Projeto 2º Jogos Abertos de Macapá encerra atividades de 2021 com Torneio de Artes Marciais


Participantes eram crianças e adolescentes de projetos sociais da capital, que receberam kits com material esportivo e medalhas.


Técnica, suor, vontade de vencer, ataque, defesa, contra-ataque, vitória e derrota. Foi isso que foi visto nos dias 14 e 15 de dezembro durante o Torneio de Artes Marciais, realizado pela Prefeitura de Macapá através da Coordenadoria de Esporte e Lazer (Comel). A programação fez parte do projeto 2º Jogos Abertos, marcando o encerramento das atividades do mesmo.

O torneio foi realizado no ginásio esportivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP) e contou com a participação de mais de mil atletas de diferentes tipos de luta: capoeira, karatê, boxe, muay thai, judô e jiu jitsu. O objetivo do campeonato foi promover e incentivar a prática de artes marciais.

Após a cerimônia de abertura com discursos de autoridades, como o prefeito de Macapá, Dr. Furlan, o coordenador da Comel, Cleudo Trindade e o vereador Edinoelson Careca, o primeiro dia de competição iniciou, com os lutadores de jiu jitsu e judô mostrando suas técnicas. A maioria crianças e adolescentes oriundos de projetos sociais, como Cangapé, Tatame para Todos, Quilombo Brasil e Heróis da Fé.

Por falar em tatame, três foram disponibilizados na quadra para a exibição das lutas, que iam desde crianças de três e quatro anos de idade até adolescentes de 16 e 17 anos. Ao final das lutas, os atletas recebiam medalhas de premiação.

“O Torneio de Artes Marciais promovido pela Prefeitura foi um sucesso! Mais de 50 projetos sociais participaram do evento, levando crianças e jovens atletas para competir em diversas modalidades. Me sinto revigorado em vê-los animados e envolvidos nessa vida desde cedo’’, destaca o prefeito de Macapá, Dr. Furlan.

‘’O coordenador Cleudo Trindade acompanhou de perto todo o evento e mandou muito bem na organização. Agradeço também ao senador Davi Alcolumbre pela emenda parlamentar que possibilitou a aquisição de equipamentos. Acredito no poder do esporte e vamos continuar incentivando a prática de todos eles em nossa cidade”, complementa.

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Artes Marciais
O judô surgira no Japão, em 1882, pelas mãos de Jigoro Kano. Jennifer Oliveira, 17 anos, é uma aluna dessa arte. “Pratico judô há quatro anos, aprendi com meu professor, o Cleber Barsan. Me ‘encontrei’ no judô, pois era muito bruta e eufórica. No esporte, aprendi disciplina e respeito. Já participei de dois torneios. No primeiro fiquei em terceiro lugar, que era uma seletiva estadual, e no segundo fiquei em segundo lugar”, conta a atleta.

O Jiu-Jitsu (ou Jujutsu) também viera do Japão e Thiago Pereira, 18 anos, do projeto Tatame para Todos, contou um pouco de como começou a praticar a arte marcial. “Comecei a gostar do Jiu-Jitsu por causa dos torneios que via na internet, alguns amigos meus faziam e resolvi praticar também, a arte marcial me ensinou uma forma melhor de viver. Pratico há três meses e aprendi com o professor Fabrício. O esporte me ajudou a me manter afastado de muitos problemas ao meu redor”, revela.

Competição
No segundo dia de competição, aconteceram as lutas de muay thai, boxe, capoeira e karatê. Dessa vez, havia um ringue para as lutas das duas primeiras modalidades e um tatame para as lutas das duas últimas.

Os alunos de capoeira abriram o evento com muita música, cantoria e movimentos. As crianças se limitavam a fazer giros com o corpo e chutes de longe. Já os adolescentes eram mais ousados: faziam cambalhotas e tentavam acertar o oponente. Por vezes eles conseguiam e derrubava-os, mas nada fatal e a exibição continuava normalmente.

Dividida em dois tipos, regional e angolana, a capoeira pode ser considerada um manifesto cultural, uma dança ou uma luta. Não há registros oficiais sobre o surgimento da capoeira no Brasil, apenas tradição oral de que surgiu com a vinda dos africanos.

Segundo a atleta Andressa Gomes, de 20 anos, a capoeira ajudou em situações perigosas. “Houve uma vez, há alguns anos, que eu estava voltando da escola e um rapaz tentou me assaltar, começou a me bater e, graças a capoeira, consegui me defender e escapar daquela situação’’, explica.

O esporte chegou ainda mais cedo na vida de Andressa, que integra o Quilombo Brasil. A capoeira contribuiu na melhora da saúde mental e a física. ‘’Quando era criança, não entendia a arte, virava para minha mãe e falava ‘Aquele pessoal de roupa branca, bonito, jogando!’. Só entendi com treze anos. No ano seguinte, minha mãe me inscreveu na capoeira porque ficava muito tempo em casa, não gostava de sair e interagir. Mas depois que comecei a praticar, melhorei muito, consigo conversar melhor e fazer amizades”, reforça a atleta.

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Lutas
O boxe e o muay thai, também conhecidos como pugilismo e boxe tailandês, respectivamente, são artes marciais parecidas e suas diferenças são pouco notadas. A principal é o uso das penas para ataque e defesa: na primeira, não se usa. Na segunda, sim. Suas origens remontam à Grécia antiga e Tailândia. A ideia de ambas lutarem em ringue veio dos romanos, que desenhavam um círculo no chão para os adversários duelarem.

O professor de boxe da equipe Heróis da Fé, Mateus de Oliveira, destaca a empolgação dos alunos para o primeiro evento. “Fundei o Heróis da Fé há um ano e três meses e sou desportista desde 2005. Comecei na capoeira, passei pelo muay thai e agora luto boxe. É o início de uma nova jornada para os meus alunos, é o primeiro evento deles, pois não há muitos de boxe em Macapá’’, disse.

Estreante no ramo das competições, a aluna de muay thai do projeto Campeões do Futuro, Cleonice Souza, de 15 anos, amou a adrenalina. “Esse é meu primeiro torneio. Faço muay thai há seis meses. Conheci a arte por causa do meu irmão que fazia. Ele me convidou para praticar, fui e gostei”, afirma.

No karatê não foi diferente, com várias histórias de pessoas que vivem o esporte, como o caso do Robson Felipe, de 16 anos, lutador de karatê desde os 7 anos.

“Aprendi karatê com vários senseis (professores). Minha irmã quem me levou para ver os caratecas praticando e me encantei. Quis experimentar e continuei. Ganhei diversos torneios, campeonatos e medalhas: sou tricampeão de karatê na modalidade Junior. Ganhei quatro medalhas de outro, uma de prata e uma de bronze em torneios estaduais. Participei também de torneios em Breves e em Goiânia. Nesse último, fui campeão e medalha de prata em um campeonato de clubes”, comemora.

Fomento ao esporte
De acordo com o coordenador da Comel, Cleudo Trindade, o esporte tem a capacidade de transformar vidas. “Nossa intenção era terminar o ano fomentando o esporte. No torneio, entregamos materiais para quem não tem, pois nem todo atleta tem condições de comprar material. As artes marciais são muito praticadas em nosso estado, através de projetos sociais. Há, na capital, grupos de todas as modalidades, como vimos no evento. Todos os desportistas que estavam participando receberam seu kit e sua medalha, independente de ganharem ou perderem na arena. No final, todos saem vencedores”, finaliza.

 

Por Bruno Monteiro

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