Estelionatário mais procurado do Brasil é preso em Macapá



Vigarista profissional preparava em Macapá o golpe mais bem elaborado de sua trajetória de crimes: a montagem de uma organização não governamental que seria mantida com volumosas doações do empresariado local

 

Polícia Civil do Amapá prendeu, na quarta-feira, 19 de fevereiro, um dos estelionatários mais procurados pelas polícias de oito Estados (Pará, Ceará, Sergipe, Rondônia, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul). Ângelo Vitor Moreira da Costa, 35 anos, estava em Macapá desde janeiro, preparando mais outro de seus incontáveis golpes: a montagem fictícia de uma Organização Não Governamental com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs). Na capital amapaense, Vitor, como se apresentava às dezenas de jovens profissionais, pessoas em início de carreira, desempregadas, que arregimentava com suas ideias mirabolantes e uma capacidade de convencimento admirável, montou uma verdadeira rede de colaboradores apenas prometendo emprego e renda.

A última prisão de Ângelo Vitor Moreira da Costa foi efetuada pela polícia do Estado do Pará, após dezenas de denúncias de vítimas dos golpes aplicados pelo vigarista por meio de sites de compra e venda. Vitor também havia contraído uma dívida de aproximadamente R$ 40 mil só de aluguel de um apartamento. Ele ocupou o imóvel logo após desembarcar na capital paraense, no começo de 2017, e nunca pagou um mês de aluguel. Ao registrar a ocorrência do golpe na delegacia, o locador forneceu minuciosas informações sobre o perfil do golpista, com descrição detalhada da aparência e dos hábitos dele.

Ao perceber que o calote fora denunciado, Ângelo Vitor Moreira da Costa aproximou-se mais ainda de um artista plástico belemense com quem fizera amizade por meio das redes sociais, fazendo dele outra de suas vítimas. Proprietário de uma escola de pintura, o homem, cujo nome consta em um dos alentados inquéritos em trâmite contra Vitor, foi convencido pelo golpista a pagar por uma suposta vaga de radialista em uma das emissoras de rádio local. Por semanas, a vítima, que também havia dado abrigo ao seu algoz, repassou consideráveis quantias em troca do hipotético emprego.

Em Macapá, Ângelo Vitor hospedou-se em um pequeno hotel, localizado no centro da cidade, tornando-o o centro de suas operações criminosas. O primeiro passo foi sedimentar laços de amizade com o casal de proprietários do estabelecimento, o que não foi muito difícil para ele pela eloquência e carisma que exibia sem moderação. Por meio dessas pessoas, passou a divulgar o mirabolante projeto de criação de uma ONG voltada para o desenvolvimento de ações sociais focadas somente nas famílias em situação de vulnerabilidade. Uma proposta atraente para muitos, principalmente para jovens em começo de carreira profissional, ansiosos em participar de um projeto com essa abordagem. Utilizando o poder de convencimento, disseminou a ideia de uma empresa do terceiro setor, supostamente sediada em São Paulo, de onde, afirmava ele, recebia os recursos necessários para implantação da ONG. Não foi difícil para Vitor reunir em seu entorno considerável número de pessoas bem intencionadas e, principalmente, atraídas pela promessa de trabalho e renda.

 

Por Emanuel Reis

Fonte: https://amazoniaviaamapa.wordpress.com/2020/02/19/estelionatario-mais-procurado-do-brasil-e-preso-em-macapa/

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