Dia Nacional da Alfabetização: educadora do CEUB propõe medidas para fortalecer o ensino básico no Brasil
Com 14 milhões de analfabetos no Brasil, docente sugere a implementação de métodos que garantam a educação de qualidade
Em 14 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Alfabetização no Brasil. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil 14.194.397 milhões de adultos não foram alfabetizados. Desde 2018, a taxa de analfabetismo aumentou em cerca de 3 milhões. A docente do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ana Gabriella Sardinha, comenta a importância da data e alternativas para aumentar o desempenho da educação básica no país.
Segundo a pedagoga do CEUB, a alfabetização é a base da educação e a data é um momento para educadores e governantes refletirem sobre o analfabetismo e a importância da alfabetização para o desenvolvimento social e econômico mundial. “A alfabetização de adultos e idosos amplia as oportunidades, sejam elas educacionais ou profissionais. Amplia as possibilidades de se viver em sociedade com autonomia e liberdade. Quem não lê espera ajuda!”, destaca.
Sobre o acesso ao ensino básico de qualidade no país, Ana Gabriella explica que, no Brasil, o conceito qualitativo se divide em sete dimensões: ambiente educativo, prática pedagógica, avaliação, gestão escolar democrática, formação e condições de trabalho dos profissionais da escola, espaço físico escolar e, por fim, acesso, permanência e sucesso na escola. “Tendo estes parâmetros como referência e os planos municipais, cabe dizer que ainda não estamos com bons resultados nos índices nacionais e internacionais, mas já conseguimos organizar e corrigir nossas rotas,” explica a educadora.
No combate às desigualdades sociais e educacionais, Ana Gabriella defende a necessidade de levar a educação para aqueles que não tiveram acesso, mas atender também com prioridade as classes populares, os pardos e negros, as mulheres, o idosos e os que passam por privação de liberdade.
Analfabetismo funcional
Outro desafio enfrentado na educação brasileira é o analfabetismo funcional. A escala de alfabetismo do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF) se subdivide em 5 níveis: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente. Dentro dessa escala, é classificado como analfabeto funcional aquele que faz parte do nível analfabeto e rudimentar.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), 29% da população brasileira apresenta algum nível de analfabetismo funcional. Ana Gabriella Sardinha sugere a implementação de métodos e técnicas que façam todos alcançarem o domínio da leitura, ampliando o acesso aos gêneros textuais.
Para celebrar a data com efetividade, a professora sugere iniciativas de informação e busca ativa, para que cada estudante possa ser acolhido em instituições de ensino próximas às suas residências ou trabalho. Ela destaca a dificuldade do processo de matrículas pelos não alfabetizados e a escassez de transporte público em regiões de baixo IDH. “Muitas vezes aquela visita porta a porta feita pelos professores, aviso na rádio comunitária ou o carro de som tem mais alcance. A formação de professores também é um desses pilares, mas precisamos fortalecer a formação inicial e ampliar a formação continuada para atender as demandas atuais e futuras”, finaliza.