Amapá Digital | Domingo, 22 de dezembro de 2024.
A Semana de Saúde na Fronteira reforça o debate entre nações para o fortalecimento de políticas públicas entre as duas nações.
Na cidade franco-guianense de Saint Georges, a Semana de Saúde na Fronteira reuniu representantes dos Governos do Amapá e Guiana Francesa para elaboração de políticas públicas para o fortalecimento da prevenção e controle de doenças transmissíveis como HIV/Aids, tuberculose, sífilis, hepatites B e C.
O evento, que ocorre até a sexta-feira, 6, abordou também sobre cuidados com a saúde mental que garantam o acesso a serviços de apoio psicológico e psiquiátrico, promovendo o bem-estar emocional da população. A programação pontuou ainda ações de diagnóstico, controle e combate aos vetores de doenças epidemiológicas como dengue, chikungunya, febre-amarela, zika e malária.
Representantes dos Governos do Amapá e Guiana Francesa trocam experiências e apontam rumos da saúde fronteiriça - Foto: Mônica Silva/SVS
Brasileiros e franceses apresentaram experiências e melhores práticas, enfatizando a necessidade de um esforço conjunto para enfrentar os desafios impostos por essas condições. O momento propõe um diálogo ativo entre os diversos setores envolvidos na saúde pública, destacando a importância de ações integradas e estratégias eficazes para lidar com problemas de saúde pública.
Superintendente da SVS, Cássio Peterka - Foto: Mônica Silva/SVS
“O Governo do Amapá espera encerrar essas discussões com um plano de trabalho bastante prático e avançado para que em 2025, quando a gente voltar a se reunir, já tenhamos resultados expressivos para as populações de Oiapoque e Saint Georges”, comentou o superintendente de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), Cássio Peterka.
A saúde na fronteira foi uma das sete propostas apresentadas pelo Governo do Amapá, durante a 6ª Reunião do Conselho do Rio Oiapoque, em março deste ano, que ouviu demandas das populações da região de fronteira entre o Brasil e a França.
Subprefeito do Leste da Guiana, Mickaël Didier (centro) - Foto: Mônica Silva/SVS
“Quero dizer que o hospital de caiena vai virar um grande hospital universitário, encontramos pessoas que realmente gostam e se interessam pelas melhorias da saúde, e minha expectativa é que consigamos nessa semana de diálogo chegar às respostas para nossos desafios”, expôs o Subprefeito do Leste da Guiana, Mickaël Didier.
Francky Mubenga, diretor de saúde pública interino e da Vigilância em Saúde na ARS (Agência Regional de Saúde), sublinhou a importância de uma abordagem colaborativa na busca por melhorias e cuidados. Segundo ele, a análise das lacunas existentes nos serviços de saúde de ambos os lados da fronteira é fundamental para a construção de estratégias que possam efetivamente melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Francky Mubenga - Foto: Mônica Silva/SVS
“A troca de informações e experiências entre os profissionais de saúde dos dois países fortalece a capacidade de resposta às necessidades, promovendo um sistema de apoio mais robusto e acessível para todos”, ressaltou Mubenga.
A reunião também ressaltou a importância de integrar as políticas públicas a partir dos dados apresentados e das discussões realizadas. Representantes do Amapá enfatizaram que a comunicação sobre as condições de saúde deve ser contínua e sistemática, ressaltando que o repasse de informações entre os dois lados da fronteira é crucial para melhorar as respostas de saúde.
Reunião também ressaltou a importância de integrar as políticas públicas a partir dos dados apresentadosFot - o: Mônica Silva/SVS
Valmir Correa, diretor técnico do Laboratório de Fronteira (Lafron), apresentou dados da tuberculose no Amapá em 2023 e 2024, com comparativos de casos, e encerrou a apresentação falando dos avanços recentes do órgão.
Valmir Correa, diretor técnico do Lafron - Foto: Mônica Silva/SVS
“Temos notícias boas sobre o diagnóstico da tuberculose, identificação e resistência da doença por meio da biologia molecular e também pela coleta do exame IGRA, que identifica pacientes com infecção latente de tuberculose. Esses são alguns dos nossos avanços e estamos trabalhando para garantir mais assistência na área laboratorial”, destacou Correa.
A Semana de Saúde na Fronteira viabiliza a construção de alianças e fomentação da colaboração, promovendo iniciativas que visam um atendimento de saúde mais eficiente e integral para a população que vive nas duas margens da fronteira. A proposta tem como base mobilizações de prevenção e combate a essas doenças simultaneamente.
Por Mônica Silva
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