Amapá Digital | Sexta-Feira, 14 de março de 2025.
Na manhã desta quinta-feira (13), a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) realizou sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A solenidade, iniciativa das deputadas Alliny Serrão, Aldilene Souza, Dayse Marques, Edna Auzier, Liliane Abreu, Telma Nery e Zeneide Costa, contou com a participação de autoridades e familiares dos parlamentares. Durante a cerimônia, as deputadas em exercício e ex-deputadas foram homenageadas no plenário Deputado Dalto Martins com a comenda Deosolina Salles Farias, proposta pela presidente da Casa, deputada Alliny Serrão (União Brasil). Criada por meio de resolução legislativa da deputada Marília Góes (PDT), a comenda visa reconhecer mulheres que contribuíram ou ainda contribuem, por meio de suas atividades parlamentares, para o desenvolvimento do Estado. Atualmente, sete mulheres ocupam cadeiras na Alap, uma a menos do que na legislatura passada (2019-2023). Das 27 assembleias legislativas estaduais do país, apenas duas são presididas por mulheres: Amapá e Maranhão. O número de mulheres eleitas no pleito municipal de 2024 cresceu dois pontos percentuais em relação a 2020, segundo dados da Consultoria-Geral da Câmara dos Deputados. Elas representam 17,92% dos eleitos este ano, contra 15,83% nas eleições anteriores. "É um momento para refletir sobre os avanços alcançados pelas mulheres em todo o mundo e reafirmar nosso compromisso com a igualdade de gênero. Ao longo da história, as mulheres enfrentaram desafios e barreiras para conquistar seus direitos e liberdade. No entanto, têm demonstrado uma força e resiliência incríveis, lutando por seus direitos e conquistando espaços em todas as áreas da sociedade", comentou o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), Alexandre Monteiro, acrescentando que no MP-AP existem duas Promotorias de Justiça Especializadas na Defesa da Mulher em Macapá e uma em Santana, além do Centro de Apoio Operacional que monitora dados de violência, atendendo a todas as Promotorias de Justiça do Estado. Além da presidente da Alap, também compuseram a mesa de honra o presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, desembargador Jayme Ferreira; a ex-deputada constituinte da Assembleia Legislativa, Janete Capiberibe; o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Amapá, Alexandre Monteiro; e a subdefensora público-geral, Adegmar Loiola, que representou o defensor público-geral, José Rodrigues, além das deputadas Aldilene Souza, Edna Auzier (1ª secretária) e Liliane Abreu (4ª secretária). Receberam a condecoração as seguintes personalidades: ex-deputada Aparecida Salomão (representada por Narleia Salomão), ex-deputada Cristina Almeida, ex-deputada Francisca Favacho, ex-deputada Janete Capiberibe, ex-deputada Janete Tavares, ex-deputada Judith Medeiros, ex-deputada Maria Góes, ex-deputada Marília Góes, ex-deputada Meire Serrão, ex-deputada Mira Rocha (representada pelo pai, Rosemiro Rocha), ex-deputada Raimunda Beirão, ex-deputada Roseli Matos, ex-deputada Sandra Ohana, ex-deputada Luciana Guergel, ex-deputada Telma Guergel, deputada Aldilene Souza, deputada Edna Auzier, deputada Dayse Marques, deputada Liliane Abreu, deputada Telma Nery e deputada Zeneide Costa. Deusolina Salles Farias foi uma mulher à frente de seu tempo. Sua história no Amapá começou em 1945, quando aceitou o convite do governador do território para desenvolver um programa educacional. Professora, participou da fundação e presidiu a Associação dos Professores do Amapá (APA), fez parte da comissão que elaborou o projeto de regulamentação do ensino primário, integrou o grupo de trabalho responsável pela criação da Escola Normal de Macapá — posteriormente transformada no Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA) — e fundou uma escola preparatória para candidatos a cargos públicos. Foi candidata a vereadora de Macapá em 1972 e, em janeiro de 1973, tomou posse como a primeira mulher eleita para a Câmara Municipal da capital. Seu nome está marcado na história como uma das personalidades mais importantes na construção do Estado do Amapá. "Celebrar o Dia Internacional da Mulher é reafirmar nossa luta por equidade, justiça e representatividade. Esta não é apenas uma data de homenagem, mas um momento de reflexão sobre as conquistas alcançadas e os desafios que ainda se impõem para que as mulheres ocupem cada vez mais espaços de decisão e poder", comentou a ex-deputada Janete Capiberibe, primeira mulher eleita deputada estadual e participante da Constituinte estadual. "Compreendo o peso da responsabilidade de abrir caminhos para gerações futuras. Quando assumi meu mandato, enfrentei desafios, preconceitos e barreiras, mas sempre soube que não estava sozinha. Cada passo que dei foi impulsionado pela coragem e pela força de tantas mulheres que, antes de mim, lutaram para que pudéssemos ter voz e vez. Ser pioneira na política não foi uma escolha fácil, mas foi uma missão que abracei com determinação. E que abraço até hoje", frisou Janete Capiberibe. Atualmente ocupando uma cadeira no parlamento estadual, a deputada Zeneide Costa, representante do município de Mazagão, destacou que a celebração sirva como um lembrete do compromisso em continuar promovendo a igualdade, garantindo mais espaços para as mulheres e reconhecendo seu valor na política, na sociedade e em todas as esferas da vida. Durante a sessão, a presidente da Casa, deputada Alliny Serrão, lançou o aplicativo “+ Mulher Amapá”, voltado para mulheres vítimas de violência física e sexual. O aplicativo tem como objetivo compilar e disponibilizar, em formato digital, todas as legislações estaduais relacionadas aos direitos das mulheres e à proteção contra a violência de gênero. "Este aplicativo representa o compromisso do Parlamento Estadual em adotar soluções inovadoras que contribuam para a erradicação da violência contra a mulher, promovendo justiça, igualdade e dignidade humana. Com o + Mulher Amapá, a Assembleia Legislativa reafirma seu papel como protagonista na promoção da cidadania, oferecendo uma solução tecnológica que beneficia diretamente as mulheres amapaenses e fortalece o compromisso do Estado com políticas públicas inclusivas e acessíveis", justificou a deputada, acrescentando que as mulheres precisam de mais respeito, valorização e menos preconceito. "Tudo acontece quando uma mulher ocupa espaço no poder", frisou Alliny Serrão.
Por Everlando Mathias
VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL