Indústria 4.0: o que esperar dos conselhos de administração para o futuro?

Saiba como os conselheiros devem se preparar para lidar com as principais mudanças que estão por vir


As principais demandas para os conselhos para os próximos anos, assim como qual é o papel esperado de cada profissional que compõe o board estão entre as principais discussões da atualidade e há algum tempo é motivo de preocupação por parte do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

"O mundo vivencia constante transformação tecnológica, novas tendências de consumo e produção, assim como a indústria 4.0 está presente. E são esses, entre tantos fatores, que exigem uma visão de futuro mais profunda. O futuro é sobre o que acontecerá daqui a um, dois, dez, vinte anos? Também, mas ele também é resultado de ações que são tomadas no presente. O que se espera do conselho de administração para o hoje e amanhã?", reflete Carlos Moreira, CEO da MORCONE Consultoria Empresarial. 

Conselhos do Futuro – o que será necessário para impactar positivamente o amanhã?

Há muito tempo que as empresas não se sustentam apenas por meio de um discurso emocionante, sendo assim, o “ativismo” ganha maior notoriedade e pode ser visto como a força de transformação da realidade por meio de ação prática.

Segundo o IBGC, atualmente está sendo vivenciado um processo amplo, resultado de maior conscientização da sociedade, o que requer mudança, evolução, olhar holístico, novas perspectivas, função de diversas variáveis, dentre elas, escolaridade, conectividade e acesso à informação.

Para o órgão, o ativismo como iniciativa da organização, pode ser tratado como “posicionamento com causa”, com ações de impacto que transcendem a empresa, impactando a sociedade e, em muitas vezes, trazendo transformações perenes também em governos, concorrentes e reguladores.

Como saber se o conselho está no caminho certo? Segundo o IBGC, existem fatores a serem considerados, dentre eles:

Olhar honesto para dentro – Porque o conselho deve ser um reflexo daquilo que é pregado (cultura, normas e o propósito/ativismo/posicionamento), suas dinâmicas e deve refletir a diversidade de olhar e trocas transparentes.

Quanto aos aspectos societários, como os conselhos têm trabalhado suas dinâmicas internas para interagir com diversos atores?

  • Agentes de Governança;
  • Propósito – Ética – Princípios de Governança Corporativa;
  • Partes Interessadas – Regulação – Auto Regulação – Melhores Práticas;
  • Sociedade – Meio Ambiente.

O gestor, Gino Oyamada, esteve presente em um painel de debates promovido pela FDC (Fundação Dom Cabral), para falar sobre o que é esperado do Conselho do Futuro e pontuou alguns importantes insights sobre o tema:

Olhar de fato para o futuro

Segundo Oyamada, uma das características de grande parte dos conselhos atualmente é olhar para números, performance, balanços, diagnósticos de auditoria, mas muito pouco para tendências futuras, oportunidades e ameaças de outros cenários e para o planejamento estratégico de médio e longo prazo.

“Temas de curto prazo têm sido dominantes nas pautas, o que é compreensível, ainda mais diante das características de controle familiar de grande parte das empresas brasileiras. Mas organizações e conselheiros precisam reservar tempo, análise e reflexão sobre o que está por vir no médio e longo prazo”, alerta o especialista.

Abertura para a juventude e a diversidade

Outro ponto destacado pelo gestor foi a necessidade de conselhos intergeracionais, ou seja, que contem com diferentes perfis profissionais, idade, gênero, etc.

“Conselheiros jovens, que vivam as novas tendências, que invistam em novos negócios e procurem novas formas de navegar no mercado e os questionamentos que essa “mistura” podem trazer à organização são ricos e potenciais fontes em mudanças em processos, produtos e posicionamentos”, acredita.

Trabalho de forma consciente no ambiente no qual está inserido

Oyamada também ressalta que cada vez mais se exigirá do Conselheiro o pleno conhecimento e a total consciência do ambiente em que está inserido, seja ele interno ou externo e que não basta o conhecimento técnico e a experiência a serviço da organização.

“Estar ciente de novas legislações, dos riscos do negócio, da dinâmica competitiva e de seus impactos tanto na organização, nos acionistas como no mercado em que atua, será cada vez mais essencial”, ressalta.

Além disso, o especialista frisou que será cada vez mais importante o domínio sobre a cultura da organização, dos seus valores, do ambiente interno, do seu histórico e até mesmo de suas idiossincrasias para melhor exercício do seu papel como conselheiro independente.

Por Carlos Moreira - Há mais de 36 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).




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