Advogado Cícero Bordalo ingressa com representação criminal contra peritos envolvidos nos exames do caso dos seis PMs de Santana



Após nove meses, em que seis Policiais Militares envolveram-se em uma ação policial em Santana, que resultou na morte de três pessoas, a reunião de fatos que explicam o quê ocorreu na noite do crime ainda está longe de uma conclusão correta.

Nesta sexta-feira, 17, o advogado de defesa dos PMs, Cícero Bordalo Junior, ingressou com uma representação em nível federal, contra os peritos que assinaram o Laudo, encerrando as investigações na Polícia do Amapá.

O documento que passou a tramitar na Procuradoria Geral da República (PGR) de Brasília sob o registro nº 20220047164 aponta para suspeita de fraudes na reconstituição do crime e também no exame de balística.

A defesa pede ainda, a condenação dos peritos envolvidos no Laudo, por negligência, má-fé processual, crime de falsidade e responsabilização pela gravidade das informações divulgadas, conforme disposto no Artigo 342 do Código Penal.

 

Representação na PRG
No último dia 10 de junho, o delegado de polícia civil e os técnicos da Politec reuniram a imprensa para comunicar que após nove meses de investigações, a Polícia teria dado o inquérito como encerrado, considerando os laudos periciais emitidos pelos servidores da Polícia Técnico Científica (Politec). 

De acordo com Bordalo, se comprovadas as irregularidades nas declarações prestada pela equipe da POLITEC, até o delegado pode sofrer condenação pela PGR.

 

Falta de estrutura da Politec

O relatório produzido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), no dia 24 de julho de 2021, atestou para a precarização e a falta de condições adequadas da estrutura da Politec para a realização de exames de necropsia, balística e autópsias.

O relatório foi ofertado em forma de denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) solicitando ao Governo do Estado um prazo para adequação das inconformidades.

Em contato com o CRM nesta semana, Cícero Bordalo conseguiu apropriar-se de um documento emitido pelo órgão, que corrobora para a veracidade das informações prestadas ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, a respeito das fiscalizações realizadas na Politec do Amapá em 2021.

“Este documento do CRM desmoraliza todo o trabalho da Polícia Técnica do Estado. Ele denuncia que os cadáveres estão em estado de putrefação, confirma que a Politec está inoperante, e que não há produtos químicos para a realização de exames e autópsias. Ou seja, cientificamente os laudos expedidos pelo órgão atualmente não podem ser confiáveis para o âmbito da criminalística”, adiantou Bordalo, sobre o documento que já fora adicionado ao inquérito dos seis policiais.

 

Ascom




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