Iacitatá realiza debates sobre Mairi Cabana e oferta oficina de artivismo indígena
O evento é uma iniciativa do Instituto Iacitata Amazônia Viva e será realizado na sede da organização, em Belém-PA.
Será realizado no próximo sábado (28/01), no período da manhã, às 10h, a oficina de artivismo indígena e saída para Lambe-Lambe, com Moara Tupinambá e Ixe Txai. Também vai acontecer feira Indígena e pintura Corporal. O evento é uma iniciativa do Instituto Iacitata Amazônia Viva e será realizado na sede da organização. A abertura do Ciclo de “Confluências Mairi Cabana é Agora” aconteceu na noite da última quinta-feira (26/01), com a mesa “O que o papel não salva a memória guarda! Cabanagem: Encontra-se!” que debateu Cabanagem, a partir de uma narrativa popular. O evento é gratuito.
Além da Oficina, vale dizer que funcionará normalmente o café Descolonial, a partir das 08h, e o almoço das 12h - 13h, no Iacitatá. Esta é a segunda edição do Ciclo de “Confluências Mairi Cabana é Agora”. A primeira edição foi feita em 2019 também com a temática cabanagem. “A gente sempre trabalha a temática das artes e dos levantes que vem aí pra trazer a aura de Mairi sobre Belém. A gente trabalha o sentido inverso. Nós trabalhamos as nossas valentias poéticas e encantarias em existir”, afirma umas das idealizadoras do evento, Tainá Marajoara.
De acordo com a artista Moara Brasil não será uma aula, mas um bate papo sobre Lambe Lambe e ativismos nas artes, “vamos fazer uma ação com o lambe do artista Denilson Baniwa que criou o "brasil é terra indigena" e vamos fazer o "Belém é terra indigena", explica, um pouco, Moara sobre a dinâmica que vai acontecer no próximo sábado.
Segundo a artista é importante ter uma consciência nativa da nossa origem, “esse tema para oficina para lembrar que antes de Belém ser Belém,era território ocupado pelo povo Tupinambá , era Mairi. É importante para valorizar a nossa memória que foi apagada pela colonização”, explica Moara.
Moara Tupinambá é ARTivista visual e curadora autônoma, é de Belém. É tupinambá, de origem da região do Baixo Tapajós. Seu pai é da comunidade rural de Cucurunã/Santarém e a sua mãe de Santarém/Vila de Boim/Rio Tapajós. Radicada em São Paulo, é artista multiplataforma e utiliza: desenho, pintura, colagens, instalações, vídeo-entrevistas, fotografias, literatura, performances. Sua poética percorre cartografias da memória, identidade, ancestralidade, resistência indígena e pensamento anticolonial.
Com o intuito de revisitar e reconhecer a Cabanagem, a partir de documentos históricos que trazem nomes e atos que são negadas visibilidade, o evento propõe encontrar a história a partir da narrativa da cultura tradicional. “O que o papel não salva a memória guarda!
Cabanagem: Encontra-se!” foi o tema da mesa com Isaac Loureiro, João Lúcio Mazzini, Magno Cardoso, Moara Tupinambá e Tainá Marajoara.
O pesquisador, ativista das culturas populares tradicionais amazônicas, produtor cultural e idealizador e coordenador da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro (movimento criado em 2005), Isac Loureiro, participou da mesa para falar de carimbó e cabanagem, em especial os desdobramentos após a derrota dos cabanos, que se conectam com a criminalização e proibição ocorrida em Belém no século 19. “Acho muito válido ter essa reflexão mais ampla sobre a cabanagem, para além da visão histórica em si, sobre os significados não visíveis que permanecem presentes entre os que foram derrotados, nós mesmos”, defende Isac.
Serviço:
Nesta Quinta.19.01/ 19h - 21h
Ciclo de Confluências Mairi Cabana é Agora
Roda de Confluências Cabanagem: Encontra-se - 19h - 21h com Isaac Loureiro, João Lúcio Mazzini, Magno Cardoso, Moara Tupinambá e Tainá Marajoara
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Sábado: Oficina de artivismo indígena e saída para Lambe-Lambe com Moara Tupinambá e Ixe Txai
Feira Indígena e pintura Corporal a partir das 10h
Iacitata: Travessa Padre Champagnat, 284. Praça Frei Caetano Brandão. Cidade Velha. Belém-PA.
professor João Lucio Mazzini, ex- Diretor do Arquivo Público do Pará, historiador e escritor. Autor do livro Dando Nome aos Bois (2014) e Rei Congo (2004)
Magno Cardoso é Coordenador do projeto Filhos do Quilombo e Mestre em Sustentabilidade junto a Povos e Comunidades Tradicionais/UNB.
Isaac Loureiro. Articulador da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural e pesquisador das culturas populares .
Moara Tupinambá. Artivista e curadora independente
Tainá Marajoara. Cozinheira, realizadora Cultural e pensadora indígena, autora do conceito de Cultura Alimentar, e faz da cozinha um viver anticolonialista.