Amapá Digital | Domingo, 22 de dezembro de 2024.
Em clima de fim de ano, o Luau na Samaúma lotou a praça nesta sexta-feira (29) com o público que prestigiou as atrações culturais, exposições, entretenimento para crianças, praça de alimentação e outras atividades. O evento, que está em sua 5ª temporada, é promovido em parceria pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP), Governo do Estado do Amapá (GEA) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amapá (Sebrae/AP). Esta é a segunda edição desta temporada.
O tema, Festa para Todos, reflete uma das principais características do Luau na Samaúma: criar um ambiente em que pessoas de todas as idades, gerações, preferências e estilos se sintam prestigiados e se encontrem ao redor da samaúma, símbolo do MP-AP, em uma grande festa. Em 2024, as duas edições seguiram a receita de sucesso. Empreendedores e artistas tiveram seus espaços visitados e o público aproveitou a programação desde às 17h. Espaços instagramáveis, segurança, estacionamento, e outros serviços foram disponibilizados à população.
A 'Festa para Todos' iniciou com programação para as crianças, que aproveitaram a contação de história com Esmeraldina Santos; cortejo artístico do grupo Pirlimpimpim e o espetáculo infantil do grupo Hemisfério. Mais uma vez a oficina Mini-Chefs foi sucesso de público. As crianças foram divididas em duas turmas para aprender a fazer um doce com casquinha de sorvete e bolo. O papai noel também esteve na praça Samaúma, para alegria da criançada.
Fernanda Andrade , 9 anos, e Vitória Ferreira, de 8, são amigas desde a primeira infância e se divertiram na oficina. “Eu vim primeiro, gostei muito e convidei a Vitória para brincar também”. “Eu estou adorando e vou fazer um doce dar água na boca”, disse Vitória.
Corredor do Empreendedorismo
Ao redor da samaúma estavam 15 artesões e 3 empresas da economia solidária. Eles comercializaram produtos artesanais, roupas, papelaria, chocolate, bijuterias. Uma diversidade de artigos.
Johanna Queiroz tem uma história interessante com o Luau na Samaúma. Proprietária da Johanna Brigadeiros, ela está no evento desde a primeira edição. “Sempre gostei de brigadeiro e durante uma greve na universidade, comecei a fazer para vender com a bicicleta. No mesmo ano teve o primeiro Luau e fui convidada, passei a ser conhecida aqui, o negócio aumentou, assim como o cardápio, e hoje é uma empresa familiar. Tem um ponto fixo na beira rio e estou sempre aqui, onde comecei, há sete anos”.
Do norte do estado, precisamente dos povos indígenas Galibi-Marworno, a artesã Inandaiara Santos traz a variedade da miçangaria e sementes, transformadas em pulseiras, colares, brincos e outros adereços. Ela conta do retorno que tem no Luau. “Na primeira vez que estive aqui eu vendi muito e fiquei bastante conhecida pelo meu trabalho. Novamente fui convidada e fiquei muito feliz porque com certeza meus produtos indígenas terão uma boa aceitação”.
Natal dos empreendedores
Doze empresas estavam instaladas na Praça de Alimentação. Entre os empreendedores, a chefe confeiteira Vitória Peixe, dona de uma empresa que leva seu nome e que tem apenas cinco meses de funcionamento. Ela contou que já participou do Luau com outra empresa e que agora achou a estrutura muito melhor e mais organizada. Conhecida como Baiana, Ana Gleide está em todas as edições do evento vendendo comidas típicas da Bahia e do Amapá. “Aqui é meu Natal. Nunca tenho prejuízo, assim eu sustento meus dois filhos. Não é à toa que largo qualquer coisa para estar aqui”.
Os ambulantes também fazem questão de participar do Luau na Samaúma. Leila Lobato vende bebidas há 25 anos. Ela já formou duas filhas nesse negócio. Para ela, o Luau na Samaúma é um dos melhores lugares para vender, e com muita tranquilidade. “Aqui é um ambiente muito bom, o público é fiel e consome bastante. Agradeço muito quando chega essa época porque é certeza de boas vendas”. Edinho Brito vende brinquedo na rua desde os 7 anos, agora , aos 34, confessa que o Luau tem um dos melhores públicos para seus produtos. “Ajuda muito a sustentar minha família”.
Literatura e artes visuais
Dois espaços ganharam vida nas últimas temporadas do evento: as tendas Literária e de Artes Visuais. Patrícia Andrade é poeta e contou que a tenda da literatura é mais que um local para comercializar livros. “Já é referência e todos vêm pra cá conversar - escritores, poetas, ilustradores e hoje estamos com duas novidades, o Boca da Noite, um dos movimentos literários mais antigos, e o AP Delas, que é um coletivo LGBTQIAPN+, que se sentiu acolhido na tenda e pelo público que vem comprar e aproveitar para pegar autógrafo e fazer foto com os autores”.
Edricy França e mais cinco artistas são do Coletivo Santa Lata, um grupo de artistas que faz arte urbana e sai das ruas para expor em telas na Praça Samaúma. “É um importante passo sair do espaço em que muitas vezes somos marginalizados para um ambiente como este, com público variado, e na tenda de artes visuais, que está se tornando referência”.
Shows e público variado
Patrícia Bastos foi a principal atração, com o show Baile da Caboca, que levantou o público com um repertório que mesclou as canções interpretadas pela artista e bregas clássicos, com a participação das cantoras Brenda Melo, Deize Pinheiro e Bia Nelluty, e a presença do cantor e compositor amapaense, que trilha carreira em São Paulo, Skipp. O Luau teve ainda a participação da Banda da Polícia Militar, DJ Felipe Alme, Movimento de jovens Afrodescendentes do Amapá (MOJAAP), e a toca-tudo Tamires Souza, uma mostra da variedade nos estilos para agradar todos os públicos.
Em todos os espaços, famílias, grupos de amigos e casais, curtiram o último Luau na Samaúma deste ano. Professora aposentada, Maria Ressurreição, a Miloca, tem 78 anos e sempre vai ao luau com a família. Ela é cadeirante e diz que não tem dificuldade em chegar na praça. “Mas o que eu mais gosto é de rever amigos e curtir os shows”. O educador Airá Santana traz as cadeiras, o cooler e toda a família. “Sogro, esposa e filhos, gostamos muito de estar aqui, principalmente pelo ambiente familiar, atrações maravilhosas e reencontrar amigos”.
O presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/AP, Josiel Alcolumbre, falou da relevância da parceria na realização de eventos como o Luau. “Facilitar o acesso da população à cultura, lazer e arte é um dos objetivos do Luau, e atrelado a isso, as três instituições também incentivam o empreendedorismo popular e a economia criativa”. Alcilene Cavalcante, diretora superintendente, disse que “o Luau é uma entrega importante para os parceiros que realizam este evento, que movimenta a economia criativa, a cultura, o artesanato, a gastronomia, e faz uma grande festa nesse espaço de uso coletivo bonito, que abre diálogo entre as instituições e população”.
O procurador-geral, Paulo Celso Ramos, agradeceu a presença do público, membros e estagiários nas duas edições do Luau na Samaúma. “Fazemos o possível para proporcionar alegria, cultura, reencontros e também ajudar a movimentar a economia. É sempre revigorante ver esse espaço ocupado pela população, movimentando a economia, ver crianças, jovens, adultos, idosos, todos, divertindo-se no mesmo lugar. Mais uma vez foi sucesso e esperamos todos na próxima temporada, em 2025”.
Por Mariléia Maciel
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