Fogos de artifício: veterinário explica como proteger os animais durante as comemorações

Especialista explica as possíveis reações dos pets e o que pode ser feito para amenizar o pânico e transtornos causados pelas explosões


Em época de Copa do Mundo a comemoração é garantida. A cada gol, a torcida empolgada celebra o momento com a queima de fogos de artifício. A explosão, que significa alegria para os humanos, se transforma em pavor para cães e gatos. Essa é uma preocupação para os tutores de pets, visto que a prática comemorativa é prejudicial para a saúde dos animais, com reações variadas, que vão desde a aceleração dos batimentos cardíacos até crises de pânico.

Com os sentidos aguçados, o barulho dos fogos é recebido de modo inesperado e muito mais alto para os pets, principalmente para os cães. Para amenizar o pânico dos pets nesse período festivo, o professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Bruno Alvarenga recomenda algumas condutas preventivas.

São diversos os transtornos e malefícios causados para os animais de companhia gerados pelos fogos. O especialista alerta que além de cães e gatos, as aves são alvo de estresse profundo causado pelos itens pirotécnicos, podendo levar ao óbito. “Animais ansiosos, medrosos e cardiopatas podem ficar muito assustados, correndo contra portas de vidro, quebrando itens em casa, até fugindo, com risco de sofrer atropelamento. Também temos os casos dos animais epiléticos, que podem sofrer crises com o barulho das explosões”, explica.

De acordo com Bruno, os donos de pets podem colocar algodão no ouvido dos animais e ligar a televisão de casa em um volume mais alto para disfarçar o volume dos fogos são algumas alternativas. “Proporcionar conforto também é importante. Os tutores podem preparar um local acolchoado, onde eles fiquem protegidos e se sintam mais acolhidos nesses momentos”, indica.

No caso de animais que já foram diagnosticados com transtornos, o especialista recomenda que o tutor solicite ao veterinário a prescrição de medicamentos para aliviar o estresse, como ansiolíticos e antidepressivos, sejam eles fitoterápicos ou medicações industrializadas. “Alguns animais respondem positivamente ficando no colo de seus tutores. Proteção e carinho geram confiança para o animal”, pontua.

Os tutores também devem avaliar o histórico de doença dos indivíduos. Doenças como cardiopatias ou transtornos comportamentais podem se agravar numa situação de estresse. “Um paciente cardiopata pode ter uma sobrecarga cardíaca por conta do barulho e acabar morrendo, ou um animal mais sensível, como um gato, pode parar de se alimentar ou tomar água, levando inclusive a uma insuficiência renal”, alerta o especialista.

Para além de todos os cuidados preventivos para proteger os animais do barulho das explosões, o médico veterinário destaca a importância de conscientizar a população sobre o uso dos fogos de artificio para comemorações. “Os tutores precisam conversar com os amigos e comunidade para evitar a compra e queima de fogos, justificando os males que causam aos animais. A comemoração pode ser feita sem estressar os bichos de estimação”, arremata.


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