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Macapá

Estado do Amapá


Capítal do Amapá, e primeiro municipio a ser criado. O vocábulo Macapá é de origem tupi. E é uma variação de macapaba, que na língua dos índios quer dizer estância das macabas ou lugar de abundância da bacaba.

Bacaba é um fruto gorduroso originário da bacabeira, palmeira nativa da região de onde se extrai um vinho de cor acinzentada, muito saboroso. A bacabeira tem o tronco solteiro, liso, que cresce até 20 metros de altura e é marcado por anéis correspondentes às cicatrizes. Suas folhas são pinadas, crespadas e medem de 4 a 6 metros de comprimento. Possui também uma bainha verde-escura, que mede cerca de um metro de altura, formando a região colunar no ápice da estípite. Seus ramos são foliados (cerca de cem), de ambos os lados da folha, mais ou menos pendular, medindo de 30 a 100 cm de comprimento. Possui flores unissexuadas, geralmente uma feminina para duas masculinas, inseridas em toda a extensão do ramo do apódice. Apresenta cachos robustos (cerca de 1,5 metros de comprimento) com frutos arredondados de 1,5 cm de diâmetro; casca de cor roxo-escura (quase preta) e fruto de aspecto oleoso. Tem como habitat ideal a mata virgem alta de terra firme e também de várzea.

Utilizando-se do mesmo processo aplicado para a obtenção do açaí, prepara-se o vinho da bacaba, que é consumido, comumente, com farinha de mandioca e açúcar. Trata-se de um vinho de agradável sabor, porém, com teor oleaginoso bastante elevado o que faz com que se recomende comedimento no seu consumo. Este óleo, dito semelhante ao de oliva, pode ser separado do vinho por processo artesanal e é utilizado geralmente em frituras.

 

Informações Gerais


LOCALIZAÇÃO
O município de Macapá, localiza-se na região Sudeste do Estado, estendendo-se, da margem esquerda do Rio Amazonas (entre os rios Pedreira, Matapi e litoral atlântico) até a nascente do Rio Maruanum. É cortado pela linha do Equador e sua altitude é de 16.48m (sede).

AREA
A área do município de Macapá é de 6.562,41

LIMITES
Limita-se com os municípios de Santana, Itaubal, Porto Grande, Ferreira Gomes, Cutias e Amapá.

 

Divisão Política
O municipio possui as seguintes localidades: Bailique (arquipelago e distrito, composto de várias comunidades como Junco, Franco Grande, Parazinho, Ponta Curuá, Ponta Esperança, Vila Macedônia, Vila Progresso, ), Campina Grande, Carapanatuba, Curiaú (distrito), Fazendinha.

 

Divisões Fisiográficas

RELEVO
O relevo é de formação rochosa, com grande potencial turístico e, pode ser verificado principalmente no percurso Macapá/Serra do Navio, trajeto que pode ser feito tanto por via rodoviária quanto ferroviária. Em ambos, oportuniza ao viajante apreciar as belas paisagens amapaenses, formadas pelo contraste de cerrados e florestas, cortadas por vários rios e igarapés.

 

HIDROGRAFIA
É bastante diversificada, caracterizada por rios, igarapés, furos, ilhas e cachoeiras. Os mais importantes são:

a) rio Amazonas - passa em frente à cidade de Macapá, além de ser um dos seus cartões postais, é um dos maiores rios pesqueiros do mundo, constituindo-se de grande importância para a navegação local, brasileira e internacional.

b) rio Araguari – desemboca no rio Amazonas, é onde há a maior concentração de cachoeiras do Estado do Amapá. Contam-se 36 somente nele. A principal é a cachoeira do paredão. Devido ao seu grande volume de água, foi escolhida para a construção da usina Hidrelétrica Coaracy Nunes.

c) rio Pedreira – tem importância histórica, pois dele foram retiradas as pedras para a construção da Fortaleza de São José de Macapá.

d) igarapé da Fortaleza – é um dos mais importantes pois separa o município de Macapá do município de Santana.

e) lagoas – as mais importantes são: Lagoa dos Índios e Lago do Curiaú. Em ambos há diversas espécies de peixes.

• Ilhas: as mais importantes são: ilha do Bailique, Curuá, Brigue e Pedreiras.

• Clima: o clima do Município de Macapá é equatorial quente-úmido.

• Temperatura: a máxima é de 32,6º e a mínima 20º graus centígrados.

• Precipitação: as chuvas ocorrem nos meses de dezembro a agosto, não chegando a atingir 3.000mm. A estação das secas inicia no mês de setembro e vai até meados de dezembro, quando se registram temperaturas mais altas.

 

Economia

AGROPECUÁRIA
No setor primário sobressaem-se as criações de gado bovino, bubalino (com maior representatividade) e suíno; avicultura; pesca artesanal (dourada, piramutaba, pescada, tamuatá, traíra, jiju, pratinha, acará, matupiri, jandiá, sarapó, anunjá, oeua, tucunaré, etc) e a pesca do camarão. O açaí é outro produto que, embora ainda em fase de experimentação, está gerando renda para o município. Há pela cidade inúmeros pontos de venda do produto, que além de se constituir alimento básico para a população local, vem sendo exportado para outros estados e até mesmo para alguns países estrangeiros.

 

INDUSTRIA E COMÉRCIO
Desenvolvendo o setor secundário, há diversas fábricas de tijolos, engarrafamento de refrigerantes (coca-cola); industrialização de sucos, palmitos de açaí (Flórida do Bailique); padarias, vários jornais e movelarias. Aliás, o setor moveleiro vem oportunizando centenas de empregos na capital.

A industrialização (setor secundário) do município de Macapá desenvolve-se lentamente, em função de alguns problemas que se avolumam tais como:

- incapacidade de oferta de energia elétrica necessária ao funcionamento de máquinas pesadas, dificuldades de transporte; distância dos grandes centros consumidores e, sobretudo, presença forte de Belém e Manaus, que já dispõem de parques industriais instalados.

O comércio é o setor mais promissor, hoje, no Estado do Amapá, haja vista a implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana – ALCMS. Alguns noticiários afirmam que vem despontando como uma das alternativas na geração de empregos.

Em Macapá, hoje são encontrados produtos importados de todas as partes do mundo. As lojas especializadas concentram-se no centro da cidade, e oferecem produtos de excelente qualidade: videocassetes, televisores, computadores, disc-lasers, equipamentos de som, wallkman, filmadoras, material fotográfico, ventiladores, confecções, brinquedos eletrônicos, produtos de beleza, perfumes, artigos esportivos, relógios, óculos, jóias, enfim, uma imensa gama de produtos.

 

SERVIÇOS
Entretanto, o setor terciário, que inclui a administração pública, apesar de não ser mais o maior empregador, ainda é o maior responsável pelo dinheiro que circula no Estado, movimentando vários segmentos da economia amapaense.

Quanto ao setor terciário, apresenta números positivos, principalmente com relação à oportunidade de emprego. Além do serviço público, a cidade dispõe de bares, boates, restaurantes, cinemas, hotéis, motéis, empresas de vigilância, limpeza e conservação, escritórios de contabilidade, advocacia, bancos e serviços de telecomunicações (correios, empresas de telefonia) que cada vez absorvem a mão-de-obra local.

 

Saude

A população conta com hospitais, pronto-socorros, postos médicos (mantidos pelos governos do Estado e do Município), equipamentos modernos, além de clínicas e laboratórios da iniciativa privada com atendimento e aparelhos bastante sofisticados.

Contudo, a saúde do município ou mais especificamente do Estado, é ainda um dos grandes problemas que afligem ao governo e à população. Principalmente por falta de atendimento adequado nos Postos Médicos e Hospitais, aliado à escassez de remédios e à indisponibilidade de alguns equipamentos.

A bem da verdade, a situação não difere muito da que se vivenciava noutros tempos. Vive melhor quem dispõe de recursos para pagar planos de saúde privados ou tem condição de se dirigir a outros centros. À maioria, resta mesmo ficar sem assistência.


Saneamento

Nos centros urbanos, o saneamento básico está dentro dos níveis permitidos. Boa parte da população pode dispor de água potável e esgoto sanitário. Há energia elétrica, fornecida também por companhia estatal para a maioria da população. Contudo, talvez por que não haja concorrência, os serviços ainda apresentam deficiências, principalmente no que tange ao fornecimento de energia. Com relação à pavimentação, centenas de ruas e avenidas da capital receberam o benefício. Entretanto, há ainda muitos pontos críticos que merecem ser saneados.

 

Habitação

Nos centros urbanos, há predomínio de casas de alvenaria, enquanto que nas periferias a maioria é construída de madeira.

 

Transporte

É o município mais assistido do Estado do Amapá. Há o rodoviário, constituído por empresas de ônibus, táxis, moto-táxis; ferroviário; marítimo e aéreo (Aeroporto Internacional de Macapá).

 

Comunicação

Em geral, constitui-se de correios, companhias telefônicas, emissoras de rádio, televisão, jornais etc.
Jornais: A Gazeta (Diário); Amapá (devezenquandário); Diário do Amapá (Diário); Folha do Amapá (Semanário); Jornal do Dia (Diário); Jornal dos Municípios (diário);

Emissoras de Rádio: Amapá. FM. 93,3. Rede Amazônica de Rádio e Televisão; Antena 1. FM. 102,9. Boas Novas. FM. 104; Cidade. FM. 101,9.; Difusora de Macapá. AM. Emissora pública Estadual. Equatorial. AM. Transmitindo programação da Rádio Globo, do Rio de Janeiro. Equatorial. FM. 94,5. Com programação da Transamérica, de S.P. Marco Zero. AM. Marco Zero. FM. 99,1. Sistema Salomão Alcolumbre de Comunicação.

Emissoras de TV: Macapá possui 11 emissoras de TV: Canal 2 (CNT); Canal 4 (TV Macapá, Rede Band); Canal 6 (TV Amapá, Rede Globo); Canal 8 (Tv Equatorial, Rede Mulher); Canal 10 (TV Gazeta, Rede Record); Canal 13 (TV Amazônia, Rede SBT); Canal 19 (TV Marabaixo, Rede21); Canal 24 (TV Tucuju, RedeTV); Canal 29 (Rede Amazônica, Amazonsat); Canal 40 (Diocese de Macapá, Rede Vida); Canal 52 (Diocese de Macapá, Rede Nazaré);

 

Educação

Atualmente a capital do Estado possui 165 escolas da rede estadual, 56 da rede municipal e 39 da particular (Informações Seed 2000). Segundo a Seed – Secretaria de Estado da Educação, mais de 90% das escolas particulares estão instaladas na capital. Em termos de Ensino Superior, a capital possui duas universidades públicas (Unifap – Universidade Federal do Amapá e UEAP – Universidade Estadual do Amapá) e 14 faculdades privadas, devidamente registradas no Conselho Estadual de Educação. São elas:

Atual (Centro de Ensino Atual), Ceap (Centro de Ensino Superior do Amapá), Ceninter (Pertence à Facinter), Cete (Faculdade de Tecnologia do Amapá), Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba; Fama (Faculdade de Macapá), Famap (Faculdade do Amapá), Fatec (Faculdade de Teologia), IBPEX (Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão), Iesap (Instituto de Ensino Superior do Amapá), IMMES (Inssituto Macapaense de Ensino Superior), Seama (Associação Educacional da Amazônia), Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina –pública, representada em Macapá pelo Instituto Fontoura de Azevedo, Fontaz) e UVA (Universidade Vale do Acaraú, com sede no Ceará).

 

Cultura, Lazer e Turismo

PONTOS TURISTICOS E CULTURAIS

Fortificações Históricas

As redes de fortificações de Macapá, melhor dizendo, do Amapá, eram, na sua maioria, constituídas por simples postos ou pequenos redutos, os quais, devido à fragilidade de sua construção, quase ruíram por completo, restando somente as edificações mais sólidas. Dentre estas figura a Fortaleza de São José de Macapá, considerada o melhor, maior e mais importante monumento histórico de Macapá, do Brasil e da América do Sul.
As fortificações mais importantes são:

- Forte de Cumaú; Forte de Santo Antonio de Macapá; Vigia do Curiaú

a) Forte de Cumaú – depois que os portugueses se apossaram dos fortes de Torrego, nos rios Manacapuru e Felipe entre os rios Matapi e Manacapuru (hoje rio Vila Nova), um reduto mais seguro e resistente, os ingleses enviados oficialmente à Amazônia, alojaram-se na região de Macapá, onde fundaram o forte de Cumaú ou Massapá, com a ajuda dos índios Nhengaybos, Aruan e Tucuju. Em 10 de março de 1631, aportou em Santa Maria de Belém, Feliciano Coelho de Carvalho, nomeado ao cargo de vice-governador do Maranhão e Grão-Pará, com a missão de continuar lutando contra os invasores no grande vale amazônico. Em 1632, chefiava uma expedição guerreira, cuja finalidade era expulsar os invasores ingleses e parar nas imediações do Forte de Cumaú. Deu ordens aos capitães Ayres Chichorro e Pedro Baião de Abreu. Ergue-se um lugar estratégico, uma trincheira para iniciarem os ataques ao aquartelamento dos súditos de Carlos I, da dinastia dos Studart.

Na noite de 09 de julho, o capitão Pedro Baião, acompanhado de seus soldados e de cinco mil índios, apoderou-se do Forte de Cumaú, onde os ingleses que haviam resistido à ofensiva portuguesa foram mortos e aprisionados. O comandante da expedição Roger Frey, não estava presente no combate, porque foi ao encontro de uma nau de socorro, bastante equipada com material bélico. Feliciano Coelho, ciente da atitude de Roger Frey, ordenou ao capitão, Ayres Chichorro, que fosse ao encontro do navio inglês. Era o dia 14 de julho de 1632. O capitão tratou de executar as ordens do seu comandante, mas o fez com o auxilio dos índios flecheiros (Tucuju), os quais, de suas canoas, abordaram os navios ingleses, todavia, foram vencidos pelos lusitanos.

Ayres Chichorro e Roger Frey, confrontaram-se no tombadilho da nau inglesa e de espada em punho, iniciaram o duelo. Ao final, o comandante súdito de Carlos I é derrotado, sucumbido pela espada mortal do português. A vitória portuguesa já era previsível: o forte de Cumaú foi arrasado. Feliciano Coelho retorna, então, para Belém, no navio tomado por Roger Frey, com a artilharia e os despojos da fortificação vencida. Desta forma, os ingleses perderam a sua última batalha nas terras do Amapá. Atualmente este forte pertence ao Município de Santana.

b) Forte de Santo Antônio de Macapá – a presença francesa, ou melhor, a presença dos guianos (membros de uma tribo indígena), despertou nos portugueses a idéia de construir uma fortificação para a defesa da região de Macapá, e o rei de Portugal, D. Pedro I (1683/1706), através de carta-régia de 21 de dezembro de 1666, facultou ao governador Gomes Freire de Andrade, a escolha de um local para construir a respectiva fortaleza, então em projeto. No ano de 1688, o governador do Maranhão e Grão-Pará, capitão Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho (filho de Feliciano Coelho), adotando as instruções do governador geral do Brasil, mandou levantar essa fortificação, a qual recebeu o nome de Santo Antônio de Macapá.

Em 31 de março de 1697, portanto 9 anos após a fundação do forte, o marquês Deferroles seguindo determinação do governador de Caiena, e, acima de tudo, ordens do rei da França (Luiz XIV), desrespeita um acordo de paz e expulsa os militares lusitanos da margem esquerda do rio Amazonas. Tudo isto sem muita dificuldade, pois, para se apossar da Fortaleza em questão, não necessitou de nenhuma artilharia. O forte localiza-se às proximidades da atual rodovia Salvador Diniz, que liga o Distrito de Fazendinha ao Porto de Santana, na embocadura do Igarapé da Fortaleza.

O governador do Maranhão e Grão-Pará, Antônio Albuquerque de Carvalho, que nesse momento achava-se inspecionando a praça de Gurupá. Sabedor da tomada desse forte, organizou, sob o comando de Francisco de Sousa Fundão, uma expedição militar constituída de 160 soldados e 150 índios flecheiros com destino a Macapá, seguida, mais tarde, de um minguado reforço, liderado por José Muniz de Mendonça. Vigiava a fortificação, uma guarnição de 43 homens, entre oficiais e soldados. Em 28 de junho de 1697, os portugueses realizaram o primeiro ataque para a retomada da Fortaleza, mas foram rechaçados, à bala, pelos inimigos.

Francisco de Sousa Fundão, analisando o fracasso da primeira investida, pensou em retirar sua tropa. Entretanto, não teve a aquiescência de João Muniz, que considerava a idéia absurda, pois o propósito da expedição era tomar o forte, a qualquer custo. Por causa da determinação de João Muniz, os portugueses recuperaram, em seguida, a Fortaleza de Santo Antônio de Macapá.

Deste modo, conforme previsto em lei, precisamente no Art. 1º do Tratado Provisional de 4 de março de 1700, sancionado pelos portugueses e franceses, a fortaleza deveria ser demolida. Conforme este acordo bilateral - pelo qual foi neutralizado o território com a Guiana Francesa – ficou acertado que se deveria: Desamparar e demolir, por el-Rei de Portugal, os fortes de Araguary e Cumaú e retirar a gente e tudo o mais que neles houver e as aldeias de índios que os acompanham e formarem, para o serviço e uso dos ditos fortes, e depois da ratificação do tratado provisional, achando-se mais alguns fortes pela margem do rio Amazonas , para o cabo do Norte e costa do mar até a foz do rio Oiapoque, se demolirão igualmente com os de Araguary e de Cumaú. (Reis, Arthur Cezar, 1993)

Apesar das determinações, atendendo pedido do governador do Pará, Fernando Carrilho, o forte de Santo Antônio de Macapá não foi demolido. Contudo, a fortaleza não recebeu a devida manutenção e pouco a pouco foi se transformando em ruína. Além do mais, pelo seu aspecto arquitetônico de pouca resistência, não oferecia segurança, no caso de nova invasão. Sua construção foi levantada por volta de 1763, mas sua planta de fortificação só ficou pronta 75 anos depois, quando se estudavam as fortificações de Macapá, por determinação do governador do Maranhão e Grão-Pará, Fernando da Costa de Ataíde Teive.

c) Vigia do Curiaú – ao norte da cidade de São José de Macapá, lança-se no rio Amazonas, um Igarapé, chamado nas cartas geográficas – desde os tempos coloniais – de rio Curiaú. O governador do Grão-Pará capitão-general João de Abreu Castello Branco, autorizou a instauração de um destacamento militar em Macapá. Uma pequena unidade comandada pelo capitão Antonio Gonçalves, que havia enviado uma correspondência ao rei de Portugal D. João VI, propondo erguer, por sua conta, uma fortificação na foz do Curiaú, dizendo estar interessado apenas em ser o seu comandante, com posto vitalício. A proposta foi aceita pelo governador do Grão-Pará, mas o monarca português manifestou-se contrário. Somente em 6 de março de 1761, o governador do Maranhão e Grão-Pará, Bernardo de Mello e Castro veio a Macapá para a benção da Igreja de São José de Macapá. Aproveitou a ocasião para autorizar a construção da fortaleza de São José de Macapá e que fosse construída, também, uma vigia à margem direita do Curiaú, na confluência com o rio Amazonas. Foi construída uma residência para o corpo da guarda e uma guarita, a uma distância de 70 braços do rio, ou 150 metros de terra firme, em cima de um banco de lodo e areia, ligada a margem por uma ponte. Toda a obra foi executada em madeira.

A topografia do terreno dava condição de se avistar, da guarita, uma parte do Amazonas que não se podia ver da Fortaleza de São José de Macapá. Desse modo, era possível avistar e avisar o forte de São José de Macapá, quando da aproximação de qualquer navio inimigo. A comunicação era feita por terra entre o baluarte e a guarita. O contato também era realizado através de uma pequena montaria, cujo trânsito se dava via fluvial. A guarita era comandada por um cabo de esquadra e soldados, os quais dispunham de alguns cavalos, em caso de aproximação de qualquer embarcação estranha. Havia um sentinela dia e noite, a quem competia avisar o cabo da guarita, quando avistasse a chegada de embarcação de grande porte. Durante o dia o aviso era levantar uma bandeira larga no mastro e, à noite, seriam soltos dois foguetes sucessivos. Os sinais deveriam ser repetidos até que o baluarte de Macapá compreendesse o aviso, levantando também sua bandeira ou, disparando um tiro de canhão.
A Vigia do Curiaú permaneceu firme por muitos anos, pois havia sempre o cuidado de se efetuar reparos, para quando houvesse necessidade de utilizá-la. Somente muito tempo depois, em conseqüência do abandono das obras do burgo de Macapá, a guarita do Curiaú perdeu sua utilidade e, pouco a pouco, a erosão se encarregou de destruí-la completamente.

 

História

Antes do chamado Descobrimento do Brasil, em 1499, Américo Vespúcio, participando da expedição de Alonso de Hojeda – sob ordens dos reis católicos da Espanha Fernando e Isabel (Castela e Aragão) – percorreu o litoral amapaense, conforme carta-documento escrita por esse navegador, na qual narra o momento em que sua expedição atravessa a linha do equador, passando pelas ilhas da Caviana, dos Porcos e do Pará, em frente ao Município de Macapá, hoje capital do Estado do Amapá. Portanto, muito antes de ser oficializado o nome Macapá, Américo Vespúcio já havia passado em sua frente, através do rio Amazonas.

A história da cidade de São José de Macapá, remonta aos idos coloniais e está relacionada à defesa e fortificação das fronteiras do Brasil, bem como à preocupação em garantir a fixação do homem em terras brasileiras, assegurando, assim, a soberania de Portugal nas terras conquistadas.

No extremo norte do Brasil formou-se o primeiro núcleo de colonização (1738), após vários conflitos com os franceses de Caiena. Este núcleo pertencia a então província do Maranhão e Grão-Pará, cujo governador (João de Abreu castelo Branco) enviou destacamento militar para o local onde hoje se encontra a Fortaleza de São José de Macapá. Por falta de recursos financeiros, conservou o destacamento, sem, no entanto, procurar desenvolvê-lo. Mas alertou ao rei de Portugal sobre a urgência de implementação de povoamento e fortificação da foz do Amazonas. Francisco Pedro Gurjão, seu sucessor, reiterou essas reivindicações. Apesar disto, o único mérito de D. João V, foi o de haver em 1748, oficialmente denominado a região de Província dos Tucuju ou Tucujulândia, mantendo, portanto, inalterada sua condiçõe administrativa.

No ano de 1751, o governador do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal – ministro de D. José I, continuou a colonização, trazendo algumas famílias (colonos) vindos das ilhas de Açores, com o objetivo de iniciar uma pequena povoação e construir barracos para servirem de alojamento aos soldados que viriam para cá. O povoado rapidamente progrediu, mas a insalubridade do local vem a ser um grave problema para os colonos. Em 1752 grassa no povoado uma epidemia de cólera. A notícia chegou à Belém em 7 de março daquele mesmo ano. Inesperadamente, Mendonça Furtado aporta na povoação, trazendo, além de medicamentos, o único médico que havia na capital e consegue controlar a moléstia.

Constituem as origens do Amapá, portanto, esses colonos degredados de Portugal (bandidos, prostitutas, presos políticos etc, negros africanos ou oriundos da Bahia e do Rio de Janeiro, além dos índios que já habitavam o local). Em 1761 inaugurava-se o mais antigo monumento da cidade de Macapá: a Igreja de São José de Macapá.

Foi o governador do Grão-Pará e Maranhão, Mendonça Furtado que elevou Macapá, antes povoado, à categoria de Vila de São José de Macapá, em 04 de fevereiro de 1758, na presença do povo tucujuense, precisamente na praça denominada de São Sebastião.

Era necessário fortificar a Vila. O então governador do Grão-Pará e Maranhão, Fernando da Costa Ataíde Teive, autorizou, em 1764, a construção da Fortaleza de São José de Macapá. Em 19 de março de 1782, foi inaugurada a maior fortificação construída pelos portugueses no Brasil. A vila foi prosperando e se expandindo em volta do forte.

Era o ano de 1808. A Família Real chegara ao Brasil. D. João VI determina a integração da Fortaleza de São José de Macapá à fronteira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Em 7 de janeiro de 1835 eclode a Cabanagem, revolta armada encabeçada basicamente por humildes habitantes ribeirinhos que moravam em cabanas, daí o nome do movimento.

A notícia da eclosão desta revolta chega à Macapá, através do sub-comandante da Fortaleza de São José, Francisco Pereira Brito, que se encontrava em Belém.

A cabanagem, sendo um movimento reformista composto por mestiços, não conseguiu a adesão dos macapaenses, descendentes de antigos colonos portugueses (não miscigenados). O temor da perda de privilégios os levou a formar uma frente de reação aos cabanos com o apoio das Vilas de Gurupá, Monte Alegre, Santarém e Cametá.

Providências militares foram tomadas para conter o avanço da região. Em Macapá, a defesa da Vila e seus domínios foi organizada pelo presidente da Câmara Municipal, Manoel Antônio Picanço, pelo Juiz de Direito Manoel Gonçalves de Azevedo, pelo Promotor Público Estevão José Picanço e pelos capitães Francisco Valente Barreto e José Joaquim Romão. Este último comandante da Fortaleza de São José.
A lua entre cabanos e tropas imperiais intensificava-se. Perseguidos no Baixo-Amazonas, os cabanos refugiaram-se no Município de Macapá, nas ilhas de Santana e Vieirinha, bem como na localidade de Furo de Beija-flor. Em 20 de dezembro de 1835, foram atacados por tropas macapaenses e mazaganenses e expulsos da região.

Somente no Segundo Reinado, através da lei provincial do Pará de nº 281, Macapá foi elevada à categoria de cidade, em 06 de setembro de 1856.

No governo de Getúlio Vargas, através do Decreto-lei nº 5812, de 13 de setembro de 1943, foi criado o Território Federal do Amapá. A partir desta data o Amapá passou a ter governo próprio, embora nomeado pelo Governo Federal.

Em 31 de maio de 1944, Macapá foi promovida à categoria de capital do Território, hoje Estado do Amapá.

Macapá é o Município mais importante do Estado do Amapá, pois configura a capital do Estado do Amapá. Além de ser a sede do governo e demais poderes que regem a administração, é o município mais estruturado, concentrando prédios de arquitetura moderna e monumentos históricos. Macapá é a única capital brasileira que está situada à margem esquerda do rio Amazonas e é cortada pela linha do equador.

A partir da transformação do Amapá em Estado, atendendo preceitos da Constituição de 1988, ocorreram substanciais mudanças em sua dinâmica espacial. O esgotamento das jazidas manganíferas, de fundamental importância para a economia do Estado, obrigou aos governos, tanto estaduais quanto federais, buscarem novas alternativas econômicas para o Amapá. O principal elemento dessa tomada de decisão foi a criação pelo Governo Federal, da área de livre comércio de Macapá e Santana em 1991.
Apesar da suspensão do Imposto de Importação (II) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as mercadorias estrangeiras, que se constitui em grande perda na arrecadação do Estado, o setor terciário ainda é um dos maiores alavancadores da economia estadual, além de propiciar vantagens também no campo social, pois gera empregos para centenas de pessoas.

 

Texto do historiador Edgar Rodrigues


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Brasão de Macapá



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