Indígena

Expo Favela Innovation Amapá promove visibilidade à cultura indígena em feira de negócios


Evento realizado em uma parceira entre o Governo do Estado e a Cufa-AP se caracteriza pela valorização da diversidade cultural.


A 2ª edição do Expo Favela Innovation Amapá, patrocinado pelo Governo do Estado, promove a visibilidade da cultura indígena durante a feira de negócios, que reúne artistas e empreendedores da periferia até o sábado, 10. O evento é uma vitrine de negócios que tem o objetivo de conectar empreendedores com o poder público e a sociedade.

Na Feira de Expositores, no Centro de Exposições do Sebrae Amapá, artesãos e escritores indígenas têm a oportunidade de participar de rodadas de negócios e vender suas produções, além de trocar experiências no evento que também contempla palestras, workshops, exposições, mentorias, debates, cursos, saraus e shows. 

“Essas chances são fundamentais para mudarmos vidas. É uma conquista que temos que agradecer ao Governo do Amapá, por contribuir para nos ofertar um espaço que dá visibilidade à literatura indígena. Aqui, as pessoas têm a oportunidade de conhecer a nossa escrita, cultura, as artes plásticas, como a cestaria, as louças e bijuterias. É chegada a hora das pessoas virem aqui e conhecer”, destacou a professora Cláudia Flor D'Maria, de 46 anos, que faz parte da etnia dos Itaquêra.

A programação gratuita é realizada em uma parceira entre o Governo do Estado, a Central Única das Favelas (Cufa/AP) e a Favela Holding. Além de reunir uma diversidade de empreendimentos, que contribui para a inclusão de pessoas que não têm muitas oportunidades, a iniciativa assume um papel social importante nesta edição, que é desassociar o estigma marginalizado, por vezes vinculado às periferias.

Mapige Gemaque, de 42 anos, é artesã e faz curadoria na Feira Camelódromo, dentro da Expo Favela. Ela fala da importância de voltar o olhar para o que é produzido nos territórios e nos 16 municípios do estado, valorizando a bioeconomia e empreendimentos “invisíveis” à sociedade.

“É importante e significativo, principalmente para o artesanato, ter um local para mostrar o que é criado nas periferias, nas favelas e nas aldeias, impulsionando a economia criativa. Essa feira oportuniza vendas, gera negócios e os expositores recebem pedido de encomendas de seus produtos. Dentro do nosso segmento, 85% dos fazedores de cultura são mulheres”, ressaltou Mapige.

Dil Palikur, de 37 anos, está expondo o artesanato feito pelas mulheres indígenas, da etnia Palikur. Ela explica que o trabalho delas têm que ser mostrado e que as pessoas têm que saber de onde as sementes são tiradas e porque miçangas são usadas, para produzir colares, brincos e pulseiras.

“Minha comunidade mora no município de Oiapoque. Sou artesã desde 11 anos, e o que sei aprendi com minha mãe. É essencial participar dos eventos que nos dão a chance de mostrar nosso artesanato. Agradecemos muito ao governo do estado, pois esse evento é muito importante para nós”, concluiu Dil.

Por Ana Anspach

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