Programa de modernização da mandiocultura no Amapá será apresentado nesta sexta, 20
Durante 4 anos serão investidos cerca de R$ 4,8 milhões, recursos obtidos pelo Senador Davi Alcolumbre.
Ampliar o acesso dos agricultores a soluções tecnológicas, com ênfase na distribuição de manivas-sementes de qualidade genética e fitossanitária e na capacitação em práticas agrícolas empreendedoras, é um dos objetivos do Programa de Modernização do Cultivo da Mandioca no Estado do Amapá, a ser apresentado pela Embrapa e Sebrae, a partir das 14h30 desta sexta-feira, 20/1, no auditório Silas Mochiutti, na sede do centro de pesquisas, em Macapá (AP). Foram mobilizados para o evento, autoridades políticas, técnicos de extensão rural, produtores, agentes de fomento e gestores de instituições parceiras que atuam no desenvolvimento do setor agrícola do estado.
Para executar as ações em um prazo de quatro anos, serão investidos R$ 4,8 milhões, recurso obtido via articulação do Senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que estará presente no evento desta sexta-feira. A contrapartida da Embrapa, em utilização de máquinas e equipamentos, custos de manutenção de espaços físicos, e laboratórios, expertise técnica especializada, é equivalente a quase R$ 2 milhões. O plano de trabalho inclui a compra e distribuição de materiais genéticos, de corretivos e de fertilizantes a todos os produtores participantes do programa.
Programação
A programação do evento consta de quatro painéis: explanação dos gestores da Embrapa, Sebrae, Secretaria Estadual de Agricultura e Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia sobre os fundamentos da modernização da mandiocultura no Amapá; apresentação do projeto de pesquisa da Embrapa para dinamizar a mandiocultura no Amapá; apresentação do produtor maniveiro Benedito Dutra sobre a importância da qualidade genética das manivas-sementes; explanação de lideranças de agricultores e de empreendedores agrícolas sobre as suas perspectivas quanto à modernização da mandiocultura; e pronunciamento do senador Davi Alcolumbre sobre ações políticas de estímulo ao desenvolvimento rural do Amapá. Como parte da programação, o deputado federal Luiz Carlos (PSDB-AP) fará a entrega de equipamentos e implementos agrícolas, adquiridos pela Codevasf com recursos de emenda parlamentar, para atividades da Embrapa em mandiocultura e açaí.
Este programa, fruto de uma cooperação técnica com o Sebrae Amapá, é operacionalizado em duas fases, incluindo pesquisas e de transferência de tecnologias junto aos produtores. A primeira etapa foi realizada em 2022, com os testes de adaptação de onze cultivares de mandioca lançadas pela Embrapa, realizados em Campos Experimentais da Embrapa (Mazagão e Cerrado), e em Unidades de Referência Tecnológicas (URT) instaladas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap) – campus Porto Grande - e na Universidade do Estado do Amapá (Ueap). As cultivares adotadas neste projeto recebem os nomes de Jurará, Manivão, BRS Caipira, BRS Kiriris, BRS Poti, BRS Mari, BRS Poti Branca, BRS Dourada, BRS Novo Horizonte, BRS 420 e BRS CS 01.
Meta é produzir 10 milhões de manivas-sementes
A segunda fase do programa de incentivo à inovação tecnológica da mandiocultura no Amapá, que deverá ser realizada de 2023 a 2025, possui como metas consolidar as parcerias iniciadas em 2022, realizar capacitação técnica para formar produtores de manivas-sementes, constituir uma rede de maniveiros do Amapá com capacidade para produzir 10 milhões de manivas-sementes recomendadas pela Embrapa, e assim garantir determinadas condições técnicas de produtividade: a oferta deste insumo com qualidade genética e fitossanitária, e em quantidade suficiente para plantio na época adequada conforme as indicações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Para viabilizar esta segunda etapa do projeto, a Embrapa conta com recursos obtidos via articulação do Senador Davi Alcolumbre.
O chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Claudio Almeida de Carvalho, destaca a importância deste programa para promover inovação tecnológica na mandiocultura. “A inclusão de cultivares recomendadas pela pesquisa agropecuária, já disponíveis para utilização pelos produtores, o uso de técnicas como espaçamento adequado, plantio e colheita mecanizados, o manejo de solos e de pragas, época adequada para plantio, além da capacitação para multiplicadores e formação de maniveiros, certamente serão fatores decisivos para resultar em um salto no desenvolvimento da mandiocultura do Amapá, aumentando a produtividade de 10 toneladas por hectares, para 30 toneladas/hectare”.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Amapá produziu no ano de 2020 cerca de 112 mil toneladas de raiz da mandioca, o que coloca este produto agrícola como um dos principais produtos da agricultura familiar local, embora ainda considerado um índice baixo de produtividade. “Isso ocorre em decorrência do uso de manivas-sementes de material genético de baixa qualidade, e práticas de sistema de cultivo com reduzido nível tecnológico”, acrescentou Antonio Claudio. O cultivo de mandioca proporciona altos índices de garantia de colheita, devido ao baixo risco de perda, além de ser uma fonte indicada de forragem para alimentação animal, devido ser composta de proteína (parte aérea) e energia (raízes). O cultivo é considerado de ciclo longo, o tempo decorrido entre o plantio do talo até a colheita varia de sete meses até dois anos.
Por: Dulcivânia Freitas (DRT-PB 1.063/96)