Vai sugerir uma pauta? Conecte o assunto com a audiência do veículo de imprensa
O dialeto do jornalista de assessoria de imprensa/comunicação para vender uma pauta ao jornalista de redação é o impacto social.
Aquele que conseguir conectar a sua pauta com a audiência do veículo de imprensa, não é garantido, mas tem mais chances de emplacar a sua sugestão porque o interesse público irá convergir e o cliente aparecerá por tabela (ou não). Risos.
(Acontece de o jornalista aceitar nossa sugestão, usar todo o nosso release ipsi litteris e entrevistar o concorrente? Sim. Há quem diga que é prerrogativa do veículo de comunicação entrevistar quem quiser e há quem diga que pegar tudo mastigado e ainda entrevistar outras fontes fere a relação de boa vizinhança entre as partes. Sim ou não? Eis a questão)
Falar o mesmo dialeto que o jornalista ao oferecer uma sugestão de pauta pode ser meio caminho andado para aquela emplacada. E isso envolve conhecer a editoria que o jornalista cobre e o veículo de comunicação que ele atua.
(não vou aqui entrar no mérito das plataformas de disparo de e-mail que algumas vezes nos deixam na mão e encaminham a nossa sugestão para jornalistas que nada tem a ver com a pauta, mesmo que a gente selecione por tema. Até, porque, existem outros fatores que circundam o uso ou não de tais plataformas e esse não é o objetivo deste texto)
Voltando. Esse tema (venda de pautas) foi assunto de um dos episódios do podcast Reunião de Pauta, da Thaise Xavier, no qual ela conversou com Amanda Fuzita, repórter de Carreira do Estadão, e Ludimila Honorato, repórter de Saúde do UOL.
Thaise entende que ter trabalhado em redação de imprensa, antes de atuar em assessoria de comunicação ajuda bastante porque o entendimento de como funcionam os veículos de comunicação fica mais palpável - o que também concordo. Aliás, foi ela quem levantou esse exato ponto que eu trouxe para cá, sobre conhecer a audiência do veículo na hora de oferecer uma sugestão de pauta.
Penso, também, que para quem não teve essa oportunidade e foi direto para as Ascoms da vida, talvez não seja possível ter a real dimensão desse pequeno detalhe que faz toda diferença no relacionamento com a imprensa. O que também não é impossível buscar aprender, mesmo que na teoria, com que já passou por lá.
O fato é que essa é uma premissa que trago comigo desde os meus tempos de redação e que procuro adotar na comunicação institucional: a relevância da pauta para o cidadão. Como aquela iniciativa, lançamento e etc. vai impactar na vida da população.
Não sei se foi a Amanda ou a Ludimila que comentou no podcast que, quando recebem uma sugestão de pauta, logo verificam que aquele conteúdo poderia ter sido melhor “embalado” ao ser oferecido.
Isso tem relação com o dialeto que estou falando desde o início deste conteúdo: contexto e impacto na audiência do veículo de imprensa.
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