Liberdade de pensamento
Tem sentido que nos ocupemos hoje da Liberdade de Pensamento?
Este não é um tema ultrapassado?
Não já está garantida pela Constituição a liberdade de pensamento, consciência, crença?
Que existe então para acrescentar?
A única justificativa para a escolha deste tema, neste artigo, é a proximidade da data – 14 de julho, Dia da Liberdade de Pensamento?
Bem. A passagem do 14 de julho justificaria em parte falar sobre liberdade de pensamento dentre tantos assuntos palpitantes, neste momento de Brasil.
14 de julho (Queda da Bastilha) é feriado nacional na França. Mas estamos no Brasil. Que significa para nós, brasileiros, a Bastilha varrida?
Significa muito porque a luta pela liberdade é universal.
Liberdade de pensamento não é apenas a liberdade de pensar, mas é também a liberdade de exprimir o pensamento.
A simples liberdade de pensar não aterroriza os ditadores.
Todos os pensares repousariam tranquilos na cabeça das pessoas, se as pessoas mantivessem suas ideias aprisionadas dentro da mente.
O que incomoda aos que pretendem subjugar o povo é justamente a expressão do pensamento, sua propagação.
O canto da liberdade está presente em toda a História da Humanidade.
No Brasil, Tiradentes fez da Liberdade o lema da Inconfidência Mineira: Libertas quae sera tamem. (Liberdade ainda que tardia).
Em tempos recentes de Brasil, a liberdade não foi uma doação do poder, uma concessão de benevolência.
Muito pelo contrário. A liberdade foi arrancada, a liberdade foi conquistada.
Muito lutaram os intelectuais, os artistas, os estudantes e a sociedade em geral na busca e efetivação desse direito.
Não há liberdade sem pão. A fome tem pressa disse o sociólogo Herbert de Souza, o nosso Betinho.
E completou seu slogan numa frase magistral:
"nenhuma sociedade será democrática se não equacionar a incorporação das maiorias ao seu processo."
Para que ocorra a incorporação das maiorias, desejada e pregada por Betinho, é preciso que a educação seja direito de todos. A unanimidade dos brasileiros tem direito a educação de boa qualidade.
E não é apenas a escola que educa. Também outras agências sociais têm o dever de educar, como a televisão, por exemplo.
Sonho com um grande crescimento da consciência, por parte da população, de modo que aprenda a exercitar a arte do prêmio e a arte do boicote.
Como seria belo boicotar empresas e produtos que inserem anúncios nos intervalos comerciais dos programas que o telespectador julga que sejam desprezíveis.
Em contraposição ao boicote, como seria belo também promover a audiência de programas que educam, que elevam, que contribuem para construir o futuro de nosso país.