A Assembleia Legislativa do Estado do Amapá (Alap) lançou, na manhã desta terça-feira (19), a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, com o tema: "Vozes que Calam: A Dor de Quem Fica". "O ativismo busca fortalecer as políticas públicas voltadas para as mulheres, especialmente no combate à violência de gênero", afirmou a presidente da Alap, deputada Alliny Serrão (União).

A campanha começa no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e segue até 5 de dezembro. A proposta é sensibilizar e mobilizar a sociedade, reforçando que o combate à violência contra as mulheres é uma responsabilidade coletiva. Com relatos reais e emocionantes, a iniciativa destaca a urgência de proteger as mulheres e prevenir tragédias que impactam toda a comunidade. "Com essa campanha, a Assembleia reafirma o compromisso de transformar a dor em ação, inspirando políticas públicas e promovendo a conscientização social para que nenhuma mulher seja silenciada e nenhuma família tenha que carregar essa dor novamente", disse Alliny Serrão.

Para a deputada Edna Auzier (PSD), o feminicídio deixa marcas profundas nas famílias das vítimas. "A campanha traz à tona essas histórias, mostrando a realidade de quem enfrenta o luto e a ausência de mães, filhas, esposas e irmãs vítimas da violência de gênero", afirmou.

Ana Tereza Almeida da Silva, irmã da empresária Kátia Silva, assassinada em 8 de julho de 2020, participou do evento. O crime ocorreu na frente da casa de um dos filhos da vítima. O autor, um policial civil, foi preso em flagrante, e o caso foi registrado como feminicídio. "Com essa iniciativa, a Assembleia Legislativa dá voz às famílias das vítimas, que compartilham suas experiências para alertar a sociedade sobre os impactos devastadores do feminicídio. Mais do que números, são histórias de vidas interrompidas e de famílias que convivem com a saudade e lutam por justiça", disse Ana Tereza.

Durante o evento, foram assinados ofícios encaminhados ao governador Clécio Luís. Entre eles, a indicação 4.174/24-AL, que propõe a criação do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDM), e a indicação 4.175/24-AL, que sugere a atualização da estrutura do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Amapá (Cedimap), conforme previsto no Art. 199 da Lei 2.713/2022.

Na solenidade, estiveram presentes a delegada da Delegacia da Mulher do Estado do Amapá, Sandra Dantas; a presidente do Conselho dos Direitos da Mulher, Alzira Nogueira; representando a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no Conselho da Mulher, Cristiane Barros; defensora pública do Estado do Amapá, Marcela Ramos Fardin; representante da Secretaria Estadual de Assistência Social, Jaqueline Brandão; e Aldineia Miranda, mãe da cabo Emily Miranda, vítima de feminicídio.

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma campanha internacional promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa busca mobilizar a sociedade civil global para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas. O ponto central da mobilização é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro. "Por meio do trabalho legislativo estadual, conseguimos fortalecer as políticas públicas de defesa das mulheres e o combate à violência doméstica. Mais uma vez, a Assembleia mergulha nessas campanhas para garantir o fortalecimento das políticas voltadas às mulheres no Amapá", concluiu Alliny Serrão.

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