3ª edição do Circuito Conexões Climáticas encerra com programação de valorização da cultura amapaense e fomento ao empreendedorismo
Evento é uma realização do Coletivo Utopia Negra e também contou com oficinas em escolas públicas do estado, que foram realizadas ao longo do mês.
Ao som dos batuques, caixas de marabaixo e vozes dos artistas amapaenses, a 3ª edição do Circuito Conexões Climáticas chegou ao fim, neste sábado (28), com uma programação em frente à Casa do Artesão. Com um evento voltado à valorização da cultura local e incentivo ao empreendedorismo verde, o Coletivo Utopia Negra buscou reforçar o movimento de conscientização e mobilização pelas pautas emergenciais da população amazônida.
A programação contou com saudação da Mãe Carmen, apresentação dos grupos Marabaixo da Juventude e Fina Batucada, Tani, MC Deeh e Dj Dropanda. Além disso, o público também teve acesso a uma feira com produtos artesanais, sustentáveis e genuinamente amapaenses. Alguns estandes ainda apresentaram o trabalho desenvolvido por projetos do terceiro setor, disponibilizando informações e apoio.
Segundo a gestora de comunicação do Utopia Negra, Irlan Paixão, a edição de 2024 abordou mudanças climáticas, educação ambiental, cidadania, racismo ambiental, políticas públicas, cartografia social e sustentabilidade. E, por se tratar de um ano eleitoral, o grupo também realizou oficinas em escolas públicas do estado para despertar e fortalecer a noção de se pensar nessas pautas na hora de escolher seus representantes.
"O Coletivo Utopia Negra está há quatro anos fazendo trabalhos com a sociedade civil, trabalhando no terceiro setor, buscando a melhoria de vida e falando de racialidade acima de qualquer outra coisa. Essa é a terceira edição do Circuito Conexões Climáticas, que tem como foco principal debater as questões climáticas, primeiramente, mas as questões climáticas atravessadas pela racialidade, em como que essas questões afetam a sociedade e também falando do voto consciente, que é aquele voto que a gente tem falado sobre a importância das candidaturas que representam as questões que a gente está abordando. Então, o Circuito fala sobre o voto verde, fala sobre a importância da juventude, qual é seu olhar voltado às questões climáticas e como é que a gente tem vivenciado elas enquanto população negra", frisa Irlan.
A artesã Marciana Dias, da comunidade Carmo do Maruanum, foi uma das empreendedoras que participaram da programação cultural. Segundo ela, a comunidade ficou feliz em receber as ações e o Circuito foi uma boa oportunidade para realizar suas vendas.
"Eu estou sendo muito feliz pelo convite que me fizeram, de estar hoje aqui, com minhas peças maravilhosas aqui para vender. E eu tenho grande fé em Deus que vai ajudar todos os outros empreendedores. Eu também estou me sentindo feliz pelo que estão fazendo pela comunidade do Maruaum", diz Marciana.
A dona de casa Cláudia Lopes, 48 anos, afirma que é importante a realização desse tipo de atividade no estado, pois valoriza a cultura local.
"Eu acho muito interessante sobre essa coisa que está acontecendo para mostrar sobre a nossa cultura, o que a gente tem aqui. Eu gosto de participar, não tenho o costume de vir muito, mas sempre que posso, eu venho. Eu gosto, acho muito bom, tem que mostrar mais a nossa cultura e a gente precisa se envolver mais", disse Cláudia.
Neste ano, o circuito contou com o apoio do programa Inovação e Aceleração na Região Amazônica (IARA) e da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult).
Por Joyce Batista