Fotos: Ianca Moreira

16ª Primavera dos Museus: história de povos tradicionais e exposição no Sacaca

Programação acontece até sábado, 24; apresentações culturais e exposição do esqueleto de baleia jubarte marcam o início da programação.


O Museu Sacaca iniciou nesta quinta-feira, 22, a programação local da 16ª edição da Primavera dos Museus; o evento nacional é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com realização em 777 espaços, como instituições de memória e centros culturais de todo o país.

O tema deste ano é “Independência e Museus: Outros 200, outras histórias”. A diretora do Sacaca, Eliane Oliveira, avalia que a instituição reflete plenamente a importância do tema, uma vez que  é abrigo de exposições da cultura e modo de vida dos povos tradicionais do Amapá.  

“Quando falamos na formação territorial e política do nosso país ao longo da história, devemos sempre recordar que ela foi construída pelas mãos de homens e mulheres africanos e afrodescendentes, povos originários, comunidades ribeirinhas e tradicionais. Todo esse arcabouço histórico é reverenciado aqui, no Museu Sacaca”, concluiu.

A guia de turismo amapaense Gilka Soares, junto com os turistas Luiz Nakamura e Nancy Godoy, vindos de São Paulo, concorda com a avaliação da diretora.

“O [museu] Sacaca conta a história sob o olhar dos nossos povos tradicionais, da nossa cultura, ambientados pela riquíssima fauna e flora do Amapá. Reunidos e sintetizados em um só lugar, aqui é parada obrigatória para todo turista que chega ao nosso estado”, pontuou Soares.

Nova Exposição

A grande novidade deste ano é a abertura da exposição do esqueleto de uma baleia-jubarte (Negaptera Novaengliae) encontrada morta em dezembro de 2018 por moradores da Ilha Vitória, no Arquipélago do Bailique. O diretor de pesquisas do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Allan Kardec, ressaltou que até então não havia registros de baleia-jubarte na foz do rio Amazonas, seja viva ou morta.

Kardec relembrou outro encalhe na mesma região, desta vez ocorrido em 2021, de uma cachalote, que também passa pelo processo específico para entrar em exposição. O curto espaço de tempo entre as ocorrências com os cetáceos, que não são típicos daquela região, possuem alto valor para diversas linhas de pesquisa.

“Estes animais possivelmente estavam no período reprodutivo, quando procuram águas mais quentes e podem ser avistados em vários pontos da costa brasileira. Ainda assim, nunca haviam sido vistos próximos da costa amapaense, o que levanta várias hipóteses para a alteração no comportamento deles, entre elas, possíveis efeitos de mudanças climáticas”, ponderou o diretor.

Por Cláudio Morais




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