Querem ou vamos acabar com os releases e desentupir as caixas de e-mail das redações?
Sobre o excessivo disparo de e-mail para as redações, o buraco é bem mais embaixo do que uma pejorativa exposição do trabalho de assessoria de imprensa que vem sendo feita por vários jornalistas de redação - que, por sinal, só apontam o dedo sem ao menos sugerir possíveis soluções, como se eles não tivessem um pé nisso…
E quem traz uma análise aprofundada sobre o tema - que continua rendendo no Linkedin - é a Fernanda Lara, CEO da I’Max, em artigo publicado no fim de semana. Não faz ideia do que estou falando? Aproveite e veja o artigo que estou me referindo (clique aqui).
A propósito, concordo quando os mesmos jornalistas de redação sinalizam que emplacar uma pauta passa pela construção de relacionamento ao longo do ano e não, simplesmente, na época de efemérides ou badalados eventos com contatos do tipo “toma meu release e meu porta-voz”.
Mas até para construir esse relacionamento ao longo do ano, os assessores de imprensa precisam saber por onde entrar em contato. Concordam? Nem todos os veículos de comunicação têm a sua área de expediente atualizada com os e-mails de cada repórter/editor.
Como toda profissão, também há os “sem noção” na fila para contribuir com rótulos nada amigáveis sobre quem atua em assessoria de imprensa. Ou seja, aqueles que não iriam procurar o expediente do veículo para encontrar a editoria certa para vender sua pauta ou que utilizam as plataformas de disparo sem qualquer cuidado ou filtro das editorias afins à sua pauta (ocorre de a plataforma, também estar com o mailing desatualizado, em algum momento? sim), entre outras atitudes que nos causam vergonha alheia.
E nos casos em que o editor se interessou pela pauta e questionou o agenciano do motivo pelo qual não foi avisado antes? E o agenciano com seus botões: “mas eu avisei o repórter” e surge um ponto de interrogação com a pergunta: “em quem confiar?” ou “não se pode confiar”. Se comigo fosse, o meu tico iria falar para o teco: “como saber se o deus do Olimpo irá se interessar pela minha sugestão de pauta”.
Compartilhar contatos de jornalistas “a rodo” nos grupos de WhatsApp também fere a LGPD e queima o filme de quem compartilha e de quem pede.
E aí? Como faz?
Por outro lado, acredito que falta, por parte das agências de comunicação que prestam serviços de assessoria de imprensa, um posicionamento mais firme quando o cliente bate o pé com estratégias que sabemos que não funcionam.
Se não tivermos esse posicionamento nas nossas relações com quem não entende e acha que entende de estratégia de comunicação, seremos e continuaremos a ser desconsiderados até mesmo no organograma das instituições.
E seremos desesperadamente lembrados nas situações de crise, quando o incêndio já terá se alastrado.