Ciclo do Marabaixo encerra com derrubada de mastros e escolha de festeiros



Com um misto de gostinho de quero mais e de certeza do dever cumprido, chegou ao fim o Ciclo do Marabaixo 2019, no domingo, 23. O último dia de programação movimentou os quatro barracões da área urbana de Macapá: Raízes da Favela (Dica Congó), no Centro; Berço do Marabaixo (Gertrudes Saturnino), no Santa Rita; Marabaixo do Pavão, no Jesus de Nazaré; e Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho.

 

O chamado “Domingo do Senhor”, o domingo após a celebração de Corpus Christi, marca o último dia do Ciclo. É nesta data que acontece a derrubada dos mastros nos barracões e são anunciados os festeiros no ano seguinte. No sábado, 22, a programação aconteceu na comunidade de Campina Grande, na região rural de Macapá.

As caixas rufaram desde o fim da tarde e como não poderia deixar de ser, foram servidos o tradicional caldo e a gengibirra, para animar e dar energia aos marabaixeiros. Representando o Governo do Amapá, o titular da Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), Aluizo de Carvalho, percorreu os barracões e falou da importância do apoio do Estado para a realização do Ciclo do Marabaixo, que investiu R$ 130 mil no evento, recurso que foi dividido igualmente entre os grupos realizadores.

 

“Mesmo em um momento de crise e de cortes de gastos, o govenador Waldez Góes teve a sensibilidade e cumpriu o papel institucional de valorizar e apoiar nossa maior manifestação cultural. Agora, cabe a cada um de nós, nos apoderar dessa cultura e contribuir para seu fortalecimento e valorização”, discursou Carvalho.

Em novembro de 2018, o marabaixo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No bairro do Laguinho, a festeira Laura Ramos, do grupo Raimundo Ladislau, disse que o tom era de despedida, mas a certeza era de ter dado a contribuição para o fortalecimento do marabaixo através da realização da extensa programação do Ciclo.

 

“Abrimos as portas da associação, para que o povo pudesse ver e conhecer o que é o nosso marabaixo. O Ciclo chega ao fim, mas a nossa manifestação cultural é permanente”, emociona-se Laura.

Marcados pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, os festejos iniciaram no Sábado de Aleluia, em 20 de abril, e se encerram no Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi. Na vasta programação, missas, ladainhas, retirada dos mastros pelos grupos, bailes e jantares e demais rituais que se encerram com as derrubadas dos mastros.

 

Por: Gabriel Penha / Foto: Gabriel Penha/Seafro

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