Renata Torres
Falta de segurança psicológica nas empresas prejudica profissionais LGBTQIAPN+

Falta de segurança psicológica nas empresas prejudica profissionais LGBTQIAPN+

Especialistas da consultoria Diversidade Agora, Renata Torres e Kaká Rodrigues falam sobre a importância da inclusão dessa comunidade nas organizações


As discussões sobre diversidade nas empresas estão cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade, mas a pauta LGBTQIAPN+ ainda se apresenta como tabu em muitas organizações. O levantamento feito pelo LinkedIn mostra que, apesar de 8 em cada 10 pessoas dessa comunidade sentirem-se confortáveis para compartilhar sua identidade de gênero e orientação sexual no ambiente de trabalho, 43% dizem já terem sofrido preconceito no emprego com comentários homofóbicos e piadas. Essa porcentagem revela um aumento em relação ao número levantado pela rede social em 2019, quando fez o primeiro levantamento, que apontou 35% dos entrevistados como vítimas de preconceito.

Para Kaká Rodrigues, co-founder da consultoria Div.A - Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusão, há uma falta de investimento das empresas na segurança psicológica das pessoas colaboradoras. “Quando nós falamos de segurança psicológica, estamos falando de como está a relação das pessoas naquele time, tanto em um âmbito maior, como no ambiente de trabalho como um todo ou entre as equipes. Isso é diferente de falarmos sobre saúde mental ou questões emocionais individuais”, explica a especialista, que complementa dizendo que há alguns fatores que englobam esse conceito, mas um dos principais no caso da comunidade LGBTQIAPN+ é “a inclusão, que é a pessoa se sentir segura para ser o que ela é, naquele ambiente onde ela está, e poder se expressar de forma autêntica”.

Ainda segundo a pesquisa, entre os entrevistados que se identificaram como heterossexual e cisgênero, 69% acreditam que suas empresas apoiam a diversidade e praticam ações que promovem a igualdade. No entanto, essa porcentagem cai para 53% entre o público LGBTQIAPN+ que foi entrevistado. Outro estudo, esse do Center for Talent Innovation, de 2021, mostrou que 33% das empresas brasileiras não confiam cargos de liderança a pessoas LGBTQIAPN+.

Renata Torres, também co-founder da consultoria Div.A - Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusão, explica que o desenvolvimento e crescimento de uma pessoa colaboradora LGBTQIAPN+ dentro de uma empresa só virá se o ambiente for igualitário e seguro para todas as pessoas. “Além de estarem conscientes de seus vieses, é essencial que as lideranças nas organizações estejam atentas, conheçam o conceito de segurança psicológica e também aprendam como criar um ambiente com essa concepção”, explica.

A especialista reforça que uma equipe diversa tem muito a contribuir com a empresa, trazendo visões diferentes para um mesmo projeto, culturas e pontos de vista distintos, que podem agregar e tornar ideias muito maiores do que seus conceitos iniciais, mas, para que os times tragam essa conscientização e todos possam se sentir seguros no mesmo ambiente, o exemplo da liderança é fundamental. “Para que as pessoas possam contribuir com o máximo de seu potencial, é essencial que haja um ambiente com segurança psicológica, e o papel da liderança nessa jornada é de protagonista”, conclui Renata.


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Kaká Rodrigues e Renata Torres

Kaká Rodrigues



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