Novo Amapá: Naufrágio completa 44 anos e marca história do Amapá e da Amazônia
O naufrágio do Novo Amapá, ocorrido em 6 de janeiro de 1981, permanece como uma das maiores tragédias fluviais do Brasil, lembrando a importância da segurança nas viagens na região amazônica.
Quatro décadas depois, o naufrágio do barco Novo Amapá, que partiu do porto de Santana, em Macapá, com destino a Monte Dourado, no Pará, ainda assombra a memória coletiva do Amapá e da Amazônia. Superlotado, o navio virou no Rio Cajari, próximo ao distrito de Monte Dourado, matando centenas de pessoas. A tragédia completa 44 anos nesta segunda-feira, 6, e permanece como o maior desastre fluvial da história do Amapá e um dos mais trágicos da região amazônica.
O Novo Amapá tinha capacidade para transportar até 400 pessoas e meia tonelada de mercadorias, mas, no momento do acidente, o barco estava com mais de 600 passageiros e quase uma tonelada de carga. As investigações da época apontaram a superlotação como um dos principais fatores para o número elevado de vítimas.
O exército brasileiro foi acionado para realizar o resgaste, com os militares sendo considerados “bravos heróis” pela difícil tarefa de lidar com as consequências da tragédia. Antônio Flexa Soares, ex-soldado que participou da operação, lembra com emoção.
“Todos nós éramos jovens e naquele momento tivemos que suportar o trabalho. Chegava a ordem pra gente separar os corpos. Eram mães agarradas com os filhos nos braços. Naquele momento foi difícil pelo problema das mortes e também das famílias”, conta Flexa.
Cerca de 300 vítimas foram enterradas em uma vala comum no cemitério de Santana, e muitas famílias até hoje não puderam enterrar seus entes queridos, já que muitos corpos foram levados pela correnteza.
Cláudio Lima, sobrevivente da tragédia, recorda o horror do momento: "Terminei de vender refrigerante e fui jantar. Ouvi o barulho e o barco ficou de cabeça pra baixo. Quando me espantei já estava na água, e quando boiei já tinha gente em cima do casco. Foi um desespero muito grande", relembra.
O naufrágio do Novo Amapá continua sendo o maior desastre fluvial da história do Amapá, um episódio trágico que marca a memória do estado e do Brasil, sendo lembrado como uma lição sobre a importância da segurança nas viagens e a necessidade de fiscalizar as condições de embarcações que circulam na região amazônica.
Com informações/G1-AP