Dia Internacional da Mulher: Um não contra a violência!
Especialista explica sobre os sinais de violência nos relacionamentos e a importância de denunciar o agressor
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é a oportunidade para celebrar as conquistas, mas também mobilizar a sociedade pelo fim da violência de gênero. O sofrimento e tantas mortes são revelados nas estatísticas, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) cerca de 105 mil pessoas, o equivalente a 18,9% da população do Amapá, disse ter sofrido algum tipo de violência, seja psicológica, e na grande maioria, física ou sexual. Deste número 4 mil mulheres foram vítimas da violência sexual.
É preciso estar atento aos sinais mais sutis. Em grande parte dos casos de violência contra mulher, os resultados não deixam marcas físicas e as sequelas são psicológicas. A vítima, por medo ou vergonha, silencia sobre a violência. Mas, como identificar um comportamento agressivo? A psicóloga e professora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Marciene Lobato, explica que há características que identificam esse perfil.
“O perfil do agressor ele aparece dentro do contexto de um relacionamento abusivo, que envolve três aspectos fundamentais: controle, isolamento e ciúmes excessivos. O comportamento violento do agressor vai aparecendo de forma progressiva e sutil, até chegar ao ponto em que não controlam mais suas emoções e passam até mesmo a agredir fisicamente”, ressalta a psicóloga.
Entre todos os casos, de feminicídio ou agressão, há um fato comum: o relacionamento abusivo, que na maioria das vezes é muito difícil de ser enxergado por quem vive, esse tipo de relacionamento é um sinal de que a vida do casal não está nada bem. “No início da relação, pode ser mais difícil discernir esse tipo de comportamento, pois está na fase de encantamento e sedução. A vítima está envolvida na relação, fica difícil olhar com frieza o suficiente para saber se está ou não vivenciando o relacionamento abusivo”, explica Marciene Lobato.
A especialista indica que geralmente a violência acontece quando a mulher já está submetida, insegura e fragilizada emocionalmente. “Depois do ato violento, o agressor fica gentil e amoroso, mas a violência volta a se repetir, cada vez com maior intensidade. A mulher se sente impotente, muitas vezes culpada e sem forças para reagir. Essa fase marca um ciclo de violência que cada vez mais aprisiona a vítima”, detalha.
A psicóloga alerta que ao perceber qualquer sinal de violência a mulher precisa buscar ajuda na sua rede de proteção, afastar-se, denunciar o agressor e buscar ajuda psicológica. “É importante que a denúncia seja realizada o quanto antes a fim de evitar que as agressões se intensifiquem, rompendo com o ciclo da violência”, pontua.
Veja os tipos de violência contra a mulher:
Violência física: lesar a integridade ou saúde corporal da mulher;
Violência psicológica: agredir a saúde emocional, mental e sua liberdade de ser;
Violência sexual: forçar ou intimidar a mulher a uma relação sexual não desejada;
Violência patrimonial: reter, subtrair ou destruir bens, valores e direitos;
Violência moral: caluniar, difamar ou cometer injúria.
Confira telefones para denúncia:
Disque 100
Ligue 180
Ligue 190
Por Safira Pinho