Projeto Vida Sim atua na prevenção da automutilação e suicídio no Hospital de Emergência



Com o intuito de alertar a população sobre a importância da implantação da lei 13.819 que institui a política nacional de prevenção da automutilação e do suicídio, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) levantou o tema como um dos principais debates na 8ª Conferencia Estadual de Saúde. O evento encerrou na sexta-feira, 14, após três dias de discussões.

A lei nacional foi sancionada em abril deste ano, porém, desde julho do ano passado, o estado do Amapá já vem desenvolvendo essas políticas através medidas como o projeto ‘Vida Sim’, que consiste na ampliação do plantão psicológico e de serviços sociais 24 horas no Hospital de Emergência (HE).

Vida Sim

Além de identificar possíveis casos de tentativas de suicídio, o projeto auxilia pacientes internados e seus familiares, bem como vítimas de violência, para a prevenção e tratamento de traumas psicológicos. Para que os usuários possam receber atendimento imediato, uma equipe multiprofissional de saúde, agora composta por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e assistente social, ficam em alerta para fazer o acolhimento de quem necessita, com o objetivo, não apenas de solucionar dores físicas, mas entender as principais causas e o estado psíquico de cada paciente.

"A atuação 24 horas desse serviço tem a missão de ajudar pacientes em processos traumáticos, pois a internação mexe muito com o lado emocional das pessoas, uma vez que elas são isoladas do convívio social e familiar. Por isso, é de extrema importância que tenhamos uma equipe completa que trate tanto de doenças físicas como emocionais", afirma o psicólogo do HE, Jefferson Melo.

Ele reforça que a pessoa pode dar entrada na emergência, fazendo uma referência sobre de dor de estômago, e se não tiver um atendimento integral, os outros profissionais não irão perceber que a causa dessa dor é uma intoxicação, porque a pessoa tomou muito remédio, ou veneno para tirar sua própria vida.

O Projeto Vida Sim é pioneiro no Brasil, e o HE é a única unidade pública que possui um serviço especifico para atender pessoas com problemas psicossociais.

“Essa iniciativa funciona como forma preventiva. O HE é porta de entrada que possibilita a esse paciente um espaço que o ajudará a repensar sobre este ato," ressaltou Melo.

Depois que as pessoas que tentam suicídio são identificadas e recebem o primeiro atendimento de emergência no HE, elas são encaminhadas para o Centro de Apoio Psíquico Social (CAPS), onde poderão receber maior suporte para o tratamento de possíveis transtornos psicológicos.

Lei 13.819

A lei nacional de prevenção da automutilação e do suicídio, foi sancionada em 26 de abril de 2019 e tem como um dos principais a notificação compulsória, que deverá ter caráter sigiloso, tanto para os casos de tentativa de suicídio como automutilação, não apenas por unidades de saúde, mas de segurança, e conselhos tutelares.

De acordo com o procurador do Estado da Saúde, Raul Silva, para que o Amapá esteja dentro dos princípios que regem essa lei, está sendo criada uma regulamentação de lei estadual, para captar recursos junto à bancada federal, para contratação de profissionais de saúde mental, criação de uma linha telefônica específica para as notificações, e campanhas de alerta.

“Esse tema precisa ser intensificado em nosso estado, pois a automutilação é uma preliminar do suicídio, e uma alerta para que o os municípios trabalhem de forma conjunta com o estado, em todos os âmbitos, tanto de saúde, segurança e educacional, para que esses problemas sejam tratados e mais vidas sejam salvas”, finaliza o Procurador.

 

Por: Jamylle Nogueira /  Foto: André Rodrigues/Sesa

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