Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
IPCA-15: prévia da inflação foi de 0,69% em março, aponta IBGE

IPCA-15: prévia da inflação foi de 0,69% em março, aponta IBGE

Indicador desacelerou de 0,76% em fevereiro para 0,69% neste mês


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do Brasil, foi de 0,69% em março, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15  apresentou uma desaceleração na comparação com fevereiro (0,76%) e o indicador acumulado em 12 meses caiu de 5,63% para 5,36%. Já em março de 2022, o índice foi de 0,95%.

Segundo Benito Salomão, mestre e doutorando em economia, a desaceleração foi boa, mas a inflação brasileira ainda tem se mostrado aguda. "Isso é positivo, mas ainda um pouco acima do que do que se esperava e mostrando aí o caráter extremamente resiliente da nossa inflação”, aponta.

De acordo com o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês de março. A exceção foi de artigos de residência, com queda de 0,18% em relação ao mês anterior.

O maior impacto foi do grupo de transportes, com alta de 1,5%. A alta foi puxada pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina, após a retomada da cobrança de tributos federais. Este subitem contribuiu com o maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 ponto porcentual). Também foi registrada alta nos valores do etanol (1,96%), que haviam caído 1,65% em fevereiro. 

No grupo habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial: com alta de 2,85%, contribuiu com 0,11 ponto porcentual da inflação do mês. Isso aconteceu devido à retomada da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre tarifas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD).

Veja abaixo a variação do índice:

Para Hugo Garbe, doutor em economia e professor da Universidade Mackenzie, o IPCA-15 permanece elevado nos primeiros três meses do ano devido ao cenário de inflação. “O Banco Central tem mantido as taxas de juros básicas em 13,75% ao ano, justamente pelo receio da pressão inflacionária”, informa.

Garbe explica que o aumento dos tributos foi um dos fatores que impactaram no processo de inflação. “Ou seja, tanto o aumento dos tributos como o cenário econômico, não só nacional mas internacional, têm contribuído para manutenção das taxas de juros no Brasil”.

Projeção para os próximos meses

Salomão aponta que a inflação tem dado trabalho para a política monetária, principalmente no cenário de reajuste de impostos sobre combustíveis. “Isso deve continuar ‘pesando’ por alguns meses. De forma que não há perspectiva de afrouxamento da política monetária a curto prazo. É preciso esperar esse choque dissipar”.



Fonte: Brasil 61




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