Amapá Digital | Domingo, 22 de dezembro de 2024.
Programação do Governo do Estado contou com a presença de diversos grupos e apresentações artísticas.
Em comemoração aos 50 anos de história da capoeira no Amapá, o Governo do Estado promoveu na segunda-feira, 29, um "aulão" com mestres e alunos em frente à Casa do Artesão, em Macapá. A programação faz parte da "Semana Estadual do Capoeirista", que valoriza o segmento, a luta e a resistência.
A iniciativa é da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e parceria do Centro Cultural Maracá. A semana reuniu cerca de 18 grupos de capoeira ao longo da semana para promover a integração dos projetos.
“O Governo do Amapá, dentro do seu Programa de Governo, traz a implementação de políticas públicas afirmativas e um dos grandes projetos é o programa Amapá Afro. E a Semana Estadual do Capoeirista e dos mestres de capoeira é para valorizar esse segmento, em especial, os fazedores de cultura e de resistência, porque a capoeira é para além de um ato de uma manifestação cultural, a capoeira é vida", ressaltou a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos.
Diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana SantosFoto: Adriano Monteiro/GEAFoto: Adriano Monteiro/GEA
Segundo Michel Braz, coordenador do evento e mestre de capoeira, essa é uma oportunidade de valorização das raízes e relembra o início da capoeira no Amapá com mestres que já partiram.
"A capoeira no Amapá está amadurecendo, são cinco décadas de história apenas e nós agradecemos a todos os agentes culturais que se fazem presente no dia a dia para que a capoeira seja o que ela é hoje, desde os nossos mestres mais antigos até a nova geração. Temos muita gratidão a esses mestres que em 1974 plantaram uma semente, que é o que nós estamos vendo crescer hoje", ressaltou Braz.
Michel Braz, mestre malhado e coordenador do eventoFoto: Adriano Monteiro/GEAFoto: Adriano Monteiro/GEA
Além da aula com os mestres, os participantes também puderam acompanhar a encenação de puxada de rede, tradicional nas rodas de capoeira, por retratar a vida dos pescadores e negros. O momento representa a celebração pelo trabalho bem-sucedido, mas também serve de alerta para a conscientização dos perigos de afogamentos, principalmente para crianças.
“No litoral baiano, quando se fazia a roda de capoeira, se fazia a puxada de rede para representar todos os que partiram no mar. E hoje, a puxada de rede foi encenada pelo grupo Raízes do Brasil, que além da capoeira, tem um show cultural chamado Brasil de Raízes. Em outros momentos, colocamos o personagem sereno retornando à vida pelas mãos de Iemanjá, mas hoje tem muita criança e a gente precisa desse alerta, passar essa mensagem", explicou a professora do grupo Raízes do Brasil, Jenifer Santos.
Professora do grupo Raízes do Brasil, Jenifer SantosFoto: Adriano Monteiro/GEA
Participando do "aulão", a jovem Lúcia de Cássia, de 19 anos, do grupo Malta, conta que a capoeira representa liberdade e para ela, foi uma forma de se reencontrar após um período complicado da vida dela.
“Capoeira para mim representa liberdade. É uma dança que me prende e me ajudou em muitas situações na minha vida que estavam complicadas. Fazer parte desse movimento representa um momento especial, que reúne muitas pessoas que fazem o mesmo que a gente ama. É uma arte admirável”, finalizou Lúcia.
Lúcia de Cássia, capoeirista do grupo MaltaFoto: Adriano Monteiro/GEA
A programação encerrou nesta terça-feira, 30, às 18h30, no Museu Sacaca, com a entrega de homenagens a personalidades e apoiadores do segmento.
Por Thaysa Ruane
VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL