Setap afirma que Câmara de Vereadores foi omissa e tenta desvirtuar debate sobre transporte público



O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) repudiou a forma como tem sido conduzido o debate sobre o reajuste tarifário na Câmara de Vereadores de Macapá. Para a entidade, há uma inversão de pautas e questões que são de responsabilidade do município tem sido cobradas das empresas de ônibus, como a construção de abrigos e pavimentação de ruas.

De acordo com o Setap, a situação só chegou a esse nível porque a Câmara foi omissa em debater a questão ainda no ano passado, quando foi protocolado estudo junto ao Conselho Municipal de Transportes, onde a casa de leis tem assento. Além disso, todos os últimos reajustes que passaram pelo conselho tiveram voto favorável da Câmara, o que demonstra uma contradição entre o discurso e a prática.

No próximo dia 16 de maio, o presidente da CTMac, André Lima, foi convocado a prestar explicações aos vereadores. Para o Setap, é uma boa ocasião de se esclarecer os motivos que levaram a atual situação do setor de transporte público. Somente com a atuação dos clandestinos, que o poder público não consegue fiscalizar, o prejuízo remonta há mais de R$ 3 milhões por mês.

Décio Melo, presidente do Setap, diz que as empresas têm sido tratadas como algozes do sistema, ao passo que são as grandes vítimas junto com a população. Quando o valor atual da tarifa foi aprovado em abril de 2017 pelo Conselho Municipal de Transportes o valor do diesel somado aos aditivos era de R$ 2,6868. Atualmente, o valor chega a R$ 4,0227, uma variação de 49,74%.

Outro fator que não está previsto do cálculo da tarifa vigente são os reajustes dos trabalhadores rodoviários. Desde abril de 2017 foram dois reajustes e patrões e empregados já discutem o reajuste de 2019. Somados, os reajustes de 2017 e 2018 representam uma variação de 8,21% além de 9,09% no valor da cesta básica.

Outros fatores que comprometem o sistema e provocam uma variação de 8,52% (entre 2016 e 2018) no passageiro equivalente, a falta de estrutura viária para o transporte urbano (a malha diária está sem condições de tráfego e não corredor exclusivo para ônibus), a explosão do transporte alternativo por aplicativo e de veículos piratas sem a fiscalização das autoridades, além da a criação de inúmeras gratuidades sem a indicação da fonte de custeio. O Setap cita o exemplo da tarifa social, que existe há mais de 10 anos e que possibilita o pagamento de meia passagem ao passageiro pagante nos documentos e feriados, mas sem indicação de subsídio da outra metade da passagem.

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