Amapá Digital | Domingo, 22 de dezembro de 2024.
Vivemos muito além de nossos limites. Criamos um estilo de vida que está drenando da terra recursos insubstituível, doendo na alma cheia de flores, e não nos importamos com o amanhã, mesmo sabendo que natureza e a sabedoria seguem o mesmo caminho. A natureza é nossa professora na arte da convivência, nada passa despercebida, em que, cada ser ocupa o seu lugar harmoniosamente e se completa no ciclo da vida; uns se ocupam em dar vida aos outros, mesmo trabalhando para sua subsistência. Polarizando os campos, sendo companheiros do vento, navegando nas correntezas, sustentando os inimigos e equilibrando a biodiversidade.
No dia a dia, o que se percebe, é o homem tendendo a se perder no meio das ondas magnéticas, nos ruídos dos motores, na seleção de palavras, no ordenamento de papéis, deixando escapar de seus sentidos o que mantém unido a outros: os laços de amizade, carinho e amor, valores que são transmitidos pelo sorriso, pelo beijar, pelo falar, pelo cantar, pelo calar, pelo escrever, pela imaginação, pela forma de comunicação.
Tendo a certeza de que a natureza que seduzem os mais diferentes olhares, possuem perfeições para mostrar que é a imagem de Deus, e defeitos para revelar que é apenas a imagem. Suas florestas abundantes e suntuosas, mundo cercado de flores cheirosas e dourados frutos, suas riquezas infinitas, seus ancoradouros claros e perfumados, suas montanhas de recortes caprichosos, seus vales espaçosos, rios e sombreados de montanhas intransponíveis. Neles contém metais preciosos e as pedrarias raras se confundem com o esplendor magnífico de uma rica e maravilhosa flora e fauna.
E, no comparativo a natureza mostra que a sua orquestra não desafina; já a do homem ainda busca o melhor tom. A natureza renasce das cinzas; o homem incendeia raízes. A natureza supera obstáculos; o homem os produz contra si mesmo. O universo fala na alma; o homem ainda procura a alma. Então porque não estudar a natureza, mesmo que não puder compreender, pelo menos há de admirá-la, sabemos que no universo só existe beleza e harmonia.
Onde estamos? Onde erramos? O que fazer? Por que não fazemos? Por que calar? Percebe-se que comunicar não é apenas emitir e interpretar sinais, mas o ser para os outros. Na Bíblia, escreve São Paulo somos comparados a um corpo: todos precisam de todos, todos somos um quando se vive no todo. Isso é integração. Isso é comunhão. Isso que é comunicação.
A Natureza, O Homem e a Comunicação devem andar imbricados. Fala-se muito na sociedade do conhecimento, no valor das experiências. Mas, o que tem marcado o compasso dos relacionamentos tem sido o capital, que muda no tocar de botões, deixando rastro de pobreza, de desamor, de violência. Onde estão os homens? E os amigos? A máquina que une também devassa pelo ter. O verbo conjugado no plural está cada vez mais substituído pelo ter individual, singular.
Por Eliazar Bezerra eliazarbezerra2@gmail.com
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