Cadastramento de Louceiras do Maruanum permite emissão da carteira nacional de artesão



Dezenove louceiras das comunidades tradicionais do Carmo do Maruanum, São João do Maruanum II e Santa Luzia do Maruanum I, zona rural de Macapá, vão receber a Carteira Nacional de Artesão, 13 delas pela primeira vez. O benefício é resultado do cadastramento feito por técnicos da Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo (Sete) nas três localidades no período de 21 a 25 de agosto deste ano.

A emissão da carteira é realizada pelo Programa de Artesanato Brasileiro (PAB), via Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), do Governo Federal. No Amapá o cadastro é realizado pela Sete e teve por objetivo permitir que as artesãs do Maruanum possam participar, por exemplo, de feiras nacionais, internacionais, locais e até encaminhamento para acesso ao crédito, além de terem sua identidade profissional reconhecida como artesãs.

As louceiras do Maruanum, como são popularmente conhecidas, trabalham há décadas com a produção de cerâmica tradicional, louças e utensílios domésticos como vasos, panelas, fogões, agdás, pratos, entre outras peças artesanais.

Os dados pessoais, sociodemográficos, atividade, financeiro e de produção das louceiras do Maruanum coletados durante o cadastramento feito pela Sete, apontam que 13 artesãs receberão pela primeira vez a carteira nacional e 6 vão renovar o documento, emitido pelo Governo Federal. Elas têm faixa etária de 16 a 89 anos, a maioria entre 30 a 59 anos. Quanto ao estado de origem, 18 são amapaenses e apenas uma paraense. Com relação à cor, todas se autodenominaram preta. Das 19 louceiras que receberão a carteira nacional de artesão, 10 possuem o ensino fundamental completo, 5 o ensino médio, 3 nível superior e 1 alfabetização de adulto. A tradição familiar é o principal fator para a continuidade do trabalho de confecção de peças.

Outro dado relatado no relatório e que preocupa as louceiras do Maruanum é a escassez de matéria-prima para produção das peças.

“Na comunidade a gente tem dificuldade para encontrar a resina vegetal de Juitaicica e a casca do Caraipé. São duas importantes matérias-primas extraídas da natureza e utilizadas no ritual de preparação da argila para a confecção das louças e outros utensílios”, informou Marciana Nonata Dias, artesã da comunidade quilombola de Santa Luzia do Maruanum I.

De acordo com a secretária do Trabalho e Empreendedorismo, Marcella Chesca, a ida ao Distrito do Maruanum foi uma atividade do Núcleo de Artesanato e Produção Familiar (NAPF) da Sete e tem por finalidade dar apoio aos artesãos tradicionais e regularizar a atividade com a emissão da carteira profissional.

“Já percorremos dezenas de comunidades distantes da capital em busca do reconhecimento oficial dos artesãos como profissionais. Muitos deles possuem peças expostas para comercialização na Casa do Artesão. Em muitos casos, nossas equipes vão até as localidades para ajudar a escoar a produção ou transportar a matéria-prima. As louceiras do Maruanum merecem nosso respeito e reconhecimento pela tradição mantida há várias gerações”, concluiu a gestora da Sete.

 

Por: João Clésio /  Foto: Ascom/Sete

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