Tradição

29º encontro dos tambores no Amapá: Fé, cultura e resistência na missa dos quilombos


celebração reúne tradição religiosa e ancestralidade em um ato de devoção e luta pelas raízes afro-amapaenses.


A Missa dos Quilombos, ponto alto do 29º Encontro dos Tambores, reuniu no dia 20 de novembro, em Macapá, tradições religiosas e culturais que exaltaram a memória africana e a luta pela igualdade racial. Presidida pelo padre Paulo Mathias e líderes de religiões de matriz africana, a cerimônia destacou o legado de Zumbi dos Palmares e homenageou Tia Zefa, referência cultural que faleceu aos 108 anos em julho. A celebração incluiu elementos como a cana-de-açúcar, a mandioca, o marabaixo e a capoeira, representando resistência e ancestralidade.

Com a presença de Carlinhos Brown, embaixador do Marabaixo, a missa destacou a luta contra o racismo e a celebração da liberdade. Durante o Ofertório, alimentos foram levados ao altar e depois distribuídos ao público, promovendo solidariedade e união. A programação também contou com o tradicional banho de cheiro, reafirmando o axé e a espiritualidade do evento.

Homenagens e avanços sociais

A celebração contou com a participação do governador Clécio Luís, que destacou o Amapá como referência nacional em políticas de equidade racial, como o programa Afrocientista e o Fórum Estadual de Gestores de Promoção da Igualdade Racial. Com 73,7% da população negra ou parda, o estado lidera índices de inclusão e justiça social. A missa, que acontece há mais de 30 anos, reafirma essa trajetória de luta e conquistas.

O evento também celebrou a cultura e a resistência afro-amapaense com apresentações de batuque, marabaixo e rodas de marabaixo, reforçando a identidade ancestral. A cantora Verônica dos Tambores e grupos como "Mulheres Pretas na Percussão" emocionaram o público com homenagens à ancestralidade e à memória cultural do estado.

Carlinhos Brown e o fortalecimento da cultura negra

Carlinhos Brown, embaixador do Marabaixo, reforçou a importância da celebração como símbolo de resiliência e coletividade. “Os tambores do Marabaixo ecoam para o mundo, mostrando que podemos vencer o racismo”, afirmou o artista, emocionado com a força cultural do Amapá.

Além da missa, o 29º Encontro dos Tambores promoveu palestras, shows e apresentações de artistas do Amapá e da Guiana Francesa. Com entrada gratuita, o evento segue até o dia 26 de novembro no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, celebrando as raízes e a luta do povo negro.

Com informações/GEA

Veja alguns trabalhos

 



Deixe seu Comentário

 

VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL