Amapá Digital | Sexta-Feira, 27 de dezembro de 2024.
Programação iniciou nesta quarta-feira, 11, no Museu Sacaca, em Macapá.
Com apresentação de painéis e debates, os “Encontros Amazônicos Pré-COP30” iniciaram nesta quarta-feira, 11, com uma programação toda voltada para ressignificar a Amazônia como potência da natureza, mas também da economia, buscando caminhos para uma transição justa e sustentável na região. O evento, em parceria com o Governo do Amapá, segue até sexta-feira, 13, no Museu Sacaca, em Macapá.
A proposta, que tem como finalidade debater as necessidades e a realidade dos povos da florestas, está reunindo durante três dias, povos tradicionais, extrativistas, quilombolas, representantes da sociedade civil, pescadores, indígenas e delegações da França, Colômbia, Suriname e do território da Guiana Francesa. Com base nas discussões em torno dos temas, será elaborado um documento para ser apresentado aos líderes mundiais durante a COP30, em Belém, no Pará, em 2025.
“Nosso objetivo, ao participar do encontro, é que as nossas vozes possam ser ouvidas junto a sociedade civil do Amapá. Todas as vozes da Amazônia, para que a gente possa passar por esse momento de negociações, de conversas e de decisões. É urgente poder reagir", destacou Yanuwana Christophe Pierre, do povo Kali’na, membro do grupo de trabalho da Assembleia das Altas Autoridades Indígenas da Guiana.
Entre as representações internacionais que participam dos debates, o cônsul do Suriname, Wendell Alfons, evidenciou a necessidade de identificar soluções a partir da experiência do estado mais preservado da Amazônia, o Amapá, que dispõe de iniciativas sustentáveis que podem ser adotadas como modelo econômico.
“Somos parte da Amazônia e estamos preocupados com o futuro das nossas florestas. Esse encontro é muito importante para sabermos como preservar o meio ambiente e trabalhar juntos para proporcionar uma vida melhor para todos”, declarou o cônsul.
O coordenador-geral do Encontros Amazônicos Pré-COP30, Daniel Vaz, ressalta que o evento que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, permite que as vozes da Amazônia sejam escutadas.
“Estamos a quase um ano da COP30 e esse processo geral que trabalha as mudanças climáticas, está muito concentrado na transição energética. E a COP30 deve se concentrar nas pessoas que vivem na Amazônia e no aumento da qualidade de vidas das populações que é crucial para a preservação desse patrimônio natural que nós temos”, enfatizou Vaz.
O primeiro dia de evento foi marcado pelos diálogos entre representantes dos direitos humanos e defensores do desenvolvimento sustentável, além da troca de experiências entre os povos tradicionais que falaram das dificuldades e da necessidade de melhorar os indicadores sociais e econômicos.
“Esse é um grande momento para o Amapá, juntamente com as delegações internacionais, para se discutir um modelo de desenvolvimento sustentável a partir do conhecimento dos povos da floresta para a COP da Amazônia, que vai possibilitar uma discussão forte sobre a valorização da natureza e dos povos que nela vivem. Essa é uma bandeira defendida pelo governado Clécio Luís", pontuou o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap), Gutemberg Silva.
Durante o evento, o público também tem a oportunidade de conhecer a “Feira Sustentável”, uma exposição com artesanatos indígenas e quilombolas, além de expositores com produtos da bioeconomia, itens genuinamente amapaenses certificados com o Selo Amapá, que garante qualidade da produção e respeito ao meio ambiente.
Confira a programação dos Encontros Amazônicos Pré-COP30, em Macapá:
Quinta-feira, 12
Sexta-feira, 13
Além do Governo do Estado, lideram e apoiam o evento o Centro Regional para a Cooperação em Educação Superior na América Latina e Caribe (Creces), Sebrae, Parque Científico e Tecnológico Solimões, Flacso Brasil, Corporación educativa Indoamérica, Red de Escuelas Y Facultades de Arquitectura Latinoamericana, CorpoAmazônia, Universidad Metropolitana, Universidade de São Caetano do Sul, Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade (Cirat), FYGP, Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Cnodes), Conselho Nacional dos Direitos Humanos e Norwegian Agency For Exchange Cooperation (Norec).
Por Alexandra Flexa
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