7º Festival Bem Ali: A evolução da cena alternativa no Norte do Pais



Nascido em 2015, com shows na então Praça da Árvore, espaço público e aberto no centro da capital do Tocantins, Palmas, o Festival Bem Ali chega, cabalisticamente, este ano a sua sétima edição. Com transmissão pelo Youtube (https://www.youtube.com/c/ÁrvoreSeca), neste domingo, 17, a live do festival começa às 17h e comemora com uma programação que bate o recorde de presença feminina no line-up. 

Ao todo são seis anos de trajetória. O Bem Ali é hoje o segundo maior festival de música independente do Tocantins e chegou a ter duas edições em um só ano. Em 2020, assim como outros eventos do mesmo porte pelo Brasil, por conta da pandemia, o evento entrou em hiato. Graças ao incentivo da Lei Aldir Blanc, em 2021 pode sair do papel, mesmo que acontecendo virtualmente.   

Criado para dar palco e oportunizar espaços para que as bandas autorais da cena independente palmense pudessem se apresentar com certa frequência, com sua sétima edição, o Bem Ali chega a marca de 23 shows com bandas tocantinenses em sua programação durante sua história. 

Este ano, seis bandas tocantinenses se apresentam presencialmente no Teatro do Sesc Palmas para a live do domingo. Boca de Cantora e Os Piaba, Imaginário Mundo, Magoo e o Bando Urtiga, Big Marias, Indxxr e Kanichi. Essa última escolhida durante a tradicional seletiva do Festival, que tem votação pelo Instagram da produtora Árvore Seca, realizadora do evento.   

Completam a programação cinco bandas convidadas de outros estados: Stolen Byrds (PR) e Red Mess (PR), que já tocaram em outras edições do evento, Disaster Cities (SP), Papisa (SP) e Petit Mort (ARG/BRA), duo que é a atração internacional deste ano. 

Na montagem do line-up, dentre os critérios para decidir as atrações de fora do Tocantins, a curadoria foi atrás de bandas que estavam com materiais novos ou com lançamentos previstos para emplacar no festival. É o caso da Stolen Byrds, Disaster Cities e Red Mess.  

Regionalmente, parte dos artistas escolhidos para integrar a programação são calouros no Bem Ali ou são aquelas bandas que capricharam na produção de novas músicas durante o último ano, como Magoo e Bando Urtiga que lançou em julho o álbum 'As crônicas de Sucupira Gotham City. 

Primando por uma diversidade musical e estética, a curadoria decidiu delegar a tarefa de encerrar os shows de transmissão à banda de trap  tocantinense Indxxr. Mesmo não sendo novidade na cena local, o grupo tem público cativo no Estado e grande engajamento nas redes sociais. Especialmente para o Bem Ali, os rappers criaram uma proposta de uma apresentação especial, com o tema '2077'. 

"Em um mundo onde os recursos são escassos, atmosfera seca e árida, com resquícios tecnológicos, nossos personagens vivem em comunidades no chão e no lixo, enquanto uma pequena parcela milionária vive nos céus, em seus carros voadores ultramodernos. S.A. Collab é a gang dos manos, que trampam motivando os menores das comunidades a continuar no corre através do movimento de rua", explica Arthur Lunnar da banda Indxxr. O domingo promete.  

Referência no cenário independente da Região Norte e com boas apostas na música autoral, o Bem Ali se tornou uma plataforma de música e cultura que vem impulsionando a carreira de novas bandas, cantores e cantoras no Tocantins. Explorando novos formatos e possibilidades impulsionadas pelo online, este ano, além da live do festival, a produtora Árvore Seca decidiu lançar cinco sessions gravadas com artistas do TO. Jorge Gabriel, Raia, Wizened Tree, Lado 63 e Em Agosto Chove ganharam videoclipes que também foram disponibilizados no canal do YouTube e Instagram da Árvore Seca. 

Fábio Henrique, co-fundador do produtora Árvore Seca, acredita que o importante é o novo e adaptação ao formato que a pandemia permitiu. "É claro que gostaríamos de realizar o evento presencial, mas somos responsáveis e sabemos que nesse momento ainda não é possível. Mas sabemos também o quanto o Bem Ali é um evento esperado tanto para o público, quanto para as bandas, que contam com a possibilidade de estar na programação do festival. A gente sabia que precisava fazer, então criamos uma proposta dentro do contexto que vivemos. Convidamos artistas de diferentes sonoridades para ajudar, colaborar e construir o evento online. Para então conseguir divulgar o trabalho dessa galera, expor essas criações que não podem ficar paradas. O digital potencializa a possibilidade de jogar pro mundo tudo de bom que a cena tocantinense autoral da música vem produzindo, e o Bem Ali vai ajudar nisso. O formato é híbrido. Localmente as bandas do Estado se apresentam ao vivo para a live, enquanto as bandas de fora enviaram material especialmente pra gente. Estamos experimentando, mas acreditamos que o ineditismo da proposta trás curiosidade, e, por isso, vai dar certo". 

 

Lei Aldir Blanc 

A sétima edição do Bem Ali de 2021 é um projeto fomentado pela Lei Aldir Blanc, através da Agência de Desenvolvimento, Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado do Tocantins. Através desse fomento, a produtora Árvore Seca também realizou neste ano o MIRAGE - Festival de Vídeo Mapping do Tocantins, que ocorreu no último dia 13 de agosto na Praça dos Girassóis. 

Veja alguns trabalhos

 



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