Pets: médica veterinária explica a importância da vermifugação para a saúde de cães e gatos 

Manter os animais livres de vermes evita diversas doenças nos bichinhos e a transmissão para humanos, segundo professora da Faculdade Anhanguera 


Manter os cães e gatos livres de vermes é importante não apenas para a saúde e bem-estar dos pets, mas também para evitar a transmissão de parasitos para humanos, que poderiam causar, por exemplo, o bicho geográfico e distúrbios no trato intestinal, sobretudo em crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas. 

Segundo a médica veterinário e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da faculdade Anhanguera, Nayma Picanço, a vermifugação é muito importante nos primeiros meses de vida de cães e gatos para prevenir e tratar os temidos vermes, que podem causar doenças nos pets, além de alguns serem transmitidos para os humanos. 

“Antes de fazer a vermifugação, é muito importante consultar o médico veterinário, que poderá solicitar um exame de fezes para identificar com precisão a espécie do parasita. Assim, o profissional poderá indicar o melhor medicamento para o caso do seu animal, o que trará mais proteção e qualidade de vida para a família”, recomenda. 

Quando vermifugar seu animal 

A primeira dose deve ser aplicada entre 15 e 30 dias de vida dos pets, sendo reforçada a segunda dose 15 dias depois da primeira aplicação. O Conselho Tropical para Parasitos de Animais de Companhia recomenda a desparasitação em cães de 15 em 15 dias a partir de duas semanas de vida até o filhote completar 8 semanas. Em gatos, o conselho recomenda o início da desparasitação com 3 semanas de idade, repetindo quinzenalmente até 10 semanas de idade. 

“Cumprir esse calendário nos primeiros dias de vida é importante. Estes parasitas podem ser passados da mãe para o filhote ainda durante a gestação, pela via transplacentária, ou mesmo pelo leite, durante a amamentação”, explica a médica veterinária. 

Depois das 8 ou 10 semanas de vida, em geral, os pets precisam de doses de vermífugo mensais até os seis meses, de acordo com o Conselho Tropical para Parasitos de Animais de Companhia. Posteriormente, o intervalo pode ser aumentado para doses a cada três meses. Devemos lembrar que o uso indiscriminado de antiparasitários pode tornar populações de vermes ou de qualquer outro parasito resistentes a esses medicamentos. Portanto, todo esse processo deve ser acompanhado por um médico-veterinário e com exames de fezes regulares, a cada três ou quatro meses, para saber a real necessidade da administração do vermífugo.  

A médica veterinária acrescenta que até mesmo os bichos que vivem dentro de casa ou apartamento podem ser expostos a contaminações, quando saem para passear com o tutor. 

“Ovos de parasitos podem ser trazidos para dentro da residência por meio dos calçados dos tutores, por exemplo. Há ainda parasitas que podem ficar adormecidos no organismo dos pets e se desenvolver depois de muito tempo, por isso a importância de manter a constância de exames de fezes e vermifugação para evitar riscos ao bicho. Além disso, os parasitos dos cães e dos gatos devem ser muito bem controlados pelos potenciais riscos zoonóticos, principalmente a crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, alerta. 

Doenças causadas por vermes 

No geral, animais sem vermifugação podem ser acometidos por três principais grupos de doenças: 

Toxocaríase: os vermes da família Ascaridae se alojam no intestino de cães e gatos e podem ser observados a olho nu pelo tutor nas fezes e vômitos de bichos contaminados. Em cães, pode causar morte devido à enterite e/ou bloqueio gastrointestinal, além de anorexia, diarreia, vômito, dor abdominal e baixa taxa de crescimento. Em gatos, geralmente, é assintomática. Em humanos, o verme pode causar dor abdominal, febre, hepatomegalia e tosse, pois a larva migra para órgãos como fígado, pulmão, cérebro e olhos, podendo comprometer o sistema neurológico e até cardíaco em alguns casos. 

Ancilostomose: causada pelos Ancilostomídeos, parasitas que se alojam no intestino delgado, podem afetar humanos, cães e gatos, causando diarreia, muitas vezes com sangue, anemia e óbito nos pets. A contaminação é feita por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Em humanos pode causar o popular “bicho geográfico”. 

Tênias (Dipylidium caninum): parasita cestódeo, é um verme chato que pode ser transmitido para cães e gatos por meio das pulgas. Quando instalado no trato intestinal do pet, geralmente não provoca sinais clínicos, mas pode causar irritação no reto, e os animais esfregam ou “arrastam” o períneo no chão. Ocasionalmente pode ocorrer enterite e/ou obstrução intestinal. Os gatos são mais tolerantes a infestações por esse parasito. Em humanos é transmitido geralmente para crianças ao ingerirem pulgas infestadas, podendo apresentar irritação perianal e/ou distúrbios intestinais leves. 

Giardíase: A giardíase é uma infecção causada pelo protozoário Giardia lamblia. Nos cães e seres humanos, o parasita se prende à parede do intestino delgado e causa problemas gastrointestinais como diarreia e vômito. Se os sintomas não forem tratados adequadamente, pode haver complicações como desidratação e, em casos extremos, levar à morte. 

Boa alimentação reduz ocorrência grave de vermes 

Uma das formas mais comuns de transmissão de vermes para cães e gatos é pelo consumo de água e alimentos contaminados. A nutrição adequada de qualquer animal dá suporte ao seu sistema imune e ajuda na prevenção de infestações parasitárias graves. 

Por fim, a professora reforça a importância de seguir as orientações do médico veterinário, observando a prescrição da quantidade de cada dose da medicação e intervalos de reforço, para assegurar a proteção correta do seu amigo de quatro patas. 




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