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Mais de 20% da população vive em imóveis alugados

Mais de 20% da população vive em imóveis alugados

Em seis anos, a proporção cresceu quase 3%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


No mundo de hoje, o acesso a uma moradia digna é um direito fundamental que, infelizmente, continua sendo um privilégio para muitos. Em todo o mundo, inúmeras pessoas enfrentam condições de vida precárias ou não têm uma casa própria que lhes ofereça a segurança e o senso de pertencimento que só um lar pode proporcionar.

No contexto brasileiro, o problema da moradia não é desconhecido, como evidenciado pela publicação da Síntese de Indicadores Sociais 2023, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com esse relatório, em 2022, aproximadamente 64,6% da população residia em domicílios próprios, embora esse número tenha apresentado uma tendência de queda desde 2016, quando o percentual chegou a quase 68%.

Ao mesmo tempo, o número de pessoas que vivem em imóveis alugados cresceu acentuadamente nos últimos seis anos. Os dados fornecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua revelam que, em 2022, 20,2% da população vivia em imóveis alugados, enquanto 8,8% viviam em residências emprestadas.

É também reveladora a análise do perfil dos locatários, mostrando que 65,4% da população pertencente aos 20% com menor renda está em situação de aluguel, percentual ligeiramente superior aos 64,2% correspondentes aos 20% com maior renda. Esse fenômeno cresceu 4% desde 2016, exacerbando as lacunas socioeconômicas no acesso à moradia.

Por outro lado, o segmento demográfico entre 15 e 29 anos de idade surge como a faixa etária com a maior propensão a morar em acomodações alugadas, coincidindo com o estágio em que os jovens tendem a se tornar independentes e a buscar seu próprio espaço de moradia, representando 25,6% do total.

Esse fenômeno também se reflete na posse de moradia por status atribuído, que atinge o pico na faixa etária mais jovem, com 11,3%, e diminui na faixa etária mais velha, com 4,7%. É relevante observar que, entre as pessoas com mais de 60 anos que trabalham por conta própria, 83,9% estão nessa condição de aluguel.

Por sua vez, as mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos constituem o tipo de unidade familiar com a maior incidência de moradias alugadas, representando 33,0% do total, enquanto a maior proporção de moradias alugadas está no estrato de renda mais baixa, com 13,4%, e a menor no estrato de renda mais alta, com 4,4%.

Em resposta a essa realidade, o DataZAP realizou uma pesquisa para saber quais são as aspirações dos jovens em relação à estabilidade e à segurança da moradia ao procurar sua primeira casa. Os resultados revelaram que 38% dos entrevistados aspiram ter seu próprio imóvel, enquanto 39% preferem alugar como alternativa inicial.

Diante desse dilema, Armando Botelho, diretor comercial da Creditú, disse ao Jornal Contábil: "Ambas as opções têm vantagens e desvantagens, mas é fundamental entender qual delas se adapta melhor à situação financeira do indivíduo. Para quem busca um investimento de longo prazo, a aquisição de um imóvel é a opção ideal. No entanto, se o objetivo for garantir um local de residência temporário, sem compromissos futuros, o aluguel pode ser a alternativa mais adequada".

Nesse cenário, quem opta pela compra deve fazer um planejamento detalhado de médio e longo prazo, levando em conta as oscilações das taxas de juros, que podem impactar diretamente o custo financeiro do imóvel e variar de acordo com o tipo de financiamento escolhido.

Atualmente, no Brasil, há várias opções de financiamento para a compra de moradias. O Sistema Financeiro de Habitação, principal programa do país nessa área, permite o financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão com taxas de juros máximas de 12% ao ano.

Além disso, há aqueles que solicitam empréstimos pessoais para financiar parte do dinheiro. Já o Sistema Financeiro Imobiliário oferece uma linha de crédito que cobre entre 80% e 90% do valor do bem, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. É sempre aconselhável, em muitos desses casos, consultar plataformas de comparação de empréstimos pessoais.

Por fim, o programa "Minha Casa Minha Vida" do governo federal é voltado especificamente para famílias de baixa renda, com o objetivo de reduzir o déficit habitacional e facilitar o acesso à casa própria.

 

Preços dos aluguéis

O recente relatório do Índice de Locação Residencial FipeZAP esclareceu o cenário de preços de aluguel em 25 cidades brasileiras, incluindo 11 capitais, revelando uma tendência significativa no mercado. Uma das conclusões mais notáveis é a queda nos preços registrada exclusivamente na cidade de Fortaleza.

No segundo mês do ano, a capital cearense sofreu uma redução de 0,11% nos preços de aluguel, ficando em R$ 28,27 por metro quadrado. Essa tendência de queda tem sido consistente desde dezembro de 2023, como aponta Pedro Tenório, economista do DataZAP, o que sugere uma dinâmica estrutural e não um evento pontual.

Uma possível explicação para esse fenômeno pode estar relacionada à taxa de disponibilidade de imóveis na região. Embora tanto a taxa nacional quanto a de Fortaleza tenham permanecido em 8% durante o segundo trimestre de 2023, no último trimestre do ano a taxa média nacional caiu para 7,4%, enquanto em Fortaleza aumentou para 9,2%.

Por outro lado, o índice FipeZAP revela um aumento de 1,28% nos preços dos aluguéis residenciais em fevereiro, dando continuidade a uma tendência de alta observada desde outubro do ano passado. É importante observar que esse aumento supera as variações dos principais indicadores de inflação do país, o IPCA (+0,83%) e o IGP-M (-0,52%).

Esse aumento nos preços se reflete na maioria das cidades analisadas, com 22 das 25 cidades registrando um aumento mensal nos aluguéis. Entre as capitais, as cinco com os maiores aumentos são: Brasília (+3,24%), Curitiba (+2,21%), Salvador (+1,88%), Recife (+1,77%) e Florianópolis (+1,67%).

Quanto às cidades com os preços de aluguel mais altos, Barueri, em São Paulo, lidera o ranking com um custo de R$ 59,95 por metro quadrado, seguida pela capital, com R$ 52,54 por metro quadrado, e Florianópolis em terceiro lugar, com R$ 51,18 por metro quadrado.

É importante observar que o índice não inclui a correção dos aluguéis vigentes em seu cálculo, pois esses valores são ajustados periodicamente, conforme estipulado nos contratos. Essa metodologia captura dinamicamente a evolução da oferta e da demanda de moradias ao longo do tempo, fornecendo uma visão abrangente do mercado de aluguel residencial no Brasil.

 

FONTES

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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