Técnica pioneira para retirada de tumores foi coordenada e realizada por equipe médica brasileira. Crédito: Divulgação

Vida nova: paciente que retirou 30kg de tumores passa por nova cirurgia

Procedimento para melhorar mobilidade e estética agora foi comandado por equipe brasileira capacitada por médico norte-americano especialista em grandes tumores


Uma nova técnica para retirada de tumores foi coordenada e realizada de maneira pioneira por uma equipe médica brasileira. Os profissionais foram capacitados para a intervenção pelo especialista norte-americano Mckay McKinnon, que há um ano veio ao Brasil realizar a primeira cirurgia para retirada de 30 kg de tumores de uma paciente com neurofibromatose, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR). No novo procedimento, que durou seis horas, foram retirados mais 5 kg, melhorando a mobilidade da paciente Karina Rodini, além da parte estética.

McKay atua desde 1985 como cirurgião plástico em Chicago, mas já viajou pelo mundo por  países como Vietnã, trabalhando com equipes diferentes em novos procedimentos de tratamento de doenças raras. Mais de 15 profissionais diferentes, grande parte do corpo clínico do Hospital Marcelino Champagnat, tiveram contato diretamente com o especialista quando esteve no Brasil, em 2021. E seis deles atuaram agora na segunda operação, replicando os conhecimentos trazidos pelo norte-americano. 

“Essa nova cirurgia só foi possível após a vinda de McKay McKinnon, que desenvolveu a técnica para retirada de grandes tumores, em que se corta a conexão entre o sistema nervoso central e o tumor, para que ele não volte a crescer. Aprendemos muito na época e agora conseguimos replicar no Brasil o que ele nos passou. São novas possibilidades de ajudarmos outros pacientes”, afirma o cirurgião plástico Alfredo Duarte que comandou a cirurgia. 

Procedimentos como esses demandam um centro cirúrgico com tecnologia de ponta e uma equipe preparada para lidar com as intercorrências que possam surgir. “A maior complexidade dessa cirurgia é pelo grande sangramento que ocorre. Na primeira vez, utilizamos 30 bolsas de sangue, nesta foram mais seis”, afirma o médico brasileiro..

Tumores gigantes

A paciente Karina Rodini descobriu a neurofibromatose, doença responsável por tumores gigantes, aos dois anos de idade. Começaram com manchinhas no corpo, que ela costumava chamar de “café com leite”. “Minha situação se agravou aos 12 anos. Fiz uma cirurgia para retirada de um cisto de oito quilos no ovário. Aos 15, as manchas começaram a ficar maiores”, conta Karina, que chegou a fazer dez cirurgias de grande porte e várias pequenas entre os anos 2012 e 2018. 

Em 2021, com ajuda de uma “vaquinha virtual", ela conseguiu financiar viagens em busca de tratamento e conheceu o médico norte-americano Mckay McKinnon. “Ali meu sonho começou a ser realizado. Foram 30 kg de tumores retirados e entrei em uma calça jeans que eu tanto desejava”, desabafa a curitibana. “Agora foram mais cinco e já estou animada com o que vejo.”




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