Força e determinação descrevem as "Margaridas" que trabalham no serviço de limpeza de Macapá
Atualmente, o serviço de limpeza urbana do município é composto por 140 profissionais, destes 36 são mulheres
Manter a cidade limpa é um trabalho difícil, missão que as garis, chamadas carinhosamente de ‘margaridas’, executam com êxito, força de vontade e sem perder a alegria. As trabalhadoras da Zeladoria Urbana enfrentam desafios recorrentes na profissão, além de vivenciarem diariamente o preconceito. Neste Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Macapá presta homenagens a todas as mulheres aguerridas, através da história de luta e de lida das verdinhas.
Quem vive a cidade dia-dia e sol-a-sol é a Elisangela Almeida, de 39 anos. Ela é uma margarida e atua na limpeza municipal há 17 anos, e conta que, apesar dos desafios gerados de sua profissão, encontra muita alegria e satisfação pessoal no seu ofício.
“Logo que cheguei fui desafiada, achavam que não ia dar conta do serviço e aqui estou. Meu primeiro dia de trabalho não foi fácil, chorei no final do dia pois estava muito cansada, porém, o choro serviu para eu levantar e continuar. Hoje, o sustento da casa vem da minha renda de gari e isso é meu orgulho”, conta emocionada.
Elisangela Almeida atua como gari há 17 anos | Foto: Jesiel Braga/PMM
Paula Amaral atua como gari há quase dois anos | Foto: Jesiel Braga/PMM
Com sorriso estampado no rosto, Paula Amaral, de 40 anos, atua há quase dois anos no serviço de limpeza pelas ruas da cidade. Para ela, o segredo da alegria que contagia é o amor pela profissão.
“Tristeza não existe e os problemas a gente deve deixar em casa. Meu trabalho é feito com alegria e satisfação. Eu amo o que faço. Tenho orgulho de vestir essa camisa pois é daqui que vem o meu sustento e da minha família”, disse, sorridente.
Flávia Nahum, de 23 anos, atua como gari há 1 ano e 6 meses | Foto: Jesiel Braga/PMM
Atualmente, o serviço de limpeza urbana do município é composto por 140 profissionais. Desses, 36 são mulheres. São mães, donas de casa, jovens sonhadoras. Flávia Nahum, de 23 anos, é concurseira e atua há pouco tempo como gari.
“Esse é meu segundo emprego, um desafio para mim. Antes tinha vergonha, mas hoje tenho orgulho porque com o dinheiro digno do meu trabalho eu ajudo em casa e consigo me manter nos estudos. É claro que ainda escuto: ‘você é muito nova para está aqui’, mas esse comentário não me incomoda mais”, relatou Nahum.
Elisangela, Paula, Flávia – três mulheres que representam a força, a garra, a batalha dura e vontade de se superar a cada dia de tantas mulheres brasileiras. Trabalhadoras que cuidam e zelam pelos espaços públicos da cidade e que neste dia – 8 de março – e em todos os dias do ano, merecem respeito, admiração e sucesso.
Dia Internacional da Mulher
É comemorado mundialmente no dia 8 de março. Tem por finalidade mostrar a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos.
Por Ana Cleide Torres