O MEU DESABAFO

O MEU DESABAFO


A Advocacia é até os dias atuais, a mais bela profissão que Deus me presenteou e que neste ano eu completarei 35 anos de glória e muito trabalho.

Sou muito abençoado.

Na minha família temos 14 advogados. Em Belém temos 5.

A minha vida é recheada de etapas. Neste ano, o destino não bateu na porta, entrou sem se anunciar e a vida está a me oportunizar novamente, a esculpir um novo objetivo que se constituirá, a partir desta semana, em lançar novos desafios para estimular e fomentar o ideal, de voltar a mergulhar nos estudos e na gestão estratégica, continuar sendo um advogado apaixonado pela profissão, desenvolver o senso crítico nos acadêmicos de direito, especialmente naqueles que não se deixam manipular por politicagens de grupinhos de blefeiros fantasiosos, ou de advogados frustrados.

Para aqueles alienados que no fórum de Macapá disseminaram o ódio contra mim, inclusive engendrando o factoide de que eu já deveria me aposentar, eu só tenho a agradecer a existência desse ranço putrefacto e desnorteado da realidade, eis que essas provocações rasteiras me encheram de tesão pela luta na Advocacia militante.

Sabemos todos, que os melhores advogados de todos os países democráticos, são os mais maduros, os mais experientes, que popularmente são denominados de “raposas do Direito”. Estes formam as inigualáveis constelações de brilhantes profissionais da Advocacia Brasileira.

Portanto, meus adversários atordoados, eu tenho um segredo para tornar público: Sem vocês eu já teria me tornado um escritor aposentado.

Todavia, vocês se transformaram na razão da minha felicidade, eis que reacenderam a luz do meu amor pela Advocacia. Sem vocês a minha vida seria outra. Eu adoro vocês, continuem me atacando covardemente. Isso é o máximo. Vocês me animam a cada mentira grotesca implantada contra mim.

Desde o ano pretérito estou fomentando a melhoria da comunidade e empreendendo a conduta exemplar que cada um de nós tem o dever de manter, quer na vida pública, quer na vida familiar.

Eu frutificarei milhares de amizades.

Entretanto, não posso esquecer que que fui por diversas vezes, injusta e covardemente atacado com as mais sórdidas contumélias, por pessoas que eu sequer sabia que existiam, assim como por outras que vergonhosamente permanecem as ocultas, fingindo-se de vítimas, mas que têm como meta principal, o meu extermínio social, por pura inveja, ou pelo fato de eu não aceitar ser um canalha fingido.

Nessa parte, percebi o despreparo dos meus adversários, que por nunca terem uma história de vida construída, através do trabalho, do esforço próprio, dos estudos e da dignidade, sempre apelaram para a falsa vitimização ignóbil ou para o ataque abominável, no intuito único de desviarem a atenção da população incauta, em relação as corretas escolhas que deverão ser feitas, de hoje em diante.

Eu reacendi na pandemia. Extraí do limão uma maravilhosa limonada.

Indubitavelmente os tempos são difíceis e a missão que ora me proponho a realizar, mergulhando novamente na advocacia, como já fiz de 1986 até 2.011, é árdua, porém altruísta, difícil, mas muito feliz e saborosa.

Contudo, muito gratificante e que nos remete a um longínquo passado que resume-se no pensamento do grande  JACQUES ISORNI que nos ensina:

 "Se tudo mudasse de repente, provaríamos a invencível  nostalgia de um passado que, malgrado as fraquezas, os anacronismos, as decepções sofridas, foi rico de alegrias, as mais profundas"

Realmente meu amado povo amapaense, o meu passado é saudosista, pois as lembranças que carrego da infância além de gratificantes, são tão belas e puras que, malgrado as fraquezas, foram ricas em alegrias e doçuras, como a beleza da região, gostosa como o cheiro do cupuaçu, bela como o canto do bem-ti-vi, maravilhosa como o sabor do açaí, do prazer do tacacá, das airosas lembranças do manganês, da vila Maia, da vila Amazonas, do Grego, do apito do Trem, da ilha de Santana, dos botos do rio amazonas, do porto de Santana, do taperebá, dos paneiros de açaí, da icomi que foi embora, do canto do jurutí, do irapurú,  do trapiche, do da beleza do curiaú, da saudosa praça Zagury, da beira dos idos de 60, do Igarapé das mulheres, do cine Macapá, do cine João XXIII, do cine orange, do ginásio coberto, do CA, do GM, do IETA, do CCA, da bebé do melhor tacacá, do padre Jorge e dos seus cascudos, da Paroquial de São José, etc.

Aí que saudade que dá... Realmente, foi ternúrica e digna de ser vivida, sob as noites de luar, em que o rio se pintava de prata sob a lua cheia florescente, inspirando os poetas e os amores inesquecíveis.

O quebra-mar que hoje só existe na lembrança, foi o ponto da mais pura demonstração de ternura, nos anos 70.

Naqueles tempos não havia a miséria agressiva e triste, assim como não existia o desemprego sofrido e a saúde precária que encontramos com facilidade, nas pessoas que habitam nas periferias.   

E o presente? O que Deus nos reservou ?

Foi com esta inspiração patriótica que declamou JOAQUIM OSÓRIO:

“SE O PENHOR DESSA IGUALDADE CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM O BRAÇO FORTE, EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE, DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE,... BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE... GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA, ÉS BELO, ÉS FORTE IMPÁVIDO COLOSSO E TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA. TERRA ADORADA,....”

Em 2.017 eu estava com tesão para ser um político decente.

Entretanto, descobri que mesmo fazendo o bem, terminamos sendo odiados pelos manipulados intelectualmente, igualmente como aquele que é dissimulado pelos sentimentos hipócritas que nos induzem a erro, e nos transformam em cobaias na luta para a implementação do o mal sobre o bem, através daqueles seres nocivos que se fazem de rogados. A realidade oculta é cruel.

E foi por isso que me despedi da carreira política formalmente e retornei definitivamente para a advocacia, pois posso continuar sendo útil, importante e relevante em todo o contexto social do meu Estado, através da minha amada profissão, como um advogado engajado nos interesses da sociedade, do meu País, furando barreiras e preconceitos, na busca do que realmente seja justo e humano.

Precisamos confiar nos novos sonhos para torná-los realidade, pois é justamente na possibilidade de realizar um sonho que tornamos a vida mais valiosa.

GANDHI já nos ensinava que:" você deve ser a mudança que você deseja no mundo".

Concordo com ele, creio que na vida tudo tende a dar certo e se ainda não deu certo é porque a vida não chegou ao final.

Para ser grande, sê inteiro:

Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim, em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.

Meus companheiros e clientes, o poeta português Fernando Pessoa sempre dizia:

 "AS VEZES OUÇO PASSAR O VENTO. E SÓ DE OUVIR O VENTO PASSAR, VALE A PENA TER NASCIDO."

Precisamos ser combatentes, guerreiros destemidos, artilheiros estimados, fazendo do sacrifício e do suor que perfura as pedras do solo, nossa honra e nossa glória.

Sempre fui um advogado independente e voltado para o social. Fui Presidente do Rotary Club de Macapá. Isso me dá um orgulho enorme.

Todavia, mesmo imbuído de um espírito altruísta sempre fui e continuo sendo covardemente atacado por abutres, sem nenhuma explicação plausível.

Esta é a mensagem que quis transmitir a todos vocês e seus familiares, relembrando-os de que não mais comportam no planeta as imagens das “crianças mudas telepáticas, das mulheres - rotas alteradas, das feridas como rosas cálidas, da rosa anti-rosa atômica, sem cor e sem perfume, sem rosa, sem nada”, eis que aqui na selva a dor não é atômica, mas provém da fome, do descaso, da omissão, da indiferença, da discriminação e da falência oficial, especialmente na pandemia.

Nossos gestores são uns bostas oportunistas e dissimulados, que não deram certo em suas profissões e partiram para a vida política, para nos ferrar, como se o povo fosse o culpado de sua inferioridade psíquica.

Busco nessa mensagem aos amapaenses, a aurora no meu amado GONÇALVES DIAS que, no poema I-JUCA-PIRAMA, já ensinava a com esplendorosa dignidade humana, dizia:

"Que temes, ó guerreiro? Além dos Andes revive o forte, que soube ufano contrastar os medos da fria morte. Em larga roda de novéis guerreiros ledos caminha o festival timbira, a quem do sacrifício cabe as honras.

Eis-me aqui, diz o índio prisioneiro; pois que fraco, e sem tribo, e sem família, as nossas matas devassaste ousado, morrerás morte vil da mão de um forte.

Meu canto de morte, guerreiros, ouvi: sou filho das selvas, nas selvas cresci; guerreiros, descendo da tribo tupi. Da tribo pujante, que agora anda errante por fado inconstante, guerreiros, nasci: sou bravo, sou forte, sou filho do Norte; meu canto de morte, guerreiros, ouvi.

E mais adiante ele completa:

Não coro do pranto que choro; se a vida deploro, também sei morrer.

Assim, o timbira, coberto de glória, guardava a memória, do moço guerreiro, do velho tupi. e, à noite, nas tabas, se alguém duvidava do que ele contava, tornava prudente: meninos, eu vi.  

Vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz à hora não espera acontecer. A advocacia eu devolvo o meu olhar, cheio de esperança de uma nova era na qual irei participar.

 

Macapá, 21 de maio de 2.021.

 

CÍCERO BORDALO JUNIOR
UM ADVOGADO APAIXONADO PELA PROFISSÃO.



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