Ordem para decapitar e torturar adolescente no AP partiu de dentro de presídio, diz polícia



A tortura e decapitação do adolescente Eduardo da Silva dos Santos, de 17 anos, no sábado (1º), no interior do Amapá, foram ordenadas de dentro de presídio, segundo a versão dada à Polícia Civil por um dos quatro suspeitos detidos. A ação foi filmada pelo grupo e compartilhada por eles nas redes sociais. A polícia cita que o crime tem envolvimento com organizações criminosas instaladas no estado.

O homicídio aconteceu na área rural do município de Mazagão, com sede localizada a 32 quilômetros de Macapá. Três pessoas foram presas e um adolescente apreendido, suspeitos de envolvimento no caso. O grupo estava dentro de um táxi quando foi parado pela Polícia Militar (PM) perto do local do crime.

O titular da 5ª Delegacia de Polícia (DP) do município, Anderson Ramos, detalha que todos os suspeitos confessaram envolvimento no crime, que teria sido motivado por um acerto de contas entre facções criminosas rivais. O motorista do táxi afirmou ao delegado que recebeu ordens de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

"Foi o taxista que escolheu o local da execução e, segundo ele, teria sido ordem de uma liderança de dentro do Iapen. Foi armada uma emboscada e a vítima acreditou que estava indo buscar drogas. No meio do caminho, entraram no carro os demais integrantes da facção rival, que foram batendo e torturando a vítima da ponte do Rio Matapi até o Ramal do Camaipi", detalhou Ramos.

A ponte fica localizada entre Santana e Mazagão, na Região Metropolitana. O Ramal do Camaipi fica na área rural de Mazagão, a cerca de 15 quilômetros da sede do município. Já a área onde o corpo foi decapitado fica a cerca de 7 quilômetros da entrada desse ramal, segundo a polícia.

O delegado caracteriza que o crime foi executado com requintes de crueldade e disse que, segundo os próprios suspeitos, a intenção era que a vítima sofresse bastante. A execução teria sido feita desta forma para "demonstração de poder".

"Depois de a vítima ser levada a coronhadas e socos, e amarrada com fita adesiva, eles chegaram ao local da execução e desferiram golpes de terçado de forma bem lenta, para que a vítima sofresse bastante mesmo", explicou Ramos.

Ainda de acordo com o delegado, toda a ação foi filmada e compartilhada nas redes sociais pelos próprios criminosos. Todos os celulares que estavam com o grupo foram recolhidos para serem investigados.

"Eles mesmos filmaram e divulgaram tudo. Só não conseguiram divulgar todas as imagens registradas, mas constatamos que nos aparelhos estavam os vídeos e fotos da tortura da vítima, assim como imagens da decapitação. Os aparelhos foram recolhidos e também devem ser analisados pela perícia", contou o delegado.

Dos quatro suspeitos, com idades entre 17 e 24 anos, três - exceto o motorista do táxi - já tinham passagens pela polícia por outros crimes.

 

Entenda o caso

O crime foi registrado pelo Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes) por volta das 23h30. A PM investigava um furto de gado na região conhecida como “Ramal do Camaipi”, quando encontrou o carro com os acusados sujos de sangue. Após a abordagem, eles confessaram o homicídio mas deram diferentes versões para o crime.

O adolescente decapitado foi encontrado pelos policiais no local indicado pelos suspeitos, em área de mata. O terçado usado no crime não foi encontrado, entretanto, a PM apreendeu três armas de fogo de calibre 38 no veículo usado no homicídio, sem nenhuma munição deflagrada.

 

Fonte: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2019/06/03/ordem-para-decapitar-e-torturar-adolescente-no-ap-partiu-de-dentro-de-presidio-diz-policia.ghtml

Os três suspeitos maiores de idade tiveram a prisão preventiva decretada em audiência de custódia e foram encaminhados para o Iapen. O adolescente envolvido no caso foi encaminhado ao Centro de Internação Provisória (CIP).

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