Amapá Digital | Domingo, 22 de dezembro de 2024.
Nove pessoas foram presas na Operação Renocrim, que visa combater as facções criminosas em todo o país com integração das polícias.
Em mais uma ação estratégica do Governo do Estado em parceria com o Ministério da Justiça no combate à criminalidade no Amapá, a Polícia Civil deflagrou a Operação Renocrim, que cumpriu 9 mandados judiciais, sendo quatro no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), em Macapá, e cinco em Laranjal do Jari.
No município localizado no Sul do Amapá, a PC desarticulou um aeródromo que servia de ponto de apoio e logística a garimpos ilegais localizados na região do Pará, segundo as investigações. Durante a ação, houve a apreensão de uma aeronave, armas e ouro, totalizando mais de R$ 1,2 milhão em materiais.
Operação conta com integração nacional entre as Polícias Civil de todo o país - Foto: Lucas Brito/PC
A operação, coordenada pela Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco/PC), com apoio de outras unidades da PC, aconteceu entre os dias 25 e 27 de novembro e integra uma iniciativa nacional subsidiada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJ), que visa combater as facções criminosas em todo o país, integrando as unidades especializadas da PC no âmbito nacional.
"Nosso objetivo é desmantelar essa estrutura que atua em prejuízo do meio ambiente na Amazônia e da sociedade. Esse prejuízo financeiro de mais de R$ 1,2 milhão demonstra a efetividade das ações da Segurança Pública. Vamos continuar com os esforços integrados para garantir que essas práticas ilícitas sejam interrompidas", afirmou o delegado Ismael Nascimento, titular da Draco. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema criminoso. Polícia Civil do Amapá desativou aeródromo clandestino em Laranjal do Jari - Foto: Lucas Brito/PC
Durante as buscas no Iapen foram apreendidos telefones celulares, diversas porções de maconha e papéis com comunicações em códigos entre os internos e pessoas de fora do sistema prisional, com orientações sobre ações de um grupo criminoso.
"Já em Laranjal do Jari foram apreendidos diversos telefones celulares e dinheiro em espécie. As investigações revelaram que integrantes do grupo criminoso que nasceu lá, atualmente presos no Iapen, gerenciavam as atividades ilícitas naquele município, comandando o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro por meio de membros em liberdade", explicou o delegado.
Ainda em Laranjal do Jari, em outra linha de investigação dentro da Operação Renorcrim, a Polícia Civil desarticulou um esquema de garimpo ilegal. Durante a investida policial, uma base que servia de suporte logístico e operacional para o garimpo ilegal foi descoberta.
Dentre os objetos apreendidos estão uma aeronave; três espingardas; lunetas de uso restrito, munições e uma pistola calibre .40 - Foto: Lucas Brito/PC
No local foram apreendidos bens avaliados em mais de R$ 1,2 milhões. Dentre os objetos apreendidos estão, uma aeronave usada para transporte de materiais ilícitos; três espingardas, (sendo duas calibre 12 e uma calibre 22); lunetas de uso restrito, munições; uma pistola calibre ponto 40 com numeração raspada. Segundo o levantamento preliminar, a pistola pertence a um guarda civil municipal de Laranjal do Jari.
Foram aprendidos, ainda, carotes de combustível, ouro bruto e equipamentos tecnológicos, como uma antena de internet via satélite, um GPS portátil e diversos objetos utilizados na prática de garimpagem ilegal. Cinco suspeitos foram presos em flagrante, incluindo mecânicos, o piloto da aeronave e operadores contratados por um indivíduo apontado como líder do esquema criminoso.
"Durante o interrogatório, o piloto afirmou já ter sobrevivido a quatro acidentes aéreos anteriores, reforçando a ousadia e os riscos assumidos pelos criminosos na execução de suas atividades ilegais", informou o delegado da Draco.
Os presos foram encaminhados para audiência de custódia, sendo que três deles tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e foram encaminhados ao Iapen, enquanto dois responderão em liberdade.
Os investigados na operação poderão responder pelos crimes de porte ilegal de arma de uso restrito, crimes ambientais, como armazenamento de combustível e uso de motosserra, associação criminosa, usurpação de bens da União e outros crimes relacionados.
Por Marcelle Corrêa
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