Dia de Campo "Castanha na Roça" apresenta tecnologia para expansão de castanhais no Amapá



Neste sábado, 14 de setembro, uma equipe da Embrapa junto com parceiros, vai realizar o Dia de Campo “Castanha na Roça – renovação e expansão de castanhais no Vale do Jari”, na comunidade do Sororoca, localizada na Reserva Extrativista do Rio Cajari (Resex Cajari), município de Laranjal do Jari. A tecnologia chamada “Castanha na Roça” consiste em um modelo de manejo baseado em práticas que conciliam a agricultura com a produção florestal, neste caso específico com a castanha. O Dia de Campo é financiado pelo Fundo Amazônia, e parcerias da Fundação Jari, Instituto Estadual do Desenvolvimento Rural (Rurap), Sebrae Amapá e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). 

A programação do Dia de Campo será composta de estações abordando os seguintes temas: Mapeamento participativo de castanhais e políticas públicas, Manejo da regeneração natural e enriquecimento com castanheiras em áreas de agricultura itinerante, e Crescimento e produção no castanha na roça, possibilidades de cultivos e sistemas agroflorestais com a castanheira. Os facilitadores serão Walter Paixão de Sousa, Aderaldo Batista Gazel Filho, Ana Margarida Castro Euler, Miguel dos Santos Pinheiro, Ediglei Gomes Rodrigues, Mayko Vicente Silva, Marcelino Carneiro Guedes e Arnaldo Barbosa dos Santos. “A Embrapa trabalha com a castanha há muitos anos, é uma espécie muito importante para os agroextrativistas de quase toda a Amazônia Legal. E no Amapá significa meio de vida para mais de mil famílias. Para a existência e manutenção dos castanhais foram criados milhões de hectares em reservas extrativistas, em projetos de assentamentos agroextrativistas e em reservas de desenvolvimento sustentável”, destacou a Engenheira Florestal Pesquisadora Ana Euler.

A Embrapa Amapá realiza pesquisas em castanhais há cerca de 15 anos, incialmente de ecologia e manejo, além de estudos voltados para monitoramento da produção. Este Dia de Campo vai acontecer na comunidade do Sororoca, localizada no início da Resex Cajari, em um ambiente de transição cerrado e floresta. “Estamos mobilizando desde os castanheiros a diversos agentes que atuam na cadeia produtiva da castanha, da Resex Cajari e também em áreas de Monte Dourado, do Cupixi (Pedra Branca do Amapari), da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Uiratapuru, do Projeto do Assentamento Agroextrativista Maracá, e também técnicos extensionistas, de universidades e institutos federais, compradores e processadores de castanha”, acrescentou Ana Euler.

O Engenheiro Florestal Pesquisador Marcelino Guedes ressalta que o “Castanha na Roça” é um tipo de consórcio agroflorestal que faz parte da realidade local, pois a população da Reserva é considerada agroextrativista, ou seja, eles extraem os produtos da floresta, mas também fazem roça para cultivos agrícolas de subsistência para a família e para comercializar o excedente. Guedes explica que a técnica começa com a identificação dos “filhos” das castanheiras nas áreas do roçado. “Esta técnica consegue promover e acelerar a renovação dos castanhais, pois esta árvore depende de muito sol. Outra vantagem é que mantém a produção agrícola e da castanha”.    

Nos estudos da Embrapa ficou comprovado que há mais “filhos” nas áreas de roçados do que dentro da floresta. Em seguida, é preciso adotar medidas para proteger esses “filhos de castanheira” na hora de fazer a prática do roçado. O custo é baixo, a mão de obra é familiar, só requer equipamentos básicos como terçado, facão, enxada, que são de uso tradicional dos agroextrativistas. Marcelino Guedes cita benefícios múltiplos do manejo: “A castanheira é a árvore símbolo da conservação da Amazônia, com isso mostramos que a melhor forma de proteger esta região é a conservação pelo uso sustentável dos seus recursos naturais, uso com manejo adequado. Se você usa e valora, o extrativista será sempre o mais interessado em proteger a floresta”.  

 

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96

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