Amapá Digital | Sexta-Feira, 08 de novembro de 2024.
Momento anuncia o início das encenações das batalhas entre mouros e cristãos, divididas entre os dias 24 e 25 de julho.
Eram pontualmente 4 horas da madrugada desta quarta-feira, 24, quando o silêncio foi rompido pelos toques das caixas, em frente à residência do senhor Dorival Dias Videira, de 55 anos, em Mazagão Velho. Ali, reside também o neto dele, Jorge Heitor, de três anos, que este ano interpreta a figura do Menino Caldeirinha, na tradicional Festa de São Tiago, que recebe o apoio do Governo do Amapá.
A alvorada anuncia o início das encenações das batalhas entre mouros e cristãos, divididas entre os dias 24 e 25 de julho. No primeiro dia é encenada, pela tarde, a “Entrega dos Presentes” e o Baile de Máscaras, a noite. No dia 25, são encenados os demais episódios, que terminam com a aparição de Tiago.
Com fogos colorindo o céu e salvas de tiros de som quase ensurdecedor, os festeiros rumaram para dentro da casa localizada na rua Senador Flexa, onde é dançado o “Vominê”, ritual inerente à tradição mazaganense. O ritmo e os versos lembram ainda mais a África antiga, de onde o legado cultural foi trazido no século 18.
“Fazer parte dessa tradição é uma honra”, resume o caixeiro Leonardo Videira, um dos que conduziram a comitiva.
As alvoradas, com os toques das caixas e a dança do Vominê, acontecem também nas casas onde residem as figuras de São Tiago, São Jorge e na residência do saudoso Agostinho Maciel da Penha, onde são guardados os estandartes (bandeiras) mouro e cristão.
Tradição trazida da África
Trazida da África no século 18, a Festa de São Tiago remonta à fundação da Vila de Mazagão Velho pela Coroa Portuguesa, no ano de 1770.
Atualmente, a tradição movimenta a comunidade em 12 dias de programação, que inclui a parte religiosa, cultural, e atrações artísticas no balneário às margens do rio Mutuacá.
Por Gabriel Penha
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