 anos. Faço acessórios femininos como brinco e pulseiras de pena, semente e roupa para cães”, enumera Maria, que expõe seus produtos, tanto na Casa do Artesão, como na feira permanente que funciona em frente ao prédio.

Quem também recebeu o documento foi a psicóloga Daniele Lima, 25 anos. Ela é a mais nova artesã reconhecida pelo Estado e, também concorre ao Concurso de Peças Artesanais promovido pela Sete, e que escolherá as melhores produções, por meio de votação popular. “Praticava como um hobby, até que um dia fui despertada para empreender na área. Fui acolhida pela Sete e pela Casa do Artesão e, hoje, tenho minha primeira obra - ‘a menina artesã’ - concorrendo entre as melhores, estou muito feliz”, declara.

Para a copeira, Cléia Picanço, 60 anos, além de uma paixão, o artesanato também é uma renda extra. “Eu trabalho com material reciclável há quase 50 anos. Aprendi com minha avó e amo o que faço”, orgulha-se a artesã, que atualizou sua carteira estadual.

 

Concurso de Peças Artesanais

Nos dias 29 e 30 de março, será aberta para votação popular, na Casa do Artesão, a escolha das três melhores peças artesanais. Os primeiros colocados receberão premiação em dinheiro, respectivamente, R$ 600, R$ 400 e R$ 300. O objetivo é valorizar o saber popular dos amapaenses. O edital com o regulamento foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 12 de fevereiro.

Casa do Artesão

A última reforma do espaço aconteceu em dezembro de 2018 executada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf). O local passou por obras de reforma e revitalização no telhado, nas redes elétrica e hidráulica, pintura e ambientes externos.

Foram comprados novos módulos expositores e revitalizadas as barracas da Feira de Artesanato, que ficam em frente à Casa do Artesão, para melhor acomodar as peças em exposição. Agora, o ambiente recebeu uma nova identificação visual e identificação bilíngue na área interna.

Além da Casa do Artesão, as produções artesanais amapaenses estão distribuídas nas vitrines do Museu Sacaca, Monumento Marco Zero do Equador e Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre. As peças variam entre R$ 2 e R$ 4 mil.

 

Por: Nathacha Dantas /  Foto: Maksuel Martins/Secom

Veja alguns trabalhos

 



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