A maratona para atender os pedidos de jornalistas para entrevistas com porta-vozes
“Solicito entrevista com um porta-voz para falar do assunto x. Meu deadline é y”.
Acredite, jornalista de redação, muitas vezes conseguir minimamente falar com o porta-voz é uma verdadeira proeza para nós, jornalistas de assessoria de imprensa/comunicação.
Negociar agenda e horário com o repórter e porta-voz; explicar os meandros da pauta; argumentar porque declinar (ou não) de conceder uma entrevista, passa por um caminho hierárquico que independe da nossa boa vontade em responder com a velocidade que gostariam.
As nossas interfaces nem sempre estão disponíveis para nos ajudar a encurtar esse caminho, muito por causa das suas atribuições para que a instituição siga cumprindo a missão que lhe cabe.
Trocando em miúdos: é como pedir para que as máquinas parem de funcionar.
Por outro lado, existe um trabalho em paralelo da parte das assessorias de imprensa/comunicação para criar uma espécie de banco de pautas, posicionamentos, respostas e conteúdos validados pelas áreas técnicas.
Isso tudo para que nos sirva de insumos tanto para a produção de conteúdo para os canais da instituição quanto para atender às suas solicitações. E, mesmo assim, nem sempre é possível atender e acompanhar o ritmo das redações.
Pois o ambiente corporativo/institucional difere em diversos aspectos de como a notícia é processada nos veículos de imprensa. E educar os porta-vozes sobre como funciona o relacionamento com a imprensa, não é tão simples.
A maratona para conseguir atender aos pedidos de entrevista, nota de esclarecimento, posicionamento e etc, é a razão pela qual a gente comemora feito gol de placa quando conseguimos emplacar aquela pauta legal no veículo de imprensa.
E assim caminhamos em lados opostos, mas, juntos, para qualificar a informação que se quer levar à sociedade.
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