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Zolpidem pode causar alucinação, mas efeito é raro e atinge apenas uma a cada mil pessoas, diz consultor do CFF



Repercutiu na internet, na última semana, o caso de um rapaz que afirma ter apresentado alucinação após tomar um medicamento. O jovem virou meme após postagem no Twitter em que afirma ter comprado sem saber dos pacotes de viagem no valor de 9 mil reais. Ele também teria se apresentado aos amigos como neto da Rainha de Gênova. O farmacêutico Gabriel Freitas, consultor do Conselho Federal de Farmácia (CFF), esclarece que esse fármaco em questão, Hemitartarato de Zolpidem pode realmente causar esse tipo de reação adversa.

“Zolpidem é uma substância bem segura, tem uma boa tolerabilidade, é difícil que as pessoas tenham efeitos adversos graves com esse tipo de fármaco. Porém, pode causar alucinação, inclusive, tem outros efeitos adversos graves, como sonambulismo, delírio, comportamento agressivo e amnésia. A alucinação é um desses efeitos adversos que podem acontecer, porém é um efeito que é muito raro, de mil pessoas que tomam, uma vai ter esse tipo de efeito”, esclarece.

O farmacêutico acrescenta que a absorção rápida do medicamento também pode facilitar essa distorção perceptiva. Para mulheres e pessoas idosas, a utilização do produto em doses elevadas são fatores que podem aumentar os riscos de efeitos adversos. Também pode elevar a ação do medicamento, o uso também de bebida alcoólica e de outros medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos para dor e insônia, como opióides e benzodiazepínicos.

“Em pessoas que já têm problemas psiquiátricos, que já convivem com isso, ou têm algum tipo de problema mental ou desordem na ação do sistema neuronal pode ser mais fácil desenvolver sonambulismo, alucinação; enfim, mudanças no comportamento, o que pode estar associação a algum problema psiquiátrico que a pessoa já tem previamente”, aponta Gabriel.

Por fim, o farmacêutico recomenda evitar a automedicação, como usar, por exemplo, uma receita que foi indicada para outra pessoa da família. Também é importante seguir o tratamento corretamente, respeitar a prescrição do médico e não interromper a utilização sem orientação do profissional da saúde. O farmacêutico também pode e deve ser consultado em relação a dúvidas sobre o medicamento e a sua utilização, bem como sobre as possíveis interações com outros fármacos.


Por Adriana Botelho




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