Dificuldade de cicatrização, sangramentos e infecções no pós-operatório têm maiores taxas em pacientes diabéticos. Créditos: Envato

Descoberta do diabetes pode acontecer por acaso, como em avaliações pré-cirúrgicas

Pacientes diabéticos podem precisar de exames cardiológicos mais minuciosos e materiais especiais para garantir mais segurança nos procedimentos


O empregado público Munir Haddad Baruki, 66 anos, descobriu o diabetes por acaso, quando foi pegar a liberação do cardiologista para realizar um procedimento cirúrgico. “Nunca desconfiei que poderia ter a doença, não tinha nenhum sintoma. O médico solicitou uma série de exames e descobriu essa alteração. Como não é uma cirurgia urgente, vou tratar o nível de glicose no sangue para realizar tudo com mais tranquilidade”, conta. 

Pesquisas mostram que pacientes diabéticos têm duas vezes mais chances de infarto, se comparados a pessoas sem a doença. Também são observadas maiores taxas de complicações na cicatrização, sangramentos e infecções no pós-operatório. O cardiologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Vinícius Oro Popp, alerta que mesmo quando a doença está controlada, o monitoramento médico é muito importante. “Na avaliação para liberação de cirurgias, conseguimos definir os riscos operatórios do paciente e indicar  medicações para diabetes, hipertensão e anticoagulantes que possam ser necessários. O uso incorreto desses medicamentos também pode levar a complicações no pós”, explica.

Cirurgias bucais

A liberação médica também é essencial para alguns procedimentos bucais mais invasivos, como implantes dentários. O diretor de novos produtos e práticas clínicas da Neodent, Sérgio Bernardes, explica que o acompanhamento odontológico é ainda mais importante para pacientes diabéticos, por evitar o desenvolvimento de problemas na cavidade bucal, tais como: diminuição do fluxo salivar, mau hálito, infecções por fungos e bactérias e doenças periodontais que podem causar a perda dos dentes.

“Além dos cuidados com a doença, o uso de materiais de alta biocompatibilidade, como implantes com superfície hidrofílica, é mais indicado para pacientes com a doença. Eles oferecem processo de osseointegração mais eficiente do ponto de vista biológico por permitir processos regenerativos mais rápidos”, esclarece Sérgio. “Outra forma de diminuir possíveis impactos do procedimento cirúrgico é a aplicação de técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia guiada, que possibilita a execução de uma cirurgia mais rápida e com o menor trauma possível”, complementa.




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