Foto: GAECO

MP apreende mais 2 celulares com detento no Iapen



O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MP-AP) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Facções Criminosas (DRE), da Polícia Federal (PF), na manhã deste domingo (18), apreenderam dois novos aparelhos celulares na cela da enfermaria do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Os telefones móveis estavam na posse de um investigado - preso condenado - líder de uma facção criminosa.

A ação, executada após monitoramento, foi uma continuidade das investigações da Operação Queda da Bastilha, deflagrada no dia 14 de setembro de 2022, pelo Gaeco/MP-AP e PF.

De acordo com os promotores de Justiça do Gaeco/MP-AP, a investigação, que culminou com a prisão de autoridade pública do Estado, de advogados, policiais penais e demais “linhas de frente” da facção criminosa, visa a desarticular o núcleo de comando da quadrilha e seus tentáculos na sociedade civil e estatal. E, como consequência, enfraquecer o seu poderio econômico, neutralizando-a definitivamente.

Em 2021, a “guerra declarada” entre duas facções atuantes no Estado pelo controle do tráfico de drogas e outros crimes, resultou na morte de duas crianças inocentes. Uma no município de Santana e outra em Macapá. Naquele período, o mesmo líder da facção com o qual foram encontrados dois celulares neste domingo, já contava com o apoio dos advogados, policiais penais, e autoridade pública presos durante a Operação Queda da Bastilha, assim como de funcionários de empresa terceirizada que prestava (e ainda presta) serviços ao Iapen.

Por conta da fragilidade do sistema prisional amapaense, em apenas quatro dias após a apreensão de celulares, o líder da facção já foi flagrado com dois novos aparelhos na sua cela da enfermaria. O que reforça o fato da corrupção descontrolada que fez chegar novos celulares ao investigado.

Cabe ressaltar, ainda, que, conforme apurado nas investigações, aquele líder de facção, assim como outros quatro de facções diversas, foram transferidos para a enfermaria do Iapen por suposta doença grave. Contudo, há fortes indícios de que os processos em que foram deferidas tais transferências, foram instruídos com documentos ideologicamente falsificados pelos líderes dessas quadrilhas com apoio dos advogados e agentes públicos.

Os promotores de Justiça do Gaeco/MP-AP ressaltam que combater crime organizado é uma tarefa complexa e demanda muita atenção e empenho das instituições que o investigam, visto que, como já demonstrado, os líderes das facções, que praticam tráfico de drogas, roubos a estabelecimentos comerciais, homicídios de rivais e latrocínios, comumente, conseguem, por meio de corrupção, cooptar pessoas de diversos setores da sociedade e com grande poder econômico e influência, como autoridades públicas, advogados, empresários e políticos.

O Ministério Público e a Polícia Federal reafirmam seu empenho em cumprir suas missões constitucionais e entregar o máximo possível de tranquilidade à sociedade.

 

Gaeco/MP-AP




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