Projeto "Leguminosas do Amapá" foi aprovado em primeiro lugar no Programa de Apoio a Núcleos Emergentes de Pesquisa
Termo de outorga para liberação do auxílio financeiro foi assinado na quarta-feira, 5
Um projeto de pesquisa da Embrapa Amapá, voltado para avaliação do potencial de uso de leguminosas na agricultura e na indústria de alimentos, foi aprovado em primeiro lugar para receber recursos do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem), coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap). Também foram contempladas, por meio de edital público, seis propostas de pesquisadores da Universidade Federal do Amapá (Unifap). O prazo de execução das atividades é de três anos. No total o edital disponibilizou R$ 600 mil para os sete projetos, sendo R$ 450 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e contrapartida de R$ 150 mil do Governo do Estado.
O ato de assinatura dos termos de outorgas para concessão de auxílio financeiro, ocorreu na quarta-feira, 5/12, no prédio da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Setec), em Macapá (AP), reunindo a diretora-presidente da Fapeap, Mary Guedes, o chefe de Pesquisa substituto da Embrapa Amapá, Adilson Lopes Lima, o pesquisador Wardsson Lustrino Borges, líder do projeto da Embrapa Amapá, e os representantes das demais propostas aprovadas.
O objetivo da proposta da Embrapa é avaliar o potencial de uso das espécies da família Leguminosae de ocorrência no Estado do Amapá e prospectar microrganismos e compostos bioativos associados, visando obter ativos pré-tecnológicos com potencial de uso na agricultura e na indústria alimentícia. Busca também consolidar a integração entre grupos de pesquisa que já atuam em colaboração no Amapá, mas que, até o momento, receberam um volume baixo de recursos para financiamento de pesquisa e desenvolvimento e geração de conhecimento que possa ser aplicado, em curto prazo, aos sistemas produtivos do Estado. "Como a família leguminosa é a de maior diversidade em muitos ecossistemas, imagina-se que as espécies da família sejam capazes de produzir uma ampla faixa de moléculas bioativas que conferem capacidade adaptativa diferenciada. Assim, pode-se prospectar insumos para desenvolvimento de produtos de uso direto no setor produtivo, seja na agricultura, nos diversos ramos industriais e/ou no setor de serviços. Para a indústria de alimentos, de grande potencial no Estado do Amapá, biossurfactantes, antioxidantes e antimicrobianos de base natural são extremamente importantes", justifica o líder do projeto.
Do ponto de vista agrícola, de acordo com o IBGE o estado do Amapá se apresenta como um dos estados menos produtivos do Brasil. Um dos principais fatores que contribuem para a baixa produtividade é a elevada acidez dos solos, comum em ambientes sujeitos a elevados índices de precipitação pluviométrica. As chuvas no Amapá ocorrem, geralmente, entre os meses de janeiro e junho. Nesse período os agricultores familiares realizam os cultivos das culturas de subsistência, principalmente mandioca, feijão e milho, e na época de estiagem, julho a dezembro, parte desses produtores sobrevive do extrativismo do açaí, da castanha-do-pará e da pesca, e os demais desenvolvem atividades não-ligadas à agricultura/pecuária para garantir a renda familiar. "Um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade é a produção de alimentos para um número cada vez maior de pessoas, sem levar à exaustão e à degradação ambiental", ressalta o pesquisador. Entre as atividades a serem realizadas estão os cursos teórico-prático em propriedades de agricultores familiares peri-urbanos e no Campo Experimental da Fazendinha da Embrapa Amapá; nas Escolas Família Agrícola do Pacuí e Carvão; e na Embrapa Amapá para alunos de graduação e pós-graduação.
O projeto de pesquisa "Leguminosas do Amapá: avaliação do potencial de uso das espécies e de microrganismos e compostos bioativos associados, na agricultura e na indústria alimentícia", sob a coordenação do pesquisador Wardsson Borges, foi aprovado na Chamada Pública N. 002/2018, em cooperação entre a Fapeap e o CNPq. A proposta conta com a participação de Mellissa Sobrinho e Janivan Suassuna, professores da Educação do Campo da Universidade Federal do Amapá (Unifap), campus Mazagão, além de pesquisadores do campus Macapá da Unifap e da Universidade do Estado do Amapá (Ueap); e a execução de algumas atividades contará ainda com a colaboração de pesquisadores da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Confira a lista dos sete projetos aprovados:
PROJETO
COORDENADOR
INSTITUIÇÃO
NOTA FINAL
SITUAÇÃO
Leguminosas do Amapá:
avaliação do potencial de uso
das espécies e de
microrganismos ecompostos
bioativos associados, na
agricultura e na indústria
alimentícia.
Dr. Wardsson
Lustrino Borges
Embrapa
Amapá
90.88
Recomendado
2
Efeitos da alteração na
paisagem e dos
contaminantes ambientais
sobre a qualidade da água e
em algumas espécies de
peixes de importância
comercial na bacia
hidrográfica do rio Araguari,
Estado do Amapá, Brasil.
Dr. Alexandro Cezar
Florentino
UNIFAP
89.94
Recomendado
3
Eficácia da terapia
fotodinâmica na redução de
Candida sp. na cavidadeoral
de pacientes internados em
Unidade de Terapia Intensiva:
ensaio clínico randomizado
Dra. Ana Rita
PinheiroBarcessat
UNIFAP
75.31
Recomendado
4
Avaliação da função
respiratória e do ombro de
mulheres tratadas por câncer
de mama.
Dra. Vânia Tie Koga
Ferreira
UNIFAP
75.25
Recomendado
5
Purificação e isolamento das
substâncias obtidas do
extrato hidroetanólico das
folhas e flores da Acmella
oleracea (L.) R.K. Jansen
(Asteraceae) e avaliação da
atividade antitumoral in vitro
em linhagem celular de
câncer de mama, útero e
ovário.
Dra. Elza Caroline
Alves Müller
UNIFAP
70.25
Recomendado
6
Desenvolvimento e
caracterização de filmes
poliméricos carregados com
fitofármacos.
Francisco Fábio
Oliveirade Sousa
UNIFAP
67.99
Recomendado
7
Representações de Gênero,
Direitos Humanos e Esfera
Pública na Amazônia.
Dra. Ana Cristina de
Paula Maués
UNIFAP
67.25
Recomendado com
ajustes após
análise de
recurso
administrativo
Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Veja alguns trabalhos
Deixe seu Comentário