Agentes públicos e particulares são alvo de operação para combater exploração ilegal de madeira



O alvo da investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) é uma organização criminosa formada por agentes públicos e particulares, que ainda não terão os nomes revelados. Eles atuavam em uma madeireira e em, pelo menos, dois órgãos do governo do Estado do Amapá. As medidas de busca e apreensão, cumpridas pela PF, nesta quarta-feira (6), no âmbito da Operação Traquinagem, atendem a pedido do MPF.

Segundo apuração inicial, o diretor do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (Imap), em 2017, utilizou laranjas para assumir a direção de madeireira que era de sua propriedade. Criada com o propósito de receber investimentos estrangeiros, a empresa se limitou a serrar madeira, em razão das negociações terem se tornado infrutíferas. O empreendimento também foi utilizado para comercializar madeira doada ao estado, o que é ilegal. O serviço contou com a participação de dois ex-deputados estaduais, um deles secretário do alto escalão do governo do Estado, além de um advogado cujo apelido dá nome à operação.

As investigações apontam que, após o encerramento formal das atividades, as movimentações no Sistema de Documento de Origem Florestal (DOF), em nome da empresa, continuaram a ocorrer. Em um intervalo de dois meses foram transportadas, ilegalmente, 25 carretas de madeira. No mesmo período, também foram emitidas 79 DOFs, que resultaram no “esquentamento” de aproximadamente 400 m³ de madeira.

Até o momento, a atuação do grupo indica a ocorrência de crimes ambientais, ocultação de patrimônio, peculato, corrupção ativa e passiva. Após a perícia nos elementos colhidos na Operação Traquinagem, o MPF deverá adotar as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar os integrantes da organização criminosa.

Combate à macrocriminalidade – A operação se insere na Ação Coordenada para o Enfrentamento à Macrocriminalidade Ambiental no Amapá, criada por iniciativa dos membros do MPF que atuam na matéria ambiental no estado. A finalidade é tornar mais efetiva a investigação nos casos que tratem de fatos relacionados. Em dezembro do ano passado, a procuradora-geral da República Raquel Dodge assinou portaria designando os procuradores da República para atuar de forma conjunta, inicialmente, em sete inquéritos.

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