Mãe de bebê encontrado morto em casa no AP é presa em flagrante por asfixia
A Polícia Civil prendeu em flagrante a mãe do bebê de quase 2 meses encontrado morto asfixiado na manhã desta segunda-feira (19), em periferia na Zona Leste de Macapá. Um inquérito foi aberto sobre o caso, que é tratado como homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
O delegado César Ávila ouviu a mãe pela manhã na Delegacia Especializada em Crimes Contra Pessoa (Decipe), e decidiu mantê-la presa. Em depoimento, a mulher afirmou que dormiu enquanto amamentava o menino.
"Ela falou que alimentou o bebê durante a noite, por volta de meia-noite, dando de mamar. Nisso, terminou adormecendo com a criança no peito. Quando acordaram, o marido viu que a criança estava pálida e fria. [...] O legista já me adiantou que a causa da morte foi asfixia, que ele morreu com o peito ou alguma outra coisa que tapou as vias aéreas e ela faleceu por causa disso", detalhou Ávila, que aguarda a conclusão do laudo.
O menino não havia sido registrado até esta manhã - a certidão de nascimento foi emitida para que a de óbito também pudesse ser produzida. Ela não explicou porque não havia registrado o filho, e também negou que houvesse consumido bebida alcoólica antes de amamentar.
Para o delegado, ficou claro que a mãe foi irresponsável.
"Há uma suspeita de que possivelmente ela ingeriu bebida alcoólica antes, e adormeceu com a criança no peito, mas ainda não confirmamos essa versão. Entendi que ela foi negligente devido à pouca idade da criança e achei por bem fazer o flagrante dela por homicídio culposo, tendo em vista de que ela faltou com o dever e cuidado da criança", afirmou.
Os vizinhos descreveram para policiais militares que viram os pais consumirem bebida alcoólica desde domingo (18) e que o consumo é recorrente.
O delegado arbitrou fiança de R$ 700 para ser liberada. O valor deve pode ser pago até a audiência de custódia - que deve ocorrer até terça-feira (20). Até as 14h, a mãe seguia presa, segundo a polícia. O pai do bebê não foi detido porque não foi identificada responsabilidade dele quanto à morte.
Além do menino, também estavam na casa outros dois irmãos dele menores de idade; esse era o 8º filho da mulher.
"É um caso que deixa a gente numa situação delicada, porque envolve mãe e filho. Mas foi uma negligência. Era uma criança, não era um brinquedo. é necessário ter cuidado, atenção, senão acontece esse tipo de coisa. Se a gente não faz os procedimentos, deixa o consciente coletivo de que pode largar no mundo, matar e não acontece nada. Tem que proteger os bebês", pontuou o delegado.
Até a última atualização desta reportagem, o G1 não conseguiu localizar a família.
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